Capítulo 48 - Minha irmã é homem pra você!

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    •Por Juliana

Ansiedade, nervosismo, choro, abraço, consolo; esse foi o meu dia. E pra fechar com chave de ouro o Rod me beijou e posso te confessar uma coisa? Eu estava morrendo de saudade daquele beijo. Estava com saudade de tudo. Do beijo, da pegada, das mãos, de tudo.

Ficamos um bom tempo assim, sem nos preocuparmos com nada, nem ninguém. Mas aí a realidade me chegou a cabeça e eu decidi parar o beijo.

Por mais que estivesse muito bom, a gente ainda teria muito o que conversar.

—Ei, ei, ei, ei, vamos com calma!! Temos muito o que conversar ainda. —me afastei e limpei os rastros do beijo na minha boca.

—desculpa... Agi por impulso. —ele disse envergonhado, o que era raro, pois poucas vezes ele ficava assim.

—Tudo bem, só vamos sentar, conversar e decidir o que irá acontecer daqui pra frente. —eu completei.

—Tá bom. Topa um restaurante? Aí a gente já comemora e conversa também.

—Ótimo!! —começamos a andar. —Espera, ou eu vou no seu carro ou você vai no meu ou você vai no seu carro e eu vou no meu... —perguntei confusa.

—Vish... Faz o seguinte, o carro que eu estou não é meu é da empresa, então a gente vai até a empresa deixa o carro lá e depois vamos para o restaurante, que tal?!

—Tá bom então.

Entramos nos carros e fomos em direção a empresa em que o Rod trabalhava. Mesmo ainda não sendo formado em Engenharia, já havia conseguido um trabalho nesta área e posso dizer que estava muito bem.

Como a empresa não era muito longe dali, chegamos rápido. Ele deixou o carro por lá e veio na direção do lado do motorista, lado este em que eu estava.

—Deixa que eu dirijo. —ele disse, assim que abaixei o vidro pra ver o que ele queria.

—Pare de bobeira garoto. Entra logo do outro lado e vamos.

Ele não disse mais nada, apenas se direcionou para o lado do passageiro.

—Gostei, bem obediente. —dei partida.

—Só vim pra não perdermos mais tempo. —disse debochado.

—Aram, sei. —dei uma risadinha de canto e continuei dirigindo.

Chegamos no restaurante rapidamente, pois também não era muito longe dali. Entramos e sentamos em uma das mesas. Aquele era nosso restaurante preferido: Paris6.

Fizemos os pedidos e então começamos a conversar.

—Bom, acho que te devo algumas explicações né?! —ele começou.

—Algumas não, várias. Não saímos daqui antes de resolvermos tudo que tivermos que resolver.

—Olha Ju, a gente cresceu junto né. Sempre convivemos nos mesmos ambientes, sempre brincamos juntos, fazíamos tudo juntos. Só que o tempo passa, as pessoas mudam e amadurecem. Eu cresci ouvindo o Bernardo falando: minha irmã é homem pra você. Ele falava isso pra todos os meninos que eram nossos amigos. E naquela época eu nem prestava atenção em você, até porque eu sempre te vi como uma irmã. Eu já vi o seu irmão terminar amizades por causa de algum amigo dele querer alguma coisa com você. Eu já vi o seu irmão quase sair no soco quando ouviu um amigo dizer que você era gostosa. Eu já vi o seu irmão enlouquecer na sala de aula e querendo bater em todo mundo porque você havia passado pela janela.
E aí, quando teve o aniversário da Yanna, antes de eu ir pra festa, ele me ligou e disse que não iria porque iria ficar com uma garota lá e a principal coisa que ele me falou na ligação foi: não deixa nenhum garoto encostar a mão na Juliana. Eu disse pra ele que já era hora dele parar com isso, pois você já estava crescida e sabia o fazer, mas ele não ouviu e insistiu pra que eu ficasse de olho em você e se caso você não quisesse ir embora era pra te levar a força.

—meu Deus, eu nunca pensei que o Bernardo fosse tão maluco a ponto de todas essas coisas.

—Pois é. Por isso eu hesitei naquele dia. Na festa, o Igor havia ido comigo e estava louco por você.

—Pois é, eu lembro. —comentei.

—mas não me lembra disso que já me ferve o sangue. Enfim, eu precisava fazer alguma coisa e a única foi te levar pra casa. E lá aconteceu tudo o que aconteceu, a gente acabou se envolvendo, mas eu não podia... era errado. Quando você veio pra me beijar a frase do Bernardo veio na minha cabeça e eu preferi não me envolver, pra não causar tumulto e não porque eu não te queria ou estava com medo do seu irmão, foi pra te proteger, eu juro.

—Rod... —tentei falar, mas ele me impediu.

—Calma, me deixa terminar... —ele pediu. Eu assenti e ele continuou. —Alguns dias depois chegou o natal, a Lelê, a morte dos pais dela, a minha decisão de ficar com ela e foram naqueles dias em a minha ficha caiu. Poxa, todas aquelas coisas acontecendo e você sempre do meu lado. Só que quando eu me dei conta já era tarde demais, agora quem estava hesitando era você.

—Rod, pode parar já. —o interrompi. —Vamos fazer o seguinte, vamos deixar o passado lá onde ele deve ficar e viver o presente?!
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Volteeeeeeei!! Consegui resgatar todos os capítulos que eu havia perdido, graças a Deus!!!
Beijocas,
My

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