06 | Fuga

194 13 0
                                    

Deviam ser oito horas quando abriram a porta sem fazer o mínimo de barulho, apercebeu-se então que aquilo era real e que tinha sido raptada. O mesmo homem que a trouxe, levou-a para a sala da casa, que era ainda mais luxuosa do que o quarto, se é que era possível.

Lá estavam sentadas num longo sofá, três pessoas. Conseguiu identificar duas, Klaus e Elena. Afinal ela não morreu. Mas o que se está realmente aqui a acontecer?

- Então é ela. - Disse um rapaz. Luana reparou que Klaus estava cabisbaixo e que Elena estava séria. Alguma coisa se passava, mas ela não percebia o quê. - Tens bom gosto Mikaelson - Disse o mesmo rapaz. Mas espera aí, MIKAELSON? - Prazer Luana, chamo-me Drew.- Levantou-se e deu um beijo na sua mão - E tu estás em maus lençóis. - O ar encantador do seu rosto desapareceu dando lugar a ódio.

- Eu não fiz nada. - Disse em sua defesa.

- Isso é o que todos dizem quando chegam aqui. - Disse Drew.

- Eu sinceramente não estou a perceber nada.

- Então eu avivo-te a memória. Sabes de um... caderno? - Drew tirou de dentro de uma mala o seu caderno em que todos os dias escrevia as suas descobertas sobre Klaus e o seu mistério.

- O que estavas a pensar quando fizeste isto? Que és mais inteligente que nós? Mas deixa estar, a culpa não é tua... a culpa é deste imbecil. - Olhou para Klaus que ficou furioso - O que foi Niklaus? Disse alguma mentira? Foste tu que deixas-te que ela escrevesse estas coisas, devias já saber as consequências.

- Como queria que soubéssemos? Estávamos mais ocupados em fazer o que nos manda do que olhar para ela. - Disse Elena, exaltada.

- Era a vossa obrigação ter cuidado - Gritou Drew. - Agora eu tenho que pensar o que fazer com ela - Dizia cautelosamente enquanto pensava em algo.

- O que acha que eu sei sobre isto?

- Depois do que eu li, estás muito perto de saber a verdade, falta-te algo, mas eu não posso correr riscos.

- E vai, o quê, matar-me por eu não saber uma coisa em concreto?

- Boa. Isso mesmo, vou matar-te! Á algum tempo que não vejo sangue a escorrer pela cabeça de ninguém.

Os três levantaram-se, Klaus agarrou em Luana e levou-a para a rua onde supostamente iria ser morta.

- Eu disse-te para manteres-te longe. - Disse Klaus sem olhar para ela.

- Tu não vais deixar-me morrer... pois não?

- A escolha foi tua. - Engoliu em seco e continuaram a andar.

- Eu prometo pôr-te uma flor todos os meses na tua campa. - Disse Elena - Agora, vou lá para dentro, não gosto de ver pessoas a morrer.

Luana já não pensava em mais nada. Só via o fim à sua frente. Um inocente ato pô-la nesta situação.

Klaus disse para Luana sentar-se numa cadeira e amarrou-a, só para ter a certeza de que ela não tentaria escapar. Drew chegou com a pistola na mão e começou a fazer pontaria para ela, Klaus estava ao seu lado a olhar para a criatura indefesa que estava a sua frente.

- Últimas palavras? - Ela abanou a cabeça negativamente e ele apertou o gatilho. Ela fechou os olhos. A última coisa que viu foi a silhueta de Klaus, devia ter dito que Klaus era incrivelmente apetecível, mas agora já era tarde de mais.

Ao menos era o que ela pensava. Na fração de segundo enquanto Drew apertava o gatilho e disparava. Klaus deu um pontapé na mão de Drew, deixando a pistola cair e o tiro ir para outra direção sem ser para Luana.

Klaus pega na arma e aponta para Drew. Drew ri.

- Os teus problemas nunca vão acabar se eu morrer, Niklaus. Tu sabes disso.

- Eu sei. Mas também não vão melhorar. - Nisto, Klaus dá um tiro no ombro e outro na perna de Drew. Drew gritou de dor. Klaus desamarrou Luana da cadeira e pediu para que corresse para dentro de um carro cinzento.

Klaus veio a correr para dentro do carro e sentou-se no lugar do condutor, iniciando assim a sua condução.

- Podias ter matado ele. - Disse Luana ainda ofegante.

- Eu sei. Mas matar pessoas não está na minha lista de coisas a fazer antes de morrer. Agora presta atenção ao que eu vou dizer. Ele vai ficar pelo menos uns cinco dias muito debilitado mas de certeza que vai mandar pessoas atrás de nós.

- Nós?

- Sim. Nós. Meteste-te nesta história agora vais ter de acabá-la. Na verdade, eu pensei em fazer isto, mas não estava a contar que sobrevivesses, então, eu já tenho as minhas malas aqui. Falta as tuas.

- E quem disse que eu quero ir?

- Eu não sei se te lembras mas a uns 2 minutos atrás eu salvei-te a vida.

- Foste tu que a puseste naquele ponto.

- Eu ou a tua maldita curiosidade?

- Eu não posso deixar toda a gente assim, eu tenho planos para o meu futuro, eu tenho pessoas que gostam e se preocupam comigo.

Klaus travou bruscamente o carro e encarou-a por algum tempo.

- Eu salvei a porra da tua vida. Eu podia ter deixado morreres ali, mas pela primeira vez na vida salvei alguém. Tu pensas que eu também não tenho planos para o meu futuro?

- Sinceramente preferia morrer agora do que estar a adiar a minha morte. Ou achas que vamos sair daqui vitoriosos? - Klaus refletiu no que Luana disse.

- Eu não posso morrer sem saber que fiz o possível para sobreviver. Agora diz-me onde fica a tua casa.

Chegaram a casa de Luana passados uns vinte minutos. Luana saiu do carro e entrou em casa, a esta hora os seus pais estavam a trabalhar. Foi ao seu quarto e jogou todas as suas roupas para dentro de uma mala, pegou em todo o seu dinheiro guardado para quando quisesse tirar a carta de condução e pôs na carteira. No fim, sentou-se na sua secretária e começou a escrever uma carta para os seus pais, a pedir desculpa por tudo isto, mas que era o certo a fazer e outras tantas desculpas. E escreveu outra para Hassan.

" Hassan,

Se estás a ler esta carta é porque eu fugi. Deves te estar a perguntar o porquê, isso eu não posso te dizer, mas quero que saibas que eu estou bem, e se fiz isto foi porque não tive outra hipótese.

Espero voltar em breve e aí poder-te dizer a verdadeira razão porque fiz isto.

Vou sentir muitas saudades tuas, és o melhor amigo (e mais engraçado e convencido) de sempre.

Uma almofada na cara da tua amiga, Luana.

P.S.- espero que não pares de dizer as tuas piadas sobre o teu extraordinário Zezinho, quem sabe um dia ainda escrevas um livro só a falar dele. Aposto que não te importarias. "


Deixou as cartas em cima da secretária, pegou nas malas e desceu. Na porta de casa, estava Klaus de pé ao lado do carro, sempre com o seu ar sério e ao mesmo tempo irresistível. Ele pegou na mala e meteu-a no porta-bagagem ao lado das suas.

Havia muita coisa ainda por explicar mas com certeza iriam ter tempo mais que suficiente para as esclarecer.

- E a Elena? Ela ficou lá na casa.

- Ela ou está morta ou escapou. - Luana arrepiou-se.

CuriousOnde histórias criam vida. Descubra agora