Capítulo 12 - É complicado...

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       •Por Rodrigo

Ver aqueles dois ali, tão próximos, conversando, estava me deixando maluco. Tentava me segurar, conversava mais com a Ju Ramos, mas já estava na cara a minha insatisfação.

-Ei Rod, que cara é essa? - Igor veio me perguntar, juntamente de Ycaro.

-Que cara? Eu estou normal. -Menti né, claro.

-Você está tudo, menos normal. -Ele afirmou.

-Jura que você não sabe mesmo o porque dessa cara Igor? -Ycaro perguntou, fazendo sinal com os olhos em direção a Ju.

-Ahhh brother, esquece essa. -Finalmente entendeu. Lerdo.

-Impossível cara. Ver esses dois assim, super grudados, está me tirando do sério.

-Ah Rod, fala sério. -Ycaro reclamou.

-Eu estou falando.

-Que eu me lembre foi você mesmo que deu um pé na garota, agora deixa ela pra lá...

-Eu ja tentei, mas não dá Yca. Ela mexe comigo e você sabe que ela é como uma irmã pra mim. É só proteção.

-Ah ta, agora mudou de nome, sei...

-Eu preciso fazer alguma coisa.

-E vai fazer o que ow Super Homem?

-Não sei. Mas eu preciso separar os dois. Tem alguma ideia Igor?

-Pior que não... -Ele me respondeu.

-Yca?

-Eu tinha, mas como você só perguntou pro Igor, vai ficar sem saber. -ele disse, saindo de perto, mas o puxei de volta.

-Larga de ser orelha ow. Fala logo.

Ele me falou o plano e eu estava tão desesperado que tudo que viesse seria lucro.

O plano era: jogar uma latinha de cerveja nele. Consequentemente ele ficaria sujo e iria embora.

Todos a postos? plano em ação!

Estávamos esperando o momento certo.

-Pode ir? -Ycaro perguntou.

-Não. Espera ele chegar mais perto.

-Claro que não, é melhor eles estarem meio separados porque se não pode atingir a Ju também. -Igor questionou.

-Nada vê Igor, vai dar tudo certo.

Quando vi ele se aproximar dela, disse:

-Agora Yca.

Ele jogou a garrafinha.

Não foi como o esperado, mas já estava bom. Só vi a cara de desespero da Juliana, pois a garrafinha tinha batido na cabeça do menino e depois caído no seu colo.

-Putz, e agora? Que que a gente faz? -Igor perguntou.

-Eu dou um jeito. -Yca saiu andando em direção ao dois.

-Espera ai Yca, o que que você vai fazer? -Eu questionei.

-Relaxa e vem na minha.

Yca então deu aquela desculpa super esfarrapada, mas que eu acho que colou. A cara do moleque era a melhor. Devia ser o maior bobão. Com uma cara de quem fica na frente do computador o dia todo e que é bancado pelo papai.

Estava tudo indo como planejamos. Ele ficou sujo, um pouco machucado, mas nada que um curativo não resolvesse. E então, ele finalmente decidiu ir embora. BINGO! Consegui! Olhei para o Igor e demos um sorriso um para o outro. UFA, nosso plano tinha dado certo. Só teve um problema, a Ju quis ir junto.

Pra que gente? Nem foi tão grave assim. Quando ela se levantou, eu tinha que fazer alguma coisa. Não me segurei e perguntei se ela iria deixar a festa, pois ela havia acabado de começar. E recebi a pior das respostas:

"Eu não sei se você percebeu, mas o Guilherme está bem mal. Com licença."

E pra piorar tive que escutar um:

"Calma Gui, eu vou cuidar de você."

Fiquei morrendo de raiva, mas na verdade, aquilo me doeu na alma. Não sei explicar o que senti naquela hora, mas não desejo isso pra ninguém.

Ver o desprezo da pessoa que se gosta é uma das piores coisas que existem. Pior ainda é você gostar e ao mesmo tempo não poder gostar, porque você sabe que se começar a gostar, muitas coisas vão se complicar e você prefere deixar do jeito que está, do que complicar mais. É eu sei, é complicado...

Pra mim a festa já tinha acabado. Não tinha mais graça nenhuma ficar ali. Me despedi do pessoal e fui pra casa e pior, com peso na consciência.

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Beijocas
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