Capítulo 21 - E mais surpresas...

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        •Por Rodrigo

E mais um ano se inicia, graças a Deus. Pois é, esses dias aqui em Búzios estão sendo uma maravilha, tanto pra mim, quanto pra Lelê. Ela se deu super bem com a família da Ju e principalmente com a Ju, o que me deixou muito feliz. Quando resolvi trazê-la nessa viagem, confesso que fiquei com um pé atrás. Tinha medo dela não se dar bem com ninguém ou até de fazer birra pra querer voltar pra casa. Mas dessa vez ela superou as minhas expectativas.

Bom, o dia mais esperado chegou e lá vamos nós para o Parque Aquático de Búzios.

—Ta preparada? —Perguntei à Ju.

—Preparada pro que? —Ela questionou.

—Pra cuidar dessas crianças durante o dia.

—Nem me fale. Apesar que dessa vez nós não vamos estar sozinhos né, a minha família vai também.

—Ah mas do mesmo jeito. Durante esses dias todos, você, em algum momento, viu a Lelê e o Luquinhas separados?

—É, isso é verdade. Eles fizeram uma amizade muito linda né?!

—Sim. Dois terríveis. —ri.

Quando chegamos os dois estavam a euforia em pessoa. Os parentes da Ju ficaram na área da churrasqueira e eu e a Ju fomos pra piscina infantil olhar a Lelê e o Luquinhas.

De início, eu que fiquei olhando-os enquanto a Ju tomava sol. Até que meu celular tocou. Era o Fi.

—Ju, olha os doiszinhos aqui, enquanto eu atendo o celular. É o Fi.

Caminhei um pouco mais à frente e atendi.

—Fala maninho.

—Oi Rod. Desculpa te ligar assim, mas é que é urgente. —Ele falou num tom sério.

—O que houve?

—Você e a Lelê precisam voltar agora pro Rio.

—Mas porque? O que aconteceu? Me fala Fi!!

—Os pais da Lelê estavam voltando de Tere para o Rio, não estavam?

—Sim!

—Então, aconteceu um acidente. Acho que ele dormiu no volante, o carro bateu, capotou ladeira a baixo e eles morreram na hora.

—Meu Deus Fi! —estava pasmo.

—Pois é, o carro deu até PT.

—Mas bateram nele ou ele bateu? —perguntei.

—Então, eu não sei direito também. Acho que ele dormiu e devem ter batido nele. Não sei direito Rod, mas isso também não importa. Vocês precisam voltar, porque a gente tem que correr atrás de um monte de coisa. Vai ter ficar tudo por nossa conta, porque tanto a família dele, quanto a dela, moram longe e pra levarem o corpo pra outra cidade, vai ficar muito caro.

—Aram, ainda mais na cidade da família deles. Beleza Fi, hoje mesmo eu volto pro Rio.

—Beleza então irmão. Falou.

—Falou.

Eu realmente estava abalado com essa notícia. Está tudo indo ótimo durante todos esses dias e agora estoura uma bomba dessas. É, realmente, parece que eu tirei uns dias pra receber surpresas.

—Como assim os pais da Lelê morreram Rod?

—Pois é Ju, eles estavam voltando de Teresópolis e indo pro Rio. Acho que o pai dela dormiu no volante, bateu o carro, o carro caiu ladeira - baixo e eles morreram na hora.

—Meu Deus!! E agora?

—Então, eu, o Fi e o Bruno que vamos ter que arrumar tudo, porque a família dela mora tudo longe e é muito longe pra levar o corpo até a cidade deles.

—Nossa. Mas e a família dele?

—Ele era sozinho Ju. Os pais já tinham morrido e era filho único. Eu, o Fi e o Bruno éramos praticamente irmãos pra ele, sendo eu o mais chegado a ele.

—Nossa Rod. Meus sentimentos viu.

—A minha preocupação maior é de como eu vou contar isso pra Lelê. Meu Deus ela vai sofrer tanto. —sentei numa cadeira que tinha ali.

—Fica calmo. Eu vou te ajudar no que for preciso. Eu vou pro Rio com você e fico com ela, enquanto você resolve tudo que precisa ser resolvido.

—Nossa Ju, obrigado, obrigado mesmo. —Abracei a ela.

—Fica calmo, vai dar tudo certo. Calma.

Serio mesmo que isso está acontecendo? Não é possível. Perdi o meu terceiro irmão; era de consideração, mas era. Eu e o Marcos éramos muito próximos. Entre eu, o Fi e o Bruno, eu era o mais chegado; não é atoa que eu sou padrinho da Lelê né. Agora eu tinha dois grandes desafios: resolver as questões do velório e principalmente, contar essa notícia tão ruim pra Lelê.
Com muito custo, consegui tirar ela da piscina e leva-la pro Rio. Claro que ela chorou, e muito, mas eu tinha que ser duro.

—Letícia, nós vamos pro Rio sim, quer você queira ou não.

—Eu te odeio. —Ela gritou chorando.

Meu coração se cortou em pedaços. Não tinha que ser daquele jeito, mas ela não me dava outra maneira de resolver aquilo.

—Calma amor, a tia ta aqui e vai junto com você. Eu vou ficar com você sempre, tá?! —Ju a abraçou.

Sorte que eu tinha a Ju ali para acalma-la. Sorte não, Deus.

A Ju explicou todo o ocorrido para a família dela, que entendeu muito bem o nosso retorno para o Rio.

—Rod, meus sentimentos viu meu filho, vai com Deus. —Tia Cris me abraçou. —Força viu.

—Obrigado tia. Obrigado mesmo.

Pegamos a estrada, com uma Letícia de bico e super brava comigo. Claro que era apenas manha aquilo, mas que mexia muito comigo. Ver a minha princesa daquele jeito e ver que eu fui o causador daqui era muito ruim. E pior ainda, será quando iremos contar à ela sobre a morte dos seus pais. Deus me dá força, era a única coisa que eu pensava.

Chegando no Rio, fomos para o meu apartamento. A Lelê estava dormindo, então peguei ela no colo e coloquei-a sobre a minha cama.

—Ju, eu vou lá tá. Cuida dela pra mim por favor.

—Vai lá. Força viu. —me deu um beijo na bochecha.

—Obrigado. Ah, e não conta pra ela ainda tá. Espera eu chegar, ai a gente conta junto.

—Beleza. Beijo, tchau.

—Tchau.
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Ai que dózinha do Rod 😞😞😞
O que vcs acham que vai acontecer?
Beijocas
My

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