Capitulo 6

1K 73 11
                                    


Pov. Lauren

Nunca em toda a minha vida — bem louca, assumo — vi uma garota nocautear um cara daquele jeito. Quando entrei, demorei poucos minutos para localizar Camila.

Ela se destacava de todos ao redor. E não pense que falo da roupa ou do estilo. Enquanto todos estavam à vontade, a garota torcia o nariz de forma quase ofensiva. Eu estava pronta para chamar seu nome no momento em que percebi o clima tenso, e, quando balancei a cabeça achando que teria de bancar a heróina da donzela indefesa, ela simplesmente esmagou as bolas do cara. Ela esmagou as bolas do cara. ESMAGOU AS BOLAS DO CARA!

O pensamento que se repete feito um eco atrasa minha reação, e só desperto quando a vejo correr em minha direção. Não que ela tenha me visto — pela trombada que a gente dá, tenho certeza que não. Eu a pego antes que caia, mas ela está tão assustada que dou um passo para trás.

— Calma, sou eu. Tá tudo bem — digo, ao ver que ela está pronta para me atacar.

Instintivamente, coloco a mão entre nós e protejo a zona que poderia correr riscos ao perceber que seus olhos estão arregalados. Quero ajudá-la, mas não estou a fim de danificar meu equipamento.

— Lauren? — ela pergunta, confusa.

O brilho de reconhecimento é seguido pelo alívio em seu olhar. Dou um meio-sorriso. Taí algo que eu não esperava — nem o alívio nem o sorriso.

— Sim. — Seguro seus ombros, mas a mantenho longe do meu corpo. — Posso me aproximar ou vou acabar no chão como aquele cara? — Duvido que ela me pegasse desprevenida, mas brinco para aliviar a tensão, e ela dá um soluço misturado com risada. Ela está à beira de um ataque de nervos.

— Pode.

Eu a abraço, por dois motivos. Primeiro: sei que é o que ela precisa. Ela está em estado de choque. Segundo: esta é a minha área. Conheço muitos caras que estão na festa. E aqui funciona assim: ou você marca a garota como sua, ou alguém vai catar.

O cara caído se levanta, e dois de seus amigos já estão vindo até mim.

— Fica aí! — falo alto, apontando para ele com uma mão e envolvendo Camila com o braço livre. Ela não faz objeção.

Alguém desliga o som. Tem uma coisa que as pessoas curtem mais do que música numa festa: uma boa briga.

— Mermão, essa mina precisa de um corretivo.

— Fica na sua! Cadê o Gigante? — pergunto pelo dono da casa, enquanto um círculo de pessoas se junta à nossa volta.

Merda! Um dos caras caminha decidido até nós.

Coloco Camila atrás de mim, fecho o punho e acerto a cara dele, que desaba com o nariz estourado.

Não dá tempo nem de pensar. O outro cara me ataca. Sou mais rápida — pego o braço dele, torço e, usando o peso de seu corpo, o jogo no chão. Pelo barulho e pela posição, sei que no mínimo desloquei seu ombro.

Ouço um tiro e Camila dá um pulo, seguido de um grito. Em um instante, seguro sua mão.

— Acabou a putaria! — berra o cara mais alto e maluco que já conheci, enquanto balança um revólver para cima e para baixo. Assim que me vê, ele abre os braços e sorri. — Barwoman, parceira! Tinha que ser você a porra pra agitar esse caralho. Tava mole isso aqui.

Qualquer ameaça de confusão termina. Ninguém que conhece o cara ousaria continuar, a menos que quisesse ser desovado como indigente em algum lugar.

Coração perdido (G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora