Capítulo 53 - Depressão

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    •Por Rodrigo

O tempo passou e o dia da Lelê ir pra casa da família dela chegou. Eu estava com o coração na mão, mas não tinha jeito, o juiz mandou e nós tínhamos que obedecer.

Arrumei as coisas dela, juntamente da Ju, e marcamos com a família para pegar a Lelê no Aeroporto, como a cidade deles era muito longe, eles decidiram a levar de avião.

Fomos com ela até lá e até sua família chegar. Minutos depois, eles chegaram e vieram até nós.

—Bom filhota, chegou a hora né, fazer o que... —abracei a ela. —Vai com Deus, tá. E lembre-se do que nós combinamos.

—Pode deixar papai. Tudo que acontecer lá, eu vou ficar de olho. —me abraçou. —Vou sentir sua falta.

—Aí meu Deus, não faz isso comigo filha... —meus olhos se encheram de lágrimas.

—Me deixa ficar, por favor. Eu quero ficar com você e com a tia Ju... Me deixa ficar!!

—Eu não posso filha, o juiz mandou e nós só temos que obedecer. —limpei as lágrimas que haviam escorrido no meu rosto. —Prometo que vou ligar pra você sempre que der, tá bom.

—Vamos Lelê?! —a irmã de Fernanda perguntou.

—Vamos. —pegou no meu rosto e juntou as mãozinhas dela. —Eu te amo papai, não esquece disso.

—Nunca filhota. Nunca! —enchi ela de beijos.

—Eu te amo também tá, tia Ju. Cuida do meu papai pra mim. —abraçou a Ju.

—Eu te amo também pequena. Pode deixar, vou cuidar dele direitinho. — retribuiu o abraço.

Vê-la saindo dali e sumindo entre as pessoas ali, cortou meu coração. Não segurei o choro e me desabei a chorar. Abracei a Ju e fomos em direção ao carro.

A casa ficava completamente vazia sem a presença da Lelê ali. Tudo que eu fazia, me lembrava ela. Da alegria de viver que existia nela.

Passei o dia na cama. Não tinha vontade de fazer nada. Não queria fazer nada. Só queria que o tempo passasse logo para eu poder ficar mais com a minha pequena.

Durante alguns dias, essa foi a minha rotinha. A Ju tentava me alegrar, me tirar de casa, mas sem sucesso. Eu não tinha vontade de fazer nada. Não queria fazer nada. Não existia mais felicidade pra mim, enquanto a Lelê não voltasse. Ligava pra Lelê, falava com ela e apenas o momento em que eu falava com ela é que me dava alegria. Quando desligava, me batia uma tristeza tremenda e eu me contorcia na cama e chorava sem parar.

Com o tempo só fui me afundando mais. A família da Lelê me proibiu de falar com ela e foi quando eu piorei mais. Cheguei a não querer se quer sair do quarto. Entrei em uma depressão tremenda.

Eu contava os dias para a volta da Lelê.  Hoje, faltam nove dias, cinco horas e treze segundos. O dia começava tudo novamente.

—Ei, ei, ei, vamos levantar. Vamos levantar que hoje nós vamos sair. —Ju chegou no apartamento, juntamente dos meus pais, meus irmãos, minhas cunhadas e minha sobrinha. Assim que entrou no quarto, abriu completamente a cortina que tampava o sol a dias ali.

—Eu não quero sair. Quero ficar aqui até o dia da Lelê voltar. —Tampei meu rosto do sol, com i edredom.

—Nada disso. Nós vamos sair de férias. Vamos fazer uma viajem em família. —Minha mãe disse.

—O filhão, não fica assim. Logo logo a Lelê volta.

—E enquanto ela está pra lá, o que eu faço?

—Sai de férias com a gente! E não tem reclamação, você vai querendo ou não. —Fi falou.

—Vamos titio, por favor, vai ser legal! —Luíza pediu com aquela carinha. —Vamos? Por favorzinho!! Por mim?!

Pelo jeito eu não tinha escapatória, tive que fazer essa viagem com eles.
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