12 | Milionário?

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Luana acordou por volta do meio dia. Olhou para o lado e não viu Klaus, apenas viu os seus lençóis jogados na cama o que significa que ele dormiu lá.

Fechou os olhos de novo, tinha medo de vê-lo, sabia que ia ser mais constrangedor do que nunca. Abriu de novo os olhos, ao seu lado estava um bilhete que dizia:

"Faz as malas. Encontramo-nos 12:30 na recepção.

Klaus"

Tinha meia hora para se despachar, não ia dar tempo para nada. Foi ao armário, tudo o que era de Klaus já tinha desaparecido, tirou as suas roupas dos cabides e jogou tudo para a mala. Restavam-lhe 20 minutos. Pegou no B.I. falso e foi à casa de banho, a foto do B.I. era de Elena só que com outro nome. Pegou no batom e pintou os lábios de vermelho, como Elena tinha e pôs lápis preto à volta dos olhos, tal como na imagem. Ainda passou outros tantos produtos e amarrou o cabelo.

Já estava atrasada 10 minutos, pegou na mala e foi ter à recepção. Klaus ficou com o coração nas mãos assim que viu Luana entrar na recepção.

- Vamos? - Klaus caiu na realidade.

- Demoras-te - Disse ainda tentando recompor-se. Luana assentiu.

Saíram do hotel e foram para um carro que Albert tratou de alugar para eles. Assim, iniciaram a sua longa viagem até Atlanta ao som das músicas da talentosa Lana Del Rey.

O ambiente estava normal, como se o quase beijo e todo aquele clima de ontem não tivesse acontecido.

- Estás com fome?

- Isso pergunta-se? - Klaus refletiu, realmente nunca se pergunta se a Luana está com fome, pois ela tem sempre.

Pararam num café Starbucks e tomaram o pequeno-almoço, aproveitaram e compraram outras coisas para irem comendo ao longo da viagem. Já haviam retomado o seu rumo quando Luana quebra o silêncio.

- O que fazias no cemitério na noite do baile da faculdade? - Perguntou olhando para ele que estava muito atento na estrada.

- Fui visitar o meu irmão. - Ele estava calmo, se calhar até fosse verdade.

- Á noite? Pois fica sabendo que eu vi-te junto com outras pessoas antes, mataram uma rapariga, não foi?

- Eu nunca matei ninguém. - Mas também nunca antes tinha salvado alguém.

- Então o que foi aquele grito?

- Não sei do que estás a falar. - Luana revirou os olhos.

- Diz-me a verdade, acho que já mereço saber.

- Não há verdade nenhuma, tu é que fazes muitos filmes nessa cabeça. - Luana voltou a olhar em frente frustrada, por não ter sido desta que ele revela-lhe algo.

Horas depois chegaram a Atlanta, estavam exaustos mas ainda tinham que ir ao banco transferir o dinheiro.

Luana foi com ele até ao banco, onde Klaus usou o sistema informático criado por Albert e mudou tudo para a nova conta dele, para o novo ele, mais propriamente Joseph, sim, Klaus agora era reconhecido como Joseph e Luana como Mel. Era estranho, mas não tinham outra alternativa.

Ao fazer a transferência bancária, Luana não pôde deixar de reparar nos imensos zeros que a conta de Klaus tinha, ele era o quê? Milionário?

Á saída do banco ela quis esclarecer isso.

- Como é que tens tanto dinheiro? Só estás no terceiro ano da faculdade.

- Foi uma herança. Agora para de fazer perguntas, ficas tão mais bonita quando não me chateias.

- Isso foi uma ofensa. - Klaus olhou para ela.

- Estava a brincar, tu és linda de qualquer jeito.

- Klaus a elogiar-me? O que queres em troca?

- Se sou simpático é porque sou simpático... - Luana riu.

...

Apertou o cinto e olhou pela janela, as pessoas, edifícios e de mais coisas começaram a ficar cada vez mais pequenas, mais pequenas até não se distinguirem-se e serem só um ponto no meio do nada.

Luana estava desanimada, agora mais do nunca estava longe da sua família e amigos. Klaus olhou para ela, de certa forma sentia-se culpado por ela estar assim, mas ela é que tinha se metido nesta história. No entanto, ele sentia-se no dever de a proteger, mais do que tudo. Apertou a mão dela, este toque fê-la estremecer, não estava nada a espera disto, na verdade, estremecia sempre que ele a tocava. Olhou para Klaus, ele também estava desanimado, ele também estava a deixar para trás pessoas que certamente gostava.

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