Capitulo 15

549 59 12
                                    


Pov. Lauren

Um barulho ensurdecedor me acorda. Como se milhares de sinos estivessem tocando juntos. Eu me levanto devagar e empurro a garrafa para o lado com mais força do que desejava. Ela se choca contra o chão e se quebra.

O barulho não para. Não para. Não para.

Eu me levanto em um pulo, sentindo a cabeça doer e um gosto horrível na boca. Então vou rápido até a porta e piso em um caco. O vidro corta minha pele. Uma lembrança da dor que o seu conteúdo ajudou a levar para longe na madrugada.

O relógio mostra onze horas da manhã. É cedo.

O telefone — agora sei que é daí que vem o som — não para. Levanto o pé, arranco o caco e caminho pingando sangue até o aparelho.

— Alô.

— Filha, desculpa te acordar. Sei que você trabalha à noite.

Minha mãe. Toda a culpa que preciso agora.

— Não tem problema, mãe. Tá tudo bem?

Meus olhos ardem com a luz e pisco várias vezes para me acostumar. Zac está dormindo como uma rocha no sofá. Preciso comprar um sofá-cama.

— Está sim, anjo, não se preocupe. É uma boa notícia. Sabe o Justin, que trabalha no posto de gasolina perto do seu trabalho, filho da Maria, minha amiga?

— Sei. — Se minha mãe ligou para falar da vida alheia, eu me jogo pela janela.

— Ele disse que tem uma vaga de dia lá pro Zac. Que quer conversar com você primeiro, que precisa de um favor. Só não me disse o que era.

Eu sei o que o Justin quer, e ele tem que ser muito filho da puta para usar minha mãe para me pedir droga.

— Vou lá falar com ele, mãe, mas tô tentando arrumar algo fixo pro Zac no bar.

— Ah, filha, eu prefiro que ele trabalhe de dia.

— E eu prefiro que ele trabalhe perto de mim.

Nem a pau que ele vai ficar com o Justin. Não sou uma boa influência, mas o Justin é conhecido em todos os pontos de drogas e isso não é nada bom.

— Você pode, pelo menos, ir falar com ele?

Meus motivos são diferentes dos dela, mas eu vou, sim.

— Daqui a pouco eu saio. Vou só tomar um banho. — E beber mais para não aumentar a ressaca.

— E quando vem me ver?

— Em breve, mãe, em breve.

...

Uma hora depois, estaciono a moto no posto. Justin está conversando com um colega de trabalho e para quando me vê.

— E aí, Laur, quanto tempo...

Eu o pego pela camisa e o encosto na parede.

— O que aconteceu quando você me pediu pó da última vez?

— Eita! Calma! — ele ergue as mãos, assustado.

— O que aconteceu?

— Você não quis me dar. Ficou regulando.

— Não sou traficante, Justin! Porra! Te conheço desde moleque. Nunca que vou te dar droga.

— Mas você usa.

Eu o encaro tão violentamente que ele retira o que disse.

— Tá bom, tá bom. Foi vacilo meu.

Coração perdido (G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora