Clarisse pov.
Ah como eu odiava funerais, todo aquele ritual de pós-morte, o choro, às velas, e todo aquele apoio emocional do qual eu não precisava. Eu assistia a tudo da terceira fileira do banco da igreja. Enquanto o padre fazia a oração minha mente vagava para um lugar distante.
— Filha?- demorei um tempo até reconhecer o rosto de minha mãe,então sorri. A abracei sentido o quão apática ela estava, fiquei com medo de apertá-la demais e acabar machucando. - Você está bem, amor?
— Mãe, você está... Nossa não acredito que você está aqui! Senti tanto a sua falta. - deixei minha dor de lado e tornei a me enroscar em seus braços. — A Clara...eu sinto muito. Não consegui proteger ela e...
— Está tudo bem , minha querida. - me interrompeu. Ouvir sua voz e sentir seu toque me acalmou, de alguma forma ela supriu aquela necessidade que eu senti durante anos . - Eu senti tanto sua falta, amo tanto você.
— Eu também te amo tanto. - enxuguei uma lágrima solitária que escorria pelo meu rosto e sorri . - É tudo minha culpa.
—Não querida, não é. Você não podia ter feito mais do que ...
— Eu podia ter feito mais, podia ter gritado mais. - às emoções começavam a se confundir dentro de mim então me calei. E novamente a máscara de gelo caiu sobre mim e tudo o que eu fiz foi aguentar o resto daquele dia silencioso.
E com o passar das horas e conforme nos aproximavamos do cemitério, eu via as pessoas lamentando profundamente. Meu pai sofria calado, chorava em silêncio, minha mãe foi retirada do local. A dor de perder alguém era horrível, em um dia eu havia perdido duas pessoas em um único dia, Sebastian havia me dito que não haveria funeral para o Adam, mas ainda assim eu queria visitar seu túmulo.
— Clarice?– olhei para o sujeito de terno preto ao meu lado e tentei sorrir, mas foi impossível.
— Tenente Lavelle.
— Gostaria de conversar um pouco com você? – olhei para o sepulcro aberto e assenti.
Me pus a caminhar ao seu lado enquanto olhava para meus pés, esperava me afastar o suficiente.
— Sei que não é uma boa hora para falar sobre isso, mas sinto que você deva ser a primeira a saber.– Parei curiosa.— Larotcci foi encontrado morto nesta manhã, junto dele haviam mais cinco homens procurados pela Interpol.
— Como assim? – fiquei completamente perplexa. Quem teria matado ele?
— Recebemos uma denuncia anônima está madrugada, quando cheguei ao local encontrei os corpos juntos com provas que eu precisava para resolver vários outros crimes.
Suspirei aliviada, senti uma paz ao ouvir aquilo. Justiça foi feita! Não havia notado minhas lágrimas até ele enxugar meus rosto com sua mão. Então pulei em seu pescoço para um abraço.
— Eu nem sei o que dizer. – murmurei contra seu pescoço. Senti seus braços me envolverem então sorri. — Desculpa. – me afastei. — Obrigada, sei que fez tudo o que pode para que eles fossem presos, mas não imagina como eu estava aliviada em saber que não os encontrarei mais.
— Eu entendo. – enfiou as mãos nos bolsos. — Você passou por dias difíceis e agora finalmente tudo está em paz.
— Me sinto aliviada em saber que justiça foi feita.
— Bom, eu vou nessa. – sorriu então depositou um beijo em meu rosto antes de se afastar.
John Lavelle se afastava enquanto eu procurava assimilar tudo o que havia acontecido em minha vida.
— John!?– chamei e ele se virou para mim.
— Sim?
— Eu vou te ver de novo? – não entendi muito bem o por que daquela pergunta , então apenas aguardei a resposta ansiosa. Eu queria vê-lo mais vezes.
— Com certeza. – sorriu.
Sorri então retornei para junto de famílias e amigos.5 anos depois.
A vida em Nova York era realmente impressionante. Faz muito frio em setembro, mas, em comparação com Washington que quase não chove. Pelo menos alguma coisa positiva.
As ruas estão cheias enquanto vou para a casa. Nova York é uma cidade muito barulhenta, mas eu estava me acostumando. Quando o semáforo de pedestres começou a piscar aumentei meus passos até o café que ficava na esquina. Era um costume bobo para e comprar um capuccino.
— Com licença. – um sujeito passou por mim rápido demais, praticamente me empurrando.
Olhei para ele pronta para xingar , então no momento em que ele olhou para trás sorriu. Senti minhas pernas ficarem bambas, meu coração subiu até a garganta quando encontrei aqueles olhos azuis. Não era possível, Adam Armstrong estava morto!
Um carro passou buzinando por mim, então o sujeito de misturou a multidão de corpos e desapareceu.
— Mas que merda! – resmunguei. Eu estava ficando louca, só podia, faziam exatamente três anos que morava e estudava em nova York e agora eu estava começando a ter alucinações.
Entrei dentro do café e agradeci o calor repentino. Estaria eu ficando louca? Depois de anos, eu estava vendo o fantasma de Adam Armstrong? Suspirei e segui para a recepção.
— Um capuccino com creme, por favor.
— Ora, Clarice? – o sujeito sentado no balcão sorriu. Levei um tempo até reconhecer seu rosto, então abri um sorriso cordial.
— Tenente Lavelle?
— Apenas John. – sorriu e me comprimentos com um abraço. — Posso te pagar um café?
— Ah claro. – sorri e me sentei ao seu lado, ele estava completamente diferente, seu rosto estava mais másculo e seu corpo parecia ter ganhado mais músculos . — Ainda está na polícia?
— Na verdade sim, estou de férias. – me olhou sob a fumaça do café e sorriu. — Você está ainda mais linda, pelo o que vejo.
— Ah, Obrigada.
— O que está achando da vida
como uma garota nova iorquina?
— Tudo aqui é corrido, as pessoas parecem loucas. – comentei. — Sempre correndo de um lado para outro, mas devo admitir que estou encantada.
— Ainda está estudando? – dei um gole no meu capuccino e assenti.
— Último ano da faculdade. – olhei para o relógio e sorri. — E falando em faculdade eu tenho que ir, ou vou me atrasar.
— Ah, claro. Foi um prazer revê-la. – segurou minha mão e sorriu. Senti meu rosto esquentar então puxei minha mão para o bolso do casaco.
— Até mais. – já estava me afastando quando ele me chamou, apenas me virei.
— Clarice, eu gostaria de vê-la novamente. – sorrindo eu assenti.
— Me procure no Campus da universidade, tenente. – ajeitei uma mecha do cabelo. — Sempre estou lá.
E assim deixei o café, seguir meu caminho junto com centenas de pessoas.Bom pessoal, chegamos ao fim dessa história. Logo mais darei continuidade a segunda parte do mesmo, espero que tenham gostado, agradeço muito a quem acompanhou está História toda até o fim e por isso a dedico a vocês.
Logo mais Silence estará disponível.
Beijos.
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Verdade ou Consequência? (TERMINADA)
Fiksi PenggemarMuitas vezes um jogo pode passar dos limite e a verdade pode ter mais consequências que o suportável. Eai! Verdade ou Consequência? Leiam também a sequência, Silencie . *.*