Capítulo 6

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Passei meia hora me olhando no espelho, e decidi trocar de roupa pela décima vez. Não sei por que me produzir tanto apenas para sair com o Adam. Pelo amor de Deus, era o Adam o sujeito que achava divertido bater nos outros e assustar geral. Peguei um vestido florido roxo e rosa, com a saia um pouco rodada e aberto nas costas. Seria esse mesmo!
     Uau, quem é o sortudo que merece toda essa super produção.
Olhei para meu pai encostado no batente da porta, eu me perguntava como que um homem como ele ainda estava solteiro. Já que ele tinha cabelos grisalhos e tremendos olhos azuis.
-- Vou sair com meu colega de trabalho.- falei sorrindo, enquanto ajeitava meu cabelo para que ficasse com ondas. -- Prometo, não chegar tarde.
-- Esse colega seria o tal do Adam?- calcei meus saltos marrons com uma abertura na frente, de cano médio.
-- Sim, pai.- falei fingindo estar sem empolgação.
-- Gosto dele.- olhei incrédula para ele e ele deu de ombros.-- Ele é um bom garoto, me ajudou a reformar seu apartamento.
Ouvi a campainha tocar e respirei fundo. Não queria estar anciosa mais estava, e meu pai percebeu isso. Não sei por que estava saindo com ele quando ele tinha a irmã do super gato.
-- Tenho uma surpresa pra você. Feche os olhos.- e foi o que eu fiz, senti algo gelado tocar meu pescoço e sorri. Quando abri os olhos havia uma corrente de prata com uma pequena fada de lápis lazúli.
-- Pai eu...
-- Era da sua avó, eu tinha que passar para sua mãe, mas as circunstâncias mudaram então, nada melhor do que deixar ele pra você.-- abracei ele e dei um enorme beijo em seu rosto.
-- Obrigada.- peguei minha bolsa.-- Te amo.
Ele sorriu, então eu desci e pelo vidro da porta pude ver o sujeito parado lá fora. Abri a porta e me surpreendi ao vê-lo de camisa social branca com as mangas dobradas na altura do cotovelos. Um sorriso idiota surgiu no rosto dele enquanto ele me olhava da cabeça aos pés.
-- Você está linda.- sua voz saiu um pouco rouca demais. O que me causou um arrepio involuntário.
-- Obrigada.- sai fechando a porta atrás de mim.-- Onde vamos ?
-- Uma surpresa.- me estendeu a mão.
Exitei mas por fim segurei em sua mão, então eu olhei para a moto preta. Seu olhar capturou o meu e eu ergui uma sobrancelha.
-- Vamos de moto?- ele sorriu como se fosse óbvio.
-- Quer ir a pé?
-- Bem melhor, estou de vestido caso não tenha notado.- então uma malícia surgiu em seu rosto.
-- Eu percebi, e estou bem surpreso. Você tem um belo par de pernas.-zombou.
-- Bobo.- soquei seu ombro e segui andando quando virei a direita ele riu.
-- É pra lá que vamos.- olhei para ele apontando para a direção oposta e segui andando apressada.

Depois de andar muito senti minhas pernas se cansarem então resmunguei. Malditos saltos! Lindos e desconfortáveis, ou eu que estava desacostumada já que não usava muito salto.
-- Adam! Já estamos chegando?- olhei para ele que ria.
-- Já sim.- seu rosto se aproximou do meu então me apavorei com medo de que viesse um beijo.-- Feche os olhos.
-- Você não vai me matar ou traficar meus órgãos, não é?- perguntei recuando e ele gargalhou.
-- Não, não vou agora feche os olhos.
Assenti e Fechei. Senti um tecido fino cobrir meus olhos, como garantia de que não houvesse meios de eu espiar. Ele segurou minha mão e eu me arrepiei, agora com os olhos cobertos eu podia ouvir a respiração calma dele, podia sentir o calor da sua pele e sentir o aroma do seu perfume. Ouvi um estalo de algo então me retrai de medo, ouvi vozes cochichando e tentei ouvir o que diziam.
-- Acho que pode tirar a venda.- murmurou em meu pescoço.

