10 | Video Game

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As horas passavam, mas a lembrança daquele beijo não. Não voltara a ver Klaus naquele dia e perguntava-se onde é que ele estaria, na verdade não sabia se queria vê-lo, achava que seria constrangedor.

Foi andando pelo hotel, as pessoas passavam por ela como se ela fosse invisível, tinha saudades de um "Sabias que o meu Zezinho é tão grande que enrola-se pela minha perna abaixo?", nunca se apercebeu a falta que um amigo faz como agora. Perguntava-se constantemente se ele estaria bem, e isso era tão estúpido, porquê que ela iria se interrogar se sabia a resposta?

- Vai haver um baile hoje. - Assustou-se por ter sido puxada pelo braço até alguém, mas acalmou-se assim que apercebeu de quem era a voz.

- Não podes simplesmente agir como uma pessoa normal? Quase mataste-me! - Ele fez uma expressão de indiferente e prosseguiu.

- Arranja uma roupa bonita e vamos.

- E se eu não quiser ir?

- Isso já é contigo.

- Não achas que deveríamos falar? - Mais uma vez Luana falou para as paredes, Klaus retomou o seu rumo deixando a pequena irritada.

Luana voltou para a sua suite e deitou-se na cama, não iria para o baile nem por nada neste mundo. Ele estava a deixa-la louca, nem os maiores psicólogos do mundo perceberiam a mente de Klaus Mikaelson.

Deixou-se ficar a ver um programa de culinária qualquer até que Klaus entra no quarto. Começou por tirar o casaco, e depois a camisola, Luana tentava não olhar mas era quase impossível, fechou os olhos, porque raio ele estava se despindo na frente dela? Abriu-os tento a perfeita visão dos seus boxers pretos. Tremeu de euforismo, de ansiedade, de curiosidade, de frustração. Foi até ao armário e tirou de lá um smoking e só aí reparou em Luana, que estava concentrada a ver as suas unhas para não olhar para outro lugar.

- Se fores com essa roupa ao baile ninguém vai te querer. - Disse tirando o smoking do cabide.

- Eu não vou. - Klaus agora vestia as calças, Luana não pôde deixar de olhar para as suas pernas grossas.

- Dizes que é para nós nos darmos bem mas à primeira coisa que eu faço - Luana interrompe-o.

- Não podes ser só tu que tens dias maus, Klaus.

Klaus aproxima-se dela, estava com as calças de tecido abotoadas e a camisa branca aberta deixando à vista aquela barriga definida, não em exagero mas simplesmente perfeita, feita à medida de Klaus. Pegou no braço de Luana e arrancou-a da cama, ela ia gritar com ele, que aquilo não se fazia mas Klaus não iria ouvir por isso ficou calada à espera do que iria se suceder.

Os olhos dele eram castanhos claros quase como a cor de uma amêndoa, Luana só reparou nesse pormenor agora que estavam tão próximos. Imaginou a cena de manhã e pensou que se calhar isso fosse repetir-se agora, mas não. Klaus acabou de abotoar a camisa mesmo na sua frente, a cada botão abotoado era uma frustração para Luana. Klaus deu um sorriso safado enquanto os abotoava e Luana ficava se perguntando o porquê de ele estar a fazer aquilo. Depois de se calçar, Klaus abriu a porta da suite.

- Vamos.

- Isto tudo só para isso? Já deverias saber a resposta.

- Isto tudo porque temos de ir.

- Eu não quero ir ao baile!

- Eu sei. - Agarrou no braço dela e à bruta levou-a do quarto para fora.

- Onde vamos? - Ele ignorava-a - Klaus! - Ele continuava ignorando-a - Vais me matar como fizeste à rapariga? - Klaus continuou a andar como se não tivesse acabado de ouvir que era um assassino.

Saíram do hotel, as luzes das ruas começavam a acender, Klaus chamou um táxi e poucos minutos depois estavam num bairro com casas geminadas, parecia tudo muito monótono ali. Klaus continuava sério (e ao mesmo tempo irresistível) como sempre.

Se Luana quisesse percebê-lo tinha de ir além do que ele deixava mostrar, tinha que perceber o seu interior, a sua mente e só depois de descobrir o seu ponto fraco, atingi-lo e usá-lo a seu favor, fazendo-o declarar todos os segredos que ele faz tanta questão em guardar.

Klaus mandou parar o táxi após a milésima casa igual que viu. Saíram do carro e ele tocou na campainha, Luana não estava a perceber nada do que estava ali a decorrer e estava a começar a ficar com frio. Abriu a porta e um homem moreno e musculado disse amigavelmente para entrarem.

- Pensei nunca mais vir a ver-te. - Disse o homem dando palmadas nas costas de Klaus e depois olhou para fora tentando ver se mais alguém vinha - A Elena? - Klaus manteve o olhar fixo no homem - Sinto muito.

- A propósito, esta é a Luana.

- Albert. - Disse pegando na mão de Luana e dando um beijo, esta deu um pequeno sorriso. - Ela também conseguiu escapar?

- Sim, é aquela que eu salvei, mas isso é outra história. - Apressou-se - Tens o que eu quero saber?

- Tenho. Mas venham, sentem-se. - A sala de Albert era pequena mas bem arranjada, aliás, muito bem arranjada para um homem. Sentaram-se nos sofás, Luana ficou ao lado de Klaus no sofá grande e Albert sentou-se no cadeirão vermelho. - O Drew saiu hoje do hospital. Os "soldados", como eu gosto de os chamar, estão longe daqui, fizeste bem em despistá-los.

- Onde é que eles estão?

- Na minha última pesquisa estavam a vasculhar todos os recantos de Nova Iorque.

- Como consegues obter essas informações? - Perguntou Luana.

- Eu já fui um deles. - Criou-se um certo clima de compreensão e Albert prosseguiu. - Agora tudo o que têm a fazer é manterem-se discretos.

- Só há um problema. - Disse Klaus. - A conta bancária. Estou a ficar sem dinheiro, preciso de fazer levantamentos mas se o fizer eles vão descobrir onde estou.

- Eu já tinha pensado nisso. Tenho aqui B.I. falsos para vocês, quer dizer, estava a contar que fosse a Elena por isso ficas com o dela. Também criei um sistema informático que destrói a tua conta bancária assim que transferires tudo para a tua nova conta, eles vão conseguir saber que tudo foi transferido mas não saberão para onde.

- Sempre soube que não me irias desiludir. - Albert sorri e continua.

- Sugiro que depois saiam do país, não podemos correr quaisquer riscos.

- Já estava a contar com isso.

- Ainda não percebi o que é que eles fazem, do que nós estamos a fugir...

- Se o Niklaus ainda não to explicou, então não vai ser eu. - Luana revirou os olhos, Albert riu da reação dela e Klaus continuou pensativo até se levantar e ir à cozinha. - Estou admirado em ele ter-te salvo.

- Eu sei que não é hábito dele salvar as pessoas.

- Oh, acredita que não, foste a primeira.

- Eu sei. - Ele assentiu e com isto Klaus chega.

...

Ficaram para jantar e fizeram uma noitada de vídeo games, pela primeira vez Luana viu Klaus a reagir como um rapaz normal. O tempo foi passando e os jogos também até que Luana adormeceu no grande sofá.

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