Afraid of nothing

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Gerard sentiu-se mal no trabalho, parecia saber que algo de ruim poderia acontecer com alguém próximo se não impedisse. Logo tratou de sair daquele lugar, tentando enganar seu chefe com uma desculpinha boba, alegando que seu irmão havia se envolvido em um acidente e teria de correr para o hospital.

Nem pensou duas vezes para onde iria naquele momento, o seu ponto certeiro estava claro em sua mente e tudo lhe afirmava que seria a casa de Frank. Para o maior, a sensação ruim em seu interior previa que teria de correr para conseguir proteger Iero de algo que poderia machucá-lo, mas o que ainda não sabia o que era.

Por sorte, encontrou um táxi parado justamente na entrada do restaurante. Seguiu o caminho certo para casa do menor, estranhamente demonstrando para o taxista indicações de pontos próximos, pois não fazia ideia do endereço, o que dificultava e demorava ainda mais o trajeto.

Desceu do veículo assim que reconheceu a entrada da casa de Iero, pagou o motorista e começou a ficar ainda mais aflito assim que viu o portão aberto, lembrando-se que o menor jamais o esqueceria daquela maneira, por causa do grande medo de seu bairro.

Já tendo meio que uma noção do que estava acontecendo ali, adentrou a casa rapidamente, encontrando a porta encostada e não trancada. Lembrou de onde ficava a cozinha, caminhando com dificuldade por causa da escuridão.

Em ambos lugares não tinha ninguém e o silêncio ainda permanecia. Abriu uma das gavetas do armário e o vasculhou por algo que poderia realmente machucar alguém, que fosse um intruso, qualquer que estivesse ali sem ser convidado.

Ouviu alguns ruídos vindo em direção do banheiro, algumas vozes misturadas, uma aparentemente pertencia ao próprio Iero, mas também havia uma voz mais grossa do que Gerard conhecida, uma voz totalmente desagradável para os ouvidos do maior.

Primeiramente, Gerard se sentiu traído, seu peito queimava de dor como se havia levado uma facada, mesmo não tendo nada com o menor, se sentia ferido, pensando que alguém estava ali com Frank, no banho, como um casal. Mas engoliu a tristeza misturada com a raiva assim que ouviu o choramingo do menor.

Apressou o passo até o banheiro, abrindo a porta com cuidado e observando um rapaz alto, de vestimentas pretas e surradas, próximo ao box com o olhar cravado em Iero, se aproximando cada vez mais do outro, que escondia um grito de medo preso na garganta, enquanto deixava as lágrimas escorrerem fortemente por seu rosto.

"Saia de perto do Frank ou irá se machucar!" Gerard finalmente tomou coragem para falar, escondendo a faca que carregava em uma das mãos próximo a sua cintura, com um tom firme para intimidar o intruso.

"E quem é você para me obrigar?" O outro logo se virou, não demonstrando surpresa alguma ao perceber a presença do outro ali. Levou seu olhar para Gerard, observando-o de cima a baixo, fechando a cara e cruzando os braços contra o peito.

"Eu sou o... Noivo do Frankie..." Disse um pouco engasgado, tinha medo que o menor realmente se importasse com aquilo, mas também se sentiu incomodado, não por falar alguma besteira e uma enorme mentira.

Ele queria que fosse verdade.

O rapaz apenas virou os olhos entediado, como se estivesse recebendo uma bronca de sua mãe e nem se importasse com o que estava sendo obrigado a ouvir. Logo esqueceu a presença de Frank, que estava logo atrás dele, caminhando até a direção do maior, com passos firmes e pesados para mostrar sua fúria.

"Então é você que come o cuzinho dele agora? Hm? Awn... É uma pena que comigo ele nunca liberou, digamos que ainda não..." Enquanto o rapaz abria a boca imunda para soltar suas palavras horrendas e nojentas, Gerard ficava cada vez mais irritado, e com a pouca luz que corria por ali, ninguém ainda percebia que os olhos do outro ficavam cada vez mais cerrados e escuros.

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