Capitulo 28

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Pov. Lauren

A merda acontece: a porra do meu dinheiro acaba e em breve não vou ter como me manter. Preciso ir para casa descobrir o que tem para vender por lá.

Gigante manda um amigo checar e descobre que Camila saiu há quinze dias. Ninguém sabe para onde foi, mas acho que a família finalmente se meteu.

Penso em Zac às vezes. Mesmo assim não telefono para ele. Está melhor sem mim e Camila não o deixaria sozinho. Ela é boa demais para abandonar qualquer um.

Porra, para de pensar nela, mas que caralho!

É noite quando entro no apartamento. Tudo está como deixei. Nossa casa. Tudo o que vivemos volta e balanço a cabeça tentando esquecer.

Não tem muita coisa que eu possa vender. A televisão e o som, talvez. É, vou ligar para o Gigante.

Pego o celular e entro no quarto.

— Cadê a minha guitarra? A Vero tá muito folgada, puta que pariu!

Gigante diz que só vai poder vir me ajudar de madrugada, então decido passar parte da noite na minha cama. Tomo um banho, enrolo uma toalha na cintura e saio pingando pela casa. Quando chego ao quarto, Camila está olhando pela janela.

— Ah, caralho... — murmuro, chamando sua atenção.

Ela se vira para mim, em silêncio. Está usando calça jeans e moletom. Sei que só optaria por isso na pressa. Porteiro filho da puta!

Ela toca os lábios com a mão, emocionada.

Está mais magra, pálida e com olheiras. Ainda usa o anel de compromisso que lhe dei e isso me mata. Não nos vemos há quarenta e nove dias e Camila ainda não desistiu de mim. Não nos vemos há quarenta e nove dias e meu coração ainda perde uma batida por ela.

Quarenta e nove malditos dias.

— Vai embora. — Sou dura. É melhor assim.

Camila não se mexe.

Seus olhos percorrem meu corpo e depois encontram os meus. Porra, porra, porra! Ela provavelmente está querendo ver se estou bem, mas só consigo pensar em jogá-la na cama.

— Você é muito egoísta, Lauren.

De tudo o que eu esperava ouvir dela, o tom duro estava fora da lista.

Levanto uma sobrancelha.

Se ela quer seguir por esse caminho, o jogo dá para dois.

— Só agora você percebeu?

— Só agora você foi. O que mostra que não é algo seu, é essa droga maldita.

— Vai embora.

Ela cruza os braços e levanta o queixo, me enfrentando.

Puta que pariu, até disso senti falta! Eu a conheço bem. Ela não vai sair. Se está aqui é porque acha que pode me salvar. Não pode e vou mostrar a ela. Mexo na mochila sobre a cama e tiro um saquinho de cocaína.

Despejo parte do conteúdo sobre a cômoda. Camila está tão chocada que demora para reagir. É tempo suficiente para que eu estique e aspire. Não tanto para chapar demais, mas o suficiente para escandalizá-la.

Sem pensar, ela vem para cima de mim e começa a me bater.

— Como você pode ser tão estúpida?! Essa merda vai ter matar! — Um tapa atinge meu rosto, outro o peito, e ela não para. — Por que você faz isso?

Coração perdido (G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora