Capítulo 38 - Casal que não é casal.

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       •Por Cristina

Não há nada melhor do que passar o dias com os seus filhos. Graças a Deus estava tudo indo muito bem, até eu e Juliana chegarmos em cama.

Pois é, depois de eu ter aconselhado tanto a Ju, parecia que ela estava realmente disposta a lutar pelo Rodrigo.

Sinceramente, eu sempre torci pelo casal. Eles sempre foram um casal. Um casal, que não é casal, mas era um casal. É um pouco complicado, mas essa era a realidade.

Desde muito pequenos, eles sempre se davam muito bem. Rodrigo nunca ligou muito pra ela, sempre a via como "irmã", assim como Juliana também o via como "irmão". Só que o tempo passa, as pessoas mudam e os hormônios começam a aparecer. O Rodrigo e o Bernardo começaram a fazer 'sucesso' entre as meninas e eles que não são bobos nem nada, aproveitavam a situação e ficavam com as meninas. E eu me lembro que isso tirava a Juliana do sério, porque as meninas que ficavam afim dos dois, eram as meninas da sala dela; algumas até amigas; coisa que ela odiava.

E quando a Ju me contou toda a história deles, eu fiquei muito feliz. Só que vocês sabem né. Jovens e suas manias de complicar as coisas.

Assim que o Rod falou em ir embora, Juliana arregalou os olhos pra mim tipo: o que que eu faço mãe??

Aproveitei a 'deixa' do Bernardo e o convidei pra ficar para o jantar. Sem sucesso. Parecia que ele não queria ficar muito perto da Ju, pois foi só nós chegarmos, pra ele resolver ir embora.

Quando ele foi até a porta juntamente de Bernardo, Juliana veio até mim.

—Mãe, e agora? Ele nem tá olhando direito na minha cara. Parece estar me evitando. —Ela disse com os olhos marejados.

—Vai lá conversar com ele. —Falei.

—Mas e o Bernardo? Ele vai perceber...

—Deixa que eu enrolo ele. Vai!! —empurrei ela em direção à porta.

Assim que Bernardo fechou a porta e começou a subir as escadas, Juliana foi atrás do Rod. Eu estava orando pra que eles se resolvessem, mesmo eu sabendo o quão difícil isso seria.

Entrei na cozinha, mas fiquei com os olhos e ouvidos atentos no Bernardo.

—Ele não pode descer... Deus, segura ele lá em cima. —Pensei. —Deus, ajuda esses dois a se resolverem, por favor.

Pensei alto e o Bernardo acabou ouvindo.

—Mãe?

Ai meu Deus. Será que ele ouviu o que eu falei?

—Falando sozinha mãe? —Ele riu.

Ufa, ele não tinha ouvido nada.

—Estava pensando sobre o jantar e acabei pensando alto demais. —Sorri.

—Percebi. —Sorriu de volta. —Cadê a Ju?

—Ela foi ali na vendinha comprar um negócio pra mim... —inventei.

—ah tá. Eu vou ter que dar uma saída, mas eu já...

NAAAO, ele não pode sair.

—Sair? Mas vai pra onde? —interrompi ele e fui em sua direção.

—Vou ali mãe, é rapidinho não demoro muito... —foi indo em direção da porta. Eu estava começando a entrar em desespero.

—Mas filho, você nem tomou banho. Não vai sair enquanto não tomar banho.

—Ahh mãe, fala sério. —Reclamou.

—Eu estou falando. E não só estou falando, como estou mandando. Vai já pro banho. —Apontei para a escada, em direção do banheiro.

—E laia viu...

Saiu batendo o pé, mas saiu. Esperei ele sumir pela escada e comemorei com os braços.

—Ufa, essa foi por pouco. —pensei.

Quando dei as costas para a porta, Juliana entra totalmente triste.

—E então? —perguntei curiosa.

—A minha cara responde a sua pergunta?

—Oh meu amor, não fica assim. —abracei a ela.

—Impossível não ficar mãe. Eu vou pro meu quarto tá. Só quero tomar banho e apagar na cama. —Ela se soltou do abraço e foi em direção da escada.

—Quando o jantar estiver pronto eu te chamo. —falei.

—Não precisa. Perdi a fome.

Ver a minha filha daquele jeito era a pior sensação do mundo. Pior ainda é você saber do que está acontecendo e não poder fazer nada pra ajudar.
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Inovando um pouquinho...
Beijocas
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