Adam pov

Quis ter certeza de que tudo estava certo, então deixei ela me esperando e fui até meu primo. Ele me garantiu que havia posto tudo no devido lugar, que estava tudo do jeito que eu havia dito. Não conseguia entender bem o motivo de levar ela até meu refúgio, minha caverna, como meu primo dizia, mas eu queria compartilhar aquilo com ela.
Assim que pedi para que ela tirasse a venda, pude ver o brilho nos seus olhos e um sorriso magnifico que me roubou todo o ar surgir.
-- Adam isto é...maravilhoso!- ela me olhou e tornou a olhar para o meu chalé que havia sido enfeitado e posto uma mesa de jantar para dois na frente dele. -- Nem sei se maravilhoso descreve o quanto isto está lindo!
-- Quer me acompanhar, senhorita.- puxei sua mão até a mesa, puxei a cadeira para que ela se sentasse e servi um pouco de vinho em sua taça.-- Gostou?
-- Sim.- sorriu e deu um pequeno gole no vinho.-- É lindo, de quem é?
-- Meu.- sorri e me sentei.-- Herdei da minha mãe.
-- Ah, ela tinha um enorme bom gosto!
-- Sim, tenho que te trazer aqui quando estiver dia. Tem uma cachoeira maravilhosa há alguns quilômetros daqui.- falei enquanto ela sorria.
-- Este lugar é maravilhoso!
Sorri. A cara dela quando um garçom surgiu com um prato de frango ao molho, foi a melhor coisa que eu já havia visto. Comemos enquanto ela me contava sobre sua irmã. Era quase bem impossível, se alguém me visse ali, naquele momento, daquele jeito. Me diria que eu estava caído de amores por ela.
-- Que tal uma volta pelo chalé?- me sugeriu e eu aceitei. Entrei em casa notando como ela havia ficado boba, olhava tudo ali. Como se quisesse absorver cada detalhe daquele lugar, meu refúgio de paz agora também era dela. Olhou os quartos e ficou abobada com a vista que eles tinham.-- É quase inacreditável saber que você, Adam com toda aquela fama de briguento e assassino, tenha armado algo assim.
-- E o que você achou?- perguntei me aproximando. Aproveitando que ela estava contagiada pelo clima do lugar.
-- Maravilhoso.- sorriu.-- Já mais esperaria algo assim de você.
-- E agora que viu que eu não sou nenhum assassino.- puxei sua cintura pra mim.-- Que tal sair comigo mais vezes, sabe? Me dar uma chance.
-- Uma chance?- retrucou sorrindo enquanto meu nariz vagava lateral do seu pescoço, absorvendo cada essência e aroma daquela pele macia.
-- Isso mesmo.- mordisquei sua orelha com um brinco de pedrinha e ri da reação dela. Se encolher.-- Você me deixa atraído, queria ter feito isso antes. Naquela noite que você entrou em meu quarto.
-- Adam...- meu nome saiu quase como se fosse uma súplica. Aquela voz doce,manhosa e sedutora me fez incendiar por dentro. Sem espera um único instante, colei nossos lábios. Ela tinha um gosto doce.
Apertei ainda mais seu corpo, ela aceitou dessa vez e contribuiu sem lutar, ou tentar me morder. Não podia deixar minha chance passar, aquele tal do Jason não merecia ela. Eu sabia dos seus planos, ouvi tudo quando estava em sua casa com a sua irmã, aquele cara era sujo.
-- Mereço uma chance?- perguntei enquanto mordia sua boca. Ela se arrepiou toda e eu ri.
-- Vou pensar.
-- Então enquanto você pensa, eu vou te convencendo.
Suas mãos percorreram as minhas costas, podia sentir seus dedos contornando meus músculos. Soltei aquele laço do vestido e ela riu, agora suas costas estavam exposta e minhas mãos prontas para a tortura. Seu rosto se levantou numa tentativa de buscar minha boca e eu me afastei, um biquinho sensual surgiu o que me fez erguê-la em meus braços e apoiá-la numa mesa.
-- Posso esperar sua resposta até amanhã.- murmurei enquanto acariciava seus ombros, deslizando o tecido apenas para expô-los para que minha boca pudesse saboreá-los.
-- Adam...
-- Shh...apenas pense.- sorri. O sorriso mais cafajeste que eu tinha.
Por mais que fosse difícil eu não podia tratrá-la como uma qualquer que eu já havia pego, tinha que ser diferente. Tinha que ir com calma, não por ela, mais por mim. E quando ela procurou minha boca, tive que me controlar. Havia um animal preso dentro de mim que queria escapar, mas eu não podia deixar que isso acontecesse. Ou tudo iria pelo ralo.

Verdade ou Consequência? (TERMINADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora