Pov. Lauren
Um barulho ensurdecedor me acorda. Como se milhares de sinos estivessem tocando juntos. Eu me levanto devagar e empurro a garrafa para o lado com mais força do que desejava. Ela se choca contra o chão e se quebra.
O barulho não para. Não para. Não para.
Eu me levanto em um pulo, sentindo a cabeça doer e um gosto horrível na boca. Então vou rápido até a porta e piso em um caco. O vidro corta minha pele. Uma lembrança da dor que o seu conteúdo ajudou a levar para longe na madrugada.
O relógio mostra onze horas da manhã. É cedo.
O telefone — agora sei que é daí que vem o som — não para. Levanto o pé, arranco o caco e caminho pingando sangue até o aparelho.
— Alô.
— Filha, desculpa te acordar. Sei que você trabalha à noite.
Minha mãe. Toda a culpa que preciso agora.
— Não tem problema, mãe. Tá tudo bem?
Meus olhos ardem com a luz e pisco várias vezes para me acostumar. Zac está dormindo como uma rocha no sofá. Preciso comprar um sofá-cama.
— Está sim, anjo, não se preocupe. É uma boa notícia. Sabe o Justin, que trabalha no posto de gasolina perto do seu trabalho, filho da Maria, minha amiga?
— Sei. — Se minha mãe ligou para falar da vida alheia, eu me jogo pela janela.
— Ele disse que tem uma vaga de dia lá pro Zac. Que quer conversar com você primeiro, que precisa de um favor. Só não me disse o que era.
Eu sei o que o Justin quer, e ele tem que ser muito filho da puta para usar minha mãe para me pedir droga.
— Vou lá falar com ele, mãe, mas tô tentando arrumar algo fixo pro Zac no bar.
— Ah, filha, eu prefiro que ele trabalhe de dia.
— E eu prefiro que ele trabalhe perto de mim.
Nem a pau que ele vai ficar com o Justin. Não sou uma boa influência, mas o Justin é conhecido em todos os pontos de drogas e isso não é nada bom.
— Você pode, pelo menos, ir falar com ele?
Meus motivos são diferentes dos dela, mas eu vou, sim.
— Daqui a pouco eu saio. Vou só tomar um banho. — E beber mais para não aumentar a ressaca.
— E quando vem me ver?
— Em breve, mãe, em breve.
...
Uma hora depois, estaciono a moto no posto. Justin está conversando com um colega de trabalho e para quando me vê.
— E aí, Laur, quanto tempo...
Eu o pego pela camisa e o encosto na parede.
— O que aconteceu quando você me pediu pó da última vez?
— Eita! Calma! — ele ergue as mãos, assustado.
— O que aconteceu?
— Você não quis me dar. Ficou regulando.
— Não sou traficante, Justin! Porra! Te conheço desde moleque. Nunca que vou te dar droga.
— Mas você usa.
Eu o encaro tão violentamente que ele retira o que disse.
— Tá bom, tá bom. Foi vacilo meu.
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Coração perdido (G!p)
FanfikceLauren teve as pessoas mais importante de sua vida mortas em um acidente de carro. Camila perdeu o pai e está com problema na família. Lauren é a pessoa que Camila deveria afasta. Lauren não gosta do tipo de pessoa que Camila convive. Elas são diver...