Capítulo 9

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Eu estava feliz com a Clara do meu lado, sabia que agora ela estaria segura. Me arrumei pro trabalho e sai de casa, enquanto ela ainda estava dormindo. Segui meu caminho habitual ouvi música no fone de ouvido, me sentia bem emocionalmente, mas precisava me desculpar com Adam. O modo como eu o tratei foi muito estúpido, rude.
Passei por uma lojinha e vi um isqueiro de prata com o desenho de um dagrão tribal, parecido com a tatuagem dele. Entrei na mesma e o comprei, segui o resto do caminho e entrei na loja. Adam estava colando um papel na vitrine de contrata-se, meio estranho já que nós dois dávamos conta de toda a franquia da loja.
-- Bom dia.- não me respondeu.-- Vai contratar outro funcionário?
-- Óbvio.- eu mereci.
-- Vou guardar minhas coisas e limpar tudo aqui.-- segui para o fundo com ele atrás de mim.
-- Clarice, você está despedida.- falou e eu parei no caminho ainda de costas pra ele. Apertei o embrulho preto em minha mão e respirei fundo.
-- Por quê?- controle a voz.
-- Porque eu quero.- passou por mim e deu de ombros.-- Você não serve mais para esta loja.
-- Mas...
-- Acho melhor você ir embora.- revirei os olhos. Mas tinha que pegar o que sobrou do meu orgulho, caminhei até ele e coloquei o embrulho em sua mão e sai caminhando.-- O que isso?
-- Era um pedido de desculpas.- sua expressão séria suavizou.-- Agora sei por que ninguém se aproxima de você. Adeus!
Sai da loja batendo o pé.

Adam pov.

