Capítulo 4 - Desencontros

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•Por Rodrigo

Estava tudo tão bem, até essa tal de Débora aparecer. Percebi que ela era daquelas insistentes e eu precisava tomar uma atitude logo antes que as duas começassem a sair no tapa ali.

Aceitei o convite da moça, mas não sabia que causaria tamanho transtorno daquele jeito na Ju.

Acho que aquela dança foi a pior da minha vida. Pisei milhares de vezes no pé da Débora, fiquei várias vezes sem ação e sem saber o que fazer; isso tudo por causa da Ju.

Como estava ali dançando, não poderia ir atrás dela, sem contar que a Débora também não desgrudava mais. Carrapato.

-Viu, eu preciso ir ali, rapidinho... -tentei me livrar dela.

-Ah não gato, vamos dançar mais. -Ela colou mais em mim.

Eu não tava me aguentando mais. Precisava me livrar dela logo, mas tava difícil.

Quando, finalmente, consegui me livrar dela, comecei a procurar a Ju com os olhos, e a encontrei no bar junto com Igor. Eu precisava fazer alguma coisa.

Quando estava quase chegando, senti alguém me puxando.

-Alice? Perguntei.

Não estava entendendo nada.

-Só aproveita. Ela me disse.

Ela começou a dançar comigo e eu não sabia como agir. Eu realmente não entendi nada.

Dancei umas duas músicas com ela e quando olhei para a mesa do bar, Juliana não estava mais lá.

Fui até a área vip e nada. Procurei nos cantos da boate e nada. Comecei a me preocupar. Quando fui para a pista de dança procurar por Yanna, encontrei Juliana no maior agarramento com Igor.

O meu sangue ferveu na hora. Eu não sabia o que fazer. Com certeza a minha pressão havia subido naquele momento.

Quando fui em direção a eles, os perdi de vista. Desisti de ir atrás deles e resolvi ir atrás de Yanna.

-Ya, pelo amor de Deus, o que que aconteceu com a sua amiga hoje?!

-Eu realmente não sei Rod. Ela está totalmente fora do normal.

-Amigaaa, você não sabe o que está acontecendooo.-Uma menina chegou gritando.

-O que houve dessa vez?

-A Ju ta disputando com a Karol quem bebe mais. Ta muito loco cara. A Ju ja bebeu mais de quinze copos... Ta demais!!

-O QUE??? - gritei.

Ahhhh não, agora ela tinha passado de todos os limites.

-Rod, fica aqui e se acalma. Eu vou lá tentar fazer ela parar. Qualquer coisa eu te chamo. Fica aqui.

Eu realmente não estava acreditando no que estava acontecendo. O que aconteceu com a doce menina que cresceu comigo? O que fizeram com ela?

Yanna demorou muito. Eu já não sabia o que fazer. Unhas, já não existiam. O chão, estava praticamente com uma bola no meio de tanto que eu estava andando em círculos. Até que Yanna apareceu.

-Pow, finalmente ein.

-Não adianta, ela não vai parar. E pra piorar a situação tem um monte de gente que ta apoiando ela lá. A mim ela não escuta.

-O negócio não é falar, é fazer.

Ela ia sair dali ou por bem ou por mal. Sem contar que se o Bernardo aparecesse, ferrou pra ela e pra mim, que prometi a ele que cuidaria dela.

Enquanto eu andava, sabia que precisava ser duro, rápido e não dar tempo pra ela falar.

A puxei pelo braço e a levei para o lado esquerdo do local, onde não havia ninguém.

Pra variar, ela começou a reclamar. Juliana sempre foi reclamona. Quando ela ousou gritar, tive que tomar alguma atitude que não a machucasse e que pudesse calar a sua boca. A única coisa que me veio à cabeça foi o beijo, e foi o que eu fiz.

Aquele beijo, foi um dos melhores que eu havia dado na minha vida. Mesmo o gosto sendo de vodka, foi maravilhoso. Pedi permissão para a entrada da minha língua, a qual foi 'barrada' de início, mas que depois conseguiu a entrada. Era incrível como as nossas bocas se encaixavam de uma forma esplêndida, sem explicação. Nunca pensei que um dia diria isso, mas a Ju beija muito bem.

Quando o ar se fez necessário, nos separamos e Juliana desabou a reclamar.

-Rodrigo você pirou de vez? Me beijar desse jeito? Ta maluco?

-Foi a única maneira que eu encontrei de calar a sua boca Juliana.

-Nunca mais faça isso ouviu. Nunca mais. Da licença.

-Ei volta aqui, você vai pra casa agora. Já deu de festa por hoje.

-Você tá achando que é quem pra mandar em mim? Você não é ninguém, ninguém, ouviu?

-Você pode me xingar, me bater, espernear, mas eu não vou te deixar aqui. Vem, vamos embora.

Puxei ela pelo braço e fomos indo em direção a saída do local. Juliana tentou de todas as formas não ir embora, mas consegui levá-la para o carro.

-Me deixa pelo menos me despedir da minha amiga.- Ela disse já mole.

-Você está muito mal e não vai conseguir falar nada. Amanhã, quando estiver melhor, você liga pra ela.

-Mas eu quero agora!! -Fez birra.

-Vamos fazer assim, quando chegarmos na sua casa e quando você estiver melhor, eu ligo pra ela e você se despede, melhor assim?!

-ta bom.

Liguei o carro e fui em direção a casa dela. Tentei ligar para Bernardo, mas ele não atendeu a ligação. Resolvi então, ligar para seu Gilmar.

-Alo, Rodrigo?

-Oi seu Gilmar, desculpe lhe incomodar a essa hora, mas queria saber se o senhor sabe onde que o Bernardo está. Estou tentando falar com ele, mas ele não me atende.

-Eita Rod, pior que eu não sei não. É que eu tive que vir pra São Paulo pra uma reunião que vou ter amanhã e só volto amanhã a noite.

-Ahh o senhor está em São Paulo, entendi. Não, então tudo bem. Obrigado, desculpe o incomodo.

-Não incomodou nada. Boa noite.

-Boa Noite. -Desliguei.

É, pelo jeito era só eu pra cuidar da mocinha ali.

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Estou muito feliz por vocês estarem gostando. Eu estou amando escrever essa história e espero que esteja agradando vocês.
Beijocas
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