Cap. 10: Andrew - Parte I

189 19 4
                                    

Regressei até junto de Eric que ainda estava sentado no mesmo sitio.

Amarrei Amadeu, que tinha vindo comigo para a viagem ser mais rápida, a uma árvore e sentei-me junto de Eric, colocando os pés no rio.

-Estás bem?- perguntou Eric.

Eu assenti e disse:

-Então... Borboleta de Saphira? Bastão de Sertland? Queres explicar-me?

-Não...- disse Eric com um sorriso.

Dei-lhe um pequeno murro no braço, alinhando na brincadeira, e ele começou a explicar:

-Para além dos anéis das guardiãs, existem mais duas fontes de grande poder: a Borboleta de Saphira e o bastão de Sertland. Como qualquer grupo tem de ter um líder, também as guardiãs tinham de ter uma líder. Então, ficou decidido que a guardiã que tivesse como protectora a pedra Safira ficaria como líder das guardiãs. Para lhe poder dar mais poder, para se destacar e impor ordem nas restantes guardiãs, seria dado a essa guardiã a borboleta de Saphira, um colar cujo o seu poder era igual ao de todas as guardiãs juntas. Para o povo poder usar magia, foi também criado o Bastão de Sertland, um bastão com um poder igual ou superior ao da guardiãs. Esse bastão gerou muita confusão entre o povo, pois todos queriam ser os donos daquele poder. Então, e para bem de todos, foi decidido que a líder das guardiãs ficaria a cargo do poder do bastão. O tempo foi passando e as guardiãs mantiveram-se unidas até que...

-Até que chegou a vez da Esmeralda, da Saphira, da Zio e da Rubi governarem...- deduzi eu.

-Exato. Para as restantes guardiãs, a distribuição do poder estava justo mas para Rubi não... Ela achava que merecia mais poder...que deveria ser a líder das guardiãs... A ambição tomou conta dela e levou-a a cometer loucuras. Robou o bastão de Sertland e planeou matar Saphira para ficar com o poder dela. O resto da história já tu sabes.

-Sim. Então as guardiãs já são muito antigas...que dizer, já existem há muito tempo.

-Sim...desde o inicio da humanidade.

-Tu disseste que a Rubi tinha roubado o bastão de Sertland. E o que aconteceu à borboleta?

-A Saphira escondeu-a. Apenas eu sei onde está... Quando estiveres pronta, iremos buscá-la. Será uma longa jornada e muito perigosa...

-Uau! Isso é muito motivador...- disse eu a sorrir.

-É, não é? - disse Eric a sorrir. Mais sério, disse.- A Saphira confiava em ti...Se ela confia, também confio.

Eu fiz um sorriso forçado, respirei fundo e disse:

-Do que estamos à espera?- disse eu.- Se me queres treinar é melhor começares antes que eu desate a correr daqui para fora. E só para que saibas, o mais perto que tive de lutar contra alguém foi quando estávamos a jogar futebol e eu mandei uma bola que acertou em cheio na cara de um colega meu, que por acaso era o rufia da escola...Foi no secundário e...não foi bonito.

Ele riu-se e disse:

-Ao menos mataste-o?

-Não, mas parti-lhe o nariz...- disse eu.

-E de seguida?

-De seguida fiquei de castigo...O ano inteiro.

Ambos nos ri-mos.

-Anda...- disse Eric levantando-se e estendendo-me a mão.

-Aonde vamos? - disse eu aceitando a ajuda para me levantar.

-Para o castelo...

-Perdoa-me se estou em erro mas, se vamos usar armas, talvez o castelo não seja a melhor ideia...Não é minha intenção acertar em ninguém.

-Não te preocupes. Ainda não vamos treinar. Quero que conheças uma pessoa primeiro.

Montamo-nos ambos em Amadeu e seguimos para o castelo.

***

Quando lá chegámos, Eric levou o cavalo aos estábulos e pediu-me para entrar. Eu entrei e, assim que atravessei a porta do castelo, um rapaz veio a correr até mim e abraçou-me, gritando:

-Mãe!!!

Eu fiquei sem saber o que fazer e, estranhamente, dei por mim a retribuir o abraço.

Fiquei assim até que Eric entrou no castelo. A criança que outrora me abraçava correu até Eric a gritar:

-Pai!!!

Eu fiquei a olhar para Eric, com o rapaz ao colo, e a implorar por uma explicação.

SaphiraOnde histórias criam vida. Descubra agora