Fiquei observando o embrulho em minha mão depois que ela saiu da loja, não costumo me vingar, mas ela mereceu. Rasguei o papel preto e peguei o isqueiro, involuntariamente um sorriso surgiu ao deslizar do dedo pelo pequeno dragão.
-- Que bosta!- gritei e sai correndo da loja atrás dela. Avistei ela na esquina, esperando para atravessar. Corri atrás dela e a puxei pelo braço.-- Me desculpa.-- por que eu estava fazendo isso?
-- Me erra!- revirou os olhos e puxou o braço.
-- Clarice, eu...
-- Fique longe de mim, Adam!- gritou e eu me enfureci.
-- Ei, baixa essa bola ai!-retruquei no mesmo tom apertando o seu braço.-- Você que ficou toda estranha depois que transamos, nem vem descontar sua culpa em mim.- as pessoas nos olhavam curiosas, mas nem me importei.
-- Minha culpa!?- socou meu peito com força, mas sem efeito.-- Eu estou passando por um momento difícil e você quer agir feito criança. Eu não preciso deste emprego, mas gostava dele! Gostava de conversar com você.- ela gosta de mim? Acho que a vida estava sorrindo pra mim. -- Queria provar pra todo mundo que eles estavam errados, mas me enganei. Agora me solta!
-- Não.-arrastei- a pela rua até a loja. Nem me importei com os xingos e chutes que ela me dava, nem com as unhadas que recebia na mão, feridas que se danem! Minha mente estava gritando alto demais para que meus sentidos relatassem alguma dor.-- Vamos conversar.- entrei na salinha e joguei ela sob o sofá trancando a porta.
-- Me deixa ir!- gritou, mais uma vez avançou sobre mim. -- Adam, abra essa porta ou eu....
-- Vai fazer o quê?
-- Me deixa ir.- um pouco mais calma, estava começando a gostar. Me encostei na porta com as chaves na mão, aos poucos fui absorvendo os detalhes do seu corpo. Short jeans todo rasgado, bota de cano curto com alguns spikes, camiseta do Supernatural. Mas o que tinha por baico do tecido me agradava ainda mais.
-- Por que me tratou daquele jeito?
-- Problemas pessoais, agora me deixa ir.- socou meu peito de novo, mas segurei seus pulsos e os prendi atrás de suas costas.-- Me solta, não toque em mim, Adam! Eu tenho ódio de você, me deixa ir!-- se debateu, apertei ainda mais minha mãos em torno do seus pulsos finos e delicados.-- Por favor.-- deve ter se cansado, apoiou a cabeça em meu peito, me fazendo adorar aquela sensação de tê-la em meus braços. Vulnerável. Sensível. Única.
-- Você ainda não me respondeu.- afrouxei meu aperto.
-- Não quero falar sobre isso.
-- O que foi?!- sabia que ela morria de amores pelo idiota do Jason, talvez estivesse tendo caso com ele.-- O Jason te pegou de jeito foi?- ah ela vai falar. Levantou o rosto e novamente a fúria acendeu seus olhos.-- Ele te comeu direito? Fudeu você como eu não pude fazer...
-- CALA A BOCA!- me calei enquanto mais obscenidades se formavam em minha mente, o ciúmes me deixava doido! Perai, Ciúmes?-- EU NÃO SOU ESSAS BISCATES QUE VOCÊ COME POR AI, FOI UM ERRO TER TRANSADO COM VOCÊ! EU SABIA QUE SERIA, MAIS A IDIOTA AQUI CEDEU....--me empurrou contra a porta e se soltou de mim.-- Não interessa, só fique bem, mas muito bem longe de mim.
-- Clarice, me perdoa eu...- saiu antes que eu pudesse terminar. Fiquei um tempo ali parado antes de me largar no sofá.
Merda! Eu sou um idiota imprestável, sempre que tenho tudo pra dar certo eu ferro com tudo. Eu mereço um prêmio pela burrice.
-- O que aconteceu com a bonitinha?- melhor Sebastian não vir com piadas.-- Saiu daqui voando e parecia estar chorando.
-- Ah, eu fiz uma merda gigante.- passei as mãos pelo rosto. Primeiro eu super que agrado ela depois jogo a merda toda no ventilador, que idiotice.
-- O que você aprontou? -- pegou uma cerveja na geladeira e se jogou ao meu lado.
-- O imbecil aqui levou ela pro chalé, agradei e rolou...- ele engasgou e me olhou pasmo!
-- Ela ta grávida ?
-- Não seu palerma!- tive que rir.-- Ela usa adesivinho que não engravida, sei lá como se chama aquelas porra!
-- Evra.-- falou sorrindo.-- Minha mãe usa.
-- Quê!?- Ergui a sombrancelhas e ele riu.-- Então, ela tirou a roupa. Eu sei me controlar, mas não quando... Ah você sabe, ela me tratou mal, fiquei puto falei umas coisas horríveis e despedi ela.
-- Burro!- socou meu ombro. Não doeu, mas me irritou.-- Ela foi a única que te tratou bem, você sabe que as mulheres ou tem medo de você, ou tem tesão.
Fechei os olhos e joguei a cabeça pra trás. Não sei porque mais meu coração estava batendo mais fraco do que o normal. Ouvi aquele maldito sino tocar e me levantei, Sebastian veio atrás de mim.
-- Me desculpa eu fui um idiota e mereço seu ódio,mas por favor, me desculpa?.- apressei em dizer antes que ela fugisse, mas ela recuou.
-- Oi, bonitinha.- ela sorriu para Sebastian. Mais que porra é essa?
-- Me chame de Clara.- estendeu a mão pra ele.
-- Perai!- ela estava mesmo flertando com o Sebastian?
-- Acho que me dei bem.- sorriu e apertou a mão dela.
-- Estou procurando a minha irmã.- gêmeas!? Fiquei paralisado, Sebastian estava tão bobo quanto eu.-- Vocês a viram.
-- Até vi mais o idiota aqui...- apontou pra mim.-- fudeu com ela e ela saiu.
Olhei para ele furioso que deu de ombros. A Clara me olhou com reprovação.
-- Eu preciso encontrar ela por quê nossa mãe ligou.- explicou-se, então me lembrei de quando ela me falo que estava mal por motivos pessoais.-- Me ajudam a encontrá-la?
Peguei as chaves da loja e esperei eles se moverem. Eu ia atrás dela, conversar e resolver tudo, ficariamos amigos e eu cuidaria para que ela não ficasse mal ou triste.
Olhei para os dois parados me olhando.
-- Anda logo!- falei impaciente.
Então eles saíram da loja e eu tranquei a porta. Não queria me preocupar muito, mas era tarde demais.

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