Echo

97 13 0
                                    

Assim que Iero começou a se sentir melhor, mesmo depois de tentar lembrar o que havia acontecido na noite anterior e não ter obtido nenhum sucesso, resolveu tirar as próprias conclusões com a garota, Jamia, que de alguma forma nem dava sinal de que iria atender as ligações do outro.

Claramente sabendo que ela teria de estar no consultório do doutor Toro, pensou melhor em fazer uma visita até lá, com o intuito de encontrar a garota e conversar melhor com a mesma, esclarecendo os possíveis mal-entendidos da noite anterior.

Se arriscou a colocar os pés na rua, dando de encontro com uma breve chuva que já incomodava os moradores daquela cidade logo pela manhã. O menor resmungou baixinho e se viu obrigado a voltar para dentro de casa, afim de buscar algo para se proteger melhor da chuva que parecia que só estava começando a demonstrar sua presença fixa ali.

Caminhou pelas beiradas das ruas até o lugar de seu destino, dando de cara com a porta do consultório fechada e algo escrito em um papel colado no vidro do estabelecimento. Parecia ter acontecido algo recente, o que o fez fechar as portas momentaneamente.

Como aquele rapaz era tão curioso, é claro que era impossível conter-se da vontade de ler todas aquelas letrinhas quase explicitas em sua frente. E foi o que ele fez, observando com cautela cada linhazinha, tentando entender aos poucos o motivo do sumiço das pessoas ali.

Para sua enorme surpresa, jamais pensaria que aquilo escrito ali poderia ser alguma verdade. Seu corpo arrepiou-se todo e uma forte pontada arrastou-se por sua espinha, Iero estava apavorado novamente.

A vida estava mordendo seus miolos aos poucos e ele mal sequer tomava conta disto.

Naquele papel dizia que todos estavam de luto por uma causa, e que não abririam o local por alguns dias e pediam justiça para o esclarecimento do caso. Porém, Iero mal sabia que o pior ainda estava por vir.

Naquelas misturas de palavras momentaneamente sem sentido algum para o menor, demonstravam a frustação das pessoas e a indignação, por causa de uma coisinha.

Havia acontecido um assassinato na noite anterior, justamente com a secretária do doutor Toro, que havia até evitado de trabalhar, nem conseguia também.

O que eles mal sabiam eram que o culpado ainda se encontrava na cidade, e todos apontavam a pessoa que justamente havia saído com a moça na noite anterior, mas isso não fazia sentido? Claro que sim, pois quem mais poderia matar a moça se não estivesse ao lado dela?

A cidade ainda acordava com o choque da notícia, muitos ainda não faziam ideia do que havia ocorrido ali. Mas Frank temia, é claro, ele não se lembrava de quase nada da noite anterior, apenas de curtos fleches dos momentos, ciente que ele estava com a moça na noite anterior.

Assim que se deu conta de tudo, logo puxou a touca do moletom que usava para cima, afim de vedar seu rosto e sair dali o mais rápido possível. Claro que estava assustado, mas também precisava achar uma maneira de descobrir o que havia acontecido, e lógico, o porquê daquilo tudo.

Só sabia que Jamia não estava mais naquele mundo, agora, a garota estava morta.

Frank rapidamente voltou para casa e trancou todas as portas da mesma, estava com medo de que alguém aparecesse ali e o acusasse de tudo, o que não demoraria para acontecer, pois ele apenas se lembrava de levar a moça para um lugar conhecido para jantar.

Ele sentia falta de Gerard naquele momento, porém não fazia de ideia de como ou onde encontra-lo, aquilo estava o deixando aflito. Correu para a cozinha e logo tratou de engolir uma boa quantidade de comprimidos de seus diferentes tipos, dentre eles antidepressivos e calmantes fortes, mas que parecia uma eternidade para fazer efeito.

InsidiousOnde histórias criam vida. Descubra agora