Acordou com a luz do sol que vinha da grande janela do teto, era quase impossível olhar para o lado de fora pois aquele sol da manhã cegava. Tomou um banho quente e vestiu o roupão branco, só depois desceu com o objetivo de ignorar Klaus.
Chegou à cozinha onde Klaus estava sentado na bancada, (in)felizmente só de boxers, a comer uma maçã. Assim que a viu, ele saiu de cima do balcão e ficou a ver o que tinha nos armários, será que estava a tentar ignorá-la também? Luana sentou-se na mesa dos bancos altos depois de preparar o seu café.
- Desculpa. - Disse Klaus, parando de olhar para dentro dos armários e encarando Luana.
- Porquê? - Merda, era suposto ela ignorá-lo.
- Eu não queria ter te dito aquilo. - Luana olhou para dentro da sua caneca. - É que eu não gosto dele, ele é um sacana. Nem sei como é que és amiga de uma pessoa assim - Luana encarou-o - Mas isso é contigo, eu não tenho nada a ver.
- Ainda bem que sabes.
- Desculpas-me?
- Não devia.
- Mas vais, não vais?
- Prepara-me um bom almoço que depois eu digo-te a resposta. - Klaus sorriu
...
Ao final da tarde começavam a falar mais, ao jantar o ambiente já estava mais normal.
- Comprei vinho tinto, queres provar?
- Nunca provei desse.
- Há sempre uma primeira vez para tudo.
Levantaram-se da mesa e dirigiram-se ao sofá. Klaus acendeu a luz da sala mas esta teimava em não brilhar.
- Acho que levamos um furto com esta casa.
- É só uma lâmpada.
- Que não acende.
- Não seja por isso. - Klaus sorriu, descansando o vinho e dois copos na mesa, e saiu por instantes, quando regressou tinha duas velas acesas e pousou-as na mesa para que pudessem sequer ver onde estavam a pôr o vinho.
- Bem pensado. - Disse Luana. Klaus abriu a garrafa fazendo a rolha ir bater ao outro lado da sala e deitou um pouco de vinho nos copos.
- Prova, não é assim tão mau. - Luana fez uma careta mas lá acabou por beber.
- Tens razão, não é assim tão mau.
- Eu sei, eu tenho sempre razão.
- Sim, tirando todas as vezes que eu tenho razão. - Riram.
- Nunca deveríamos discutir.
- Sentiste assim tanta falta da minha companhia? - Klaus tomou outro gole de vinho.
- Acho que tu é que sentiste mais.
- Custa-te tanto admitir que não consegues ficar um dia sem falar comigo?
- Custa, porque não é verdade, e tu?
- Não, porque eu falo com o Mike e ele é muito mais simpático, mais engraçado... - Klaus pediu-lhe para se calar pondo um dedo ao meio dos lábios dela.
- Não vamos falar dele, pois não? - Luana riu.
- Não.
- Até porque eu sou melhor do que ele em tudo. - Luana voltou a rir.
- Enche o meu copo e para de dizer asneiras. - Assim ele o fez.
- O que pensas que estarás a fazer daqui a cinco anos?
- Penso que isto tudo já terá terminado e que eu já tenha um rumo na minha vida.
- Eu estava-me a referir a nós. O que achas que vamos estar a fazer daqui a cinco anos?
- Não faço a mínima ideia e tu? - Klaus bebeu um gole do seu vinho e olhou para o copo já vazio
- Também não sei...
- Isto foi uma pergunta estranha.
- Pois foi. - Voltou a olhar para ela e decidiu levantar-se.
- Onde vais?
- Já vais ver.
Klaus foi até a uma aparelhagem e ligou-a. Na rádio estava a passar "Love me like you do".
- Nem de propósito. - Sussurrou. Foi até Luana que se encontrava no mesmo sítio em que a deixara. - Dás-me a honra desta dança?
- Claro que dou, Klaus.
E assim, os dois começaram a dançar ao som desta música que é tão linda e ao mesmo tempo tão excitante e que não se podia enquadrar mais neles.
Dançavam ao som da música sem passos ou tempos certos, apenas fluidos pelo momento (e também pela bebida). Estavam próximos, e antes que a música sequer chegasse a metade, beijaram-se como dois desesperados fogosos, dois amantes que estavam desejosos de matar o desejo, como um casal que já não se via a anos.
- Luana - Disse Klaus tentando ganhar ar.
- Klaus - Disse Luana entre suspiros.
Os dois subiram aos tropeções para o quarto e Klaus prendeu-a contra a parede, desceu os seus beijos para o pescoço e mordeu ao de leve, deixando marcas que mais tarde seriam bem visíveis. Luana tentava tirar desajeitadamente a camisa de Klaus, conduzida através do tacto pois os seus lábios continuavam colados, separados só por segundos usados para respirarem. Quando essa peça de roupa se encontrava no chão, foi a vez de Klaus tirar agilmente o vestido de Luana e mandá-lo para a outra ponta do quarto, mas sem antes olhá-la e recuperar a respiração.
- És tão linda.
Depois foi Luana que desapertou o seu sinto e tirou as calças de Klaus, ficando assim só de boxers.
Entre beijos e amassos, os dois caíram na cama mas algo os incomodou.
- Merda.
- Deixa estar a campainha. - Disse Luana e voltaram a um novo beijo, entretanto a campainha continuava a tocar. - Ok, vai lá.
Klaus vestiu o roupão preto e desceu até a entrada dando-se de caras com Mike.
- A Mel?
- Eu não te disse que não te queria mais aqui?
- Disseste, mas eu não ligo a palhaços. Onde está a Mel? - Klaus desapertou o roupão e mostrou o peito com alguns arranhões criados minutos atrás.
- Queres mesmo saber onde ela está? - Dito isto lançou-lhe um sorriso de orelha a orelha e fechou-lhe a porta na cara.
Passou pela cozinha e foi buscar morangos com chocolate e por fim subiu para o quarto. Luana estava já sentada debaixo do edredão e Klaus sentou-se ao seu lado.
- Quem era?
- Ninguém. Trouxe morangos com chocolate. - Disse dando um a ela que comeu logo.
- Isto foi...
- Bom. - Luana riu envergonhada - O que foi? É verdade.
- Estavas a planear isto desde quando?
- Ambos estávamos a planear isto e já passava da hora de te beijar de verdade. - Dito isto, inclinou-se e beijou-lhe até ambos ficarem sem ar.
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Curious
Mystery / Thriller"Curious" trata-se de uma história onde tudo começa pelo próprio nome: curiosidade. Dois jovens que tentam evitar o inevitável, e não... não estou a falar de amor. Mortes, fugas e intrigas. Isto é "Curious"! Capa feita por: xLuana_ Copyright © AnaS...