16 | Love me like you do or not

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Acordou com a luz do sol que vinha da grande janela do teto, era quase impossível olhar para o lado de fora pois aquele sol da manhã cegava. Tomou um banho quente e vestiu o roupão branco, só depois desceu com o objetivo de ignorar Klaus.

Chegou à cozinha onde Klaus estava sentado na bancada, (in)felizmente só de boxers, a comer uma maçã. Assim que a viu, ele saiu de cima do balcão e ficou a ver o que tinha nos armários, será que estava a tentar ignorá-la também? Luana sentou-se na mesa dos bancos altos depois de preparar o seu café.

- Desculpa. - Disse Klaus, parando de olhar para dentro dos armários e encarando Luana.

- Porquê? - Merda, era suposto ela ignorá-lo.

- Eu não queria ter te dito aquilo. - Luana olhou para dentro da sua caneca. - É que eu não gosto dele, ele é um sacana. Nem sei como é que és amiga de uma pessoa assim - Luana encarou-o - Mas isso é contigo, eu não tenho nada a ver.

- Ainda bem que sabes.

- Desculpas-me?

- Não devia.

- Mas vais, não vais?

- Prepara-me um bom almoço que depois eu digo-te a resposta. - Klaus sorriu

...

Ao final da tarde começavam a falar mais, ao jantar o ambiente já estava mais normal.

- Comprei vinho tinto, queres provar?

- Nunca provei desse.

- Há sempre uma primeira vez para tudo.

Levantaram-se da mesa e dirigiram-se ao sofá. Klaus acendeu a luz da sala mas esta teimava em não brilhar.

- Acho que levamos um furto com esta casa.

- É só uma lâmpada.

- Que não acende.

- Não seja por isso. - Klaus sorriu, descansando o vinho e dois copos na mesa, e saiu por instantes, quando regressou tinha duas velas acesas e pousou-as na mesa para que pudessem sequer ver onde estavam a pôr o vinho.

- Bem pensado. - Disse Luana. Klaus abriu a garrafa fazendo a rolha ir bater ao outro lado da sala e deitou um pouco de vinho nos copos.

- Prova, não é assim tão mau. - Luana fez uma careta mas lá acabou por beber.

- Tens razão, não é assim tão mau.

- Eu sei, eu tenho sempre razão.

- Sim, tirando todas as vezes que eu tenho razão. - Riram.

- Nunca deveríamos discutir.

- Sentiste assim tanta falta da minha companhia? - Klaus tomou outro gole de vinho.

- Acho que tu é que sentiste mais.

- Custa-te tanto admitir que não consegues ficar um dia sem falar comigo?

- Custa, porque não é verdade, e tu?

- Não, porque eu falo com o Mike e ele é muito mais simpático, mais engraçado... - Klaus pediu-lhe para se calar pondo um dedo ao meio dos lábios dela.

- Não vamos falar dele, pois não? - Luana riu.

- Não.

- Até porque eu sou melhor do que ele em tudo. - Luana voltou a rir.

- Enche o meu copo e para de dizer asneiras. - Assim ele o fez.

- O que pensas que estarás a fazer daqui a cinco anos?

- Penso que isto tudo já terá terminado e que eu já tenha um rumo na minha vida.

- Eu estava-me a referir a nós. O que achas que vamos estar a fazer daqui a cinco anos?

- Não faço a mínima ideia e tu? - Klaus bebeu um gole do seu vinho e olhou para o copo já vazio

- Também não sei...

- Isto foi uma pergunta estranha.

- Pois foi. - Voltou a olhar para ela e decidiu levantar-se.

- Onde vais?

- Já vais ver.

Klaus foi até a uma aparelhagem e ligou-a. Na rádio estava a passar "Love me like you do".

- Nem de propósito. - Sussurrou. Foi até Luana que se encontrava no mesmo sítio em que a deixara. - Dás-me a honra desta dança?

- Claro que dou, Klaus.

E assim, os dois começaram a dançar ao som desta música que é tão linda e ao mesmo tempo tão excitante e que não se podia enquadrar mais neles.

Dançavam ao som da música sem passos ou tempos certos, apenas fluidos pelo momento (e também pela bebida). Estavam próximos, e antes que a música sequer chegasse a metade, beijaram-se como dois desesperados fogosos, dois amantes que estavam desejosos de matar o desejo, como um casal que já não se via a anos.

- Luana - Disse Klaus tentando ganhar ar.

- Klaus - Disse Luana entre suspiros.

Os dois subiram aos tropeções para o quarto e Klaus prendeu-a contra a parede, desceu os seus beijos para o pescoço e mordeu ao de leve, deixando marcas que mais tarde seriam bem visíveis. Luana tentava tirar desajeitadamente a camisa de Klaus, conduzida através do tacto pois os seus lábios continuavam colados, separados só por segundos usados para respirarem. Quando essa peça de roupa se encontrava no chão, foi a vez de Klaus tirar agilmente o vestido de Luana e mandá-lo para a outra ponta do quarto, mas sem antes olhá-la e recuperar a respiração.

- És tão linda.

Depois foi Luana que desapertou o seu sinto e tirou as calças de Klaus, ficando assim só de boxers.

Entre beijos e amassos, os dois caíram na cama mas algo os incomodou.

- Merda.

- Deixa estar a campainha. - Disse Luana e voltaram a um novo beijo, entretanto a campainha continuava a tocar. - Ok, vai lá.

Klaus vestiu o roupão preto e desceu até a entrada dando-se de caras com Mike.

- A Mel?

- Eu não te disse que não te queria mais aqui?

- Disseste, mas eu não ligo a palhaços. Onde está a Mel? - Klaus desapertou o roupão e mostrou o peito com alguns arranhões criados minutos atrás.

- Queres mesmo saber onde ela está? - Dito isto lançou-lhe um sorriso de orelha a orelha e fechou-lhe a porta na cara.

Passou pela cozinha e foi buscar morangos com chocolate e por fim subiu para o quarto. Luana estava já sentada debaixo do edredão e Klaus sentou-se ao seu lado.

- Quem era?

- Ninguém. Trouxe morangos com chocolate. - Disse dando um a ela que comeu logo.

- Isto foi...

- Bom. - Luana riu envergonhada - O que foi? É verdade.

- Estavas a planear isto desde quando?

- Ambos estávamos a planear isto e já passava da hora de te beijar de verdade. - Dito isto, inclinou-se e beijou-lhe até ambos ficarem sem ar.

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