Capitulo - 30

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Pov. Lauren

Eu disse mil vezes para a polícia que não sei o que aconteceu após ter me soltado. É mentira. Vi Gigante entrar metendo o pé na porta e acertar um tiro na cabeça do Vitinho, antes que ele sequer pensasse em atirar em mim, e depois matar os outros caras.

Camila, Vero e Sofia estavam desacordadas quando a polícia e as ambulâncias chegaram.

Zac só escapou com vida graças ao Gigante, que aliás fugiu antes que sujasse para ele. Para variar fui presa e, para variar, de novo, Geoff me tirou da cadeia poucas horas depois, já que dessa vez eu não era a culpada pelo menos não para a polícia.

— Sabe por que estou aqui? — o padrinho de Camila me pergunta.

— Geoff, eu preciso saber como elas estão.

— Já se passaram algumas horas, a Sofia foi operada e está em observação. Sua amiga Vero teve o pulmão perfurado e não sabem se vai sobreviver, e a Camila está sedada. Ela se alterou quando acordou e soube das notícias. Os médicos acharam melhor dar algumas horas a ela. Seu primo está em estado de choque e precisou ser medicado. Como pode ver, o estrago foi grande.

Balanço a cabeça em afirmativa, sem dizer mais nada. O que posso dizer? Que é minha culpa, todo mundo já sabe.

— Quero ver todos eles.

— Eu vim te soltar para isso. A Camila precisa de você agora, mas não posso mais permitir que fique perto por muito tempo. O Fernando e eu estamos de acordo. Ela vai embora, querendo ou não.

Quero gritar, quero dizer que ele não tem nada a ver com o que sentimos uma pela outra, quero manter Camila comigo, mas não tenho mais esse direito. Então, tudo o que digo é:

— Só preciso me despedir.

Entramos no carro e seguimos para o hospital.

Está amanhecendo. É impossível não me lembrar de ter feito este mesmo caminho da outra vez, antes de tudo desabar, quando achei que seria possível ter uma vida ao lado dela e deixar minha escuridão para trás.

Dizem que, quando estamos prestes a morrer, a vida passa como um filme em nossa cabeça. Acho que isso não é verdade, a menos que eu só tenha vivido ao lado de Camila. Porque ontem, um segundo antes de Gigante entrar, quando achei que Vitinho fosse atirar em mim, tudo o que pensei foi em tê-la em meus braços uma última vez.

Pov. Camila

Depois de vovô ameaçar conseguir a cabeça do hospital inteiro, eles finalmente me deixam ver minha irmã na UTI.

Só posso ficar por alguns minutos, mas preciso me assegurar de que ela vai ficar bem, como me disseram.

Sofia está pálida, tão pálida que o contraste do rosto com os cabelos negros é chocante. Aperto o roupão que minha mãe trouxe, já que vou ter que passar a noite aqui, e sinto um calafrio. Odeio hospitais, e o barulho das máquinas que controlam sua vida é ensurdecedor. Tem uma daquelas mangueirinhas de oxigênio em seu nariz.

— Acho que a gente devia comprar um hospital — ela diz baixinho, com a voz rouca, abrindo os olhos e puxando a mangueirinha.

— Fica com isso! — recoloco o tubo enquanto ela revira os olhos.

— É sério. Fala pro vô comprar um. Aí pelo menos fica todo mundo no mesmo quarto.

— Boba. — Beijo seu rosto e deslizo os dedos pelos seus cabelos. — Como você está?

Coração perdido (G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora