Capítulo 49 - Esquecendo-me das coisas que para trás ficam...

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•Por Rodrigo

Alguém pode me beliscar pra ver se era verdade mesmo aquilo que eu havia acabado de ouvir, por favor?!

—Oi?! —precisava ouvir de novo pra poder ter certeza.

—Vamos esquecer do passado e viver o presente?! O passado já passou e não adiantar nada a gente ficar aqui falando e falando aquilo que não pode ser mudado. Vamos recomeçar.

Eu, que estava sentado de frente pra ela, me levantei, sentei ao seu lado e a beijei.

Era um beijo repleto de felicidade e eu sabia que era recíproco, o que era melhor ainda.

—Mil desculpas por qualquer coisa que veio a te ofender minha loira, desculpa mesmo. —Me afastei da boca dela e falei.

—Já falei para esquecermos o passado. Vamos deixá-lo onde ele deve ficar.

—Isso. —voltamos a nos beijar.

Incrível como nada havia mudado. O seu gosto era o mesmo, ou até melhor, seu abraço sempre maravilhoso e confortável.

Comemos ali na maior harmonia possível. Mas tínhamos um problema...

—Ju, e o seu irmão?! Como iremos fazer? —perguntei.

—Ele vai ter se segurar. Eu não sou mais aquela menininha de antes. Já estou bastante crescida e decidida também. A gente vai continuar junto ele querendo ou não.

—E o seu pai, sua mãe?!

—Mamãe vai pular de felicidade, isso eu tenho certeza. Papai eu já não sei. Ele está passando tanto tempo lá pra São Paulo que eu quase nem me lembro dele.

—E ele vai pra lá a trabalho mesmo?!

—Ele diz que sim, mas acho bem capaz dele ter arrumado algum rabo de saia por lá. —eu riu. —e os seus pais?

—Meus país são tranquilíssimos. Nunca tive problema nenhum com relação a isso com eles.

—Entendi... Mas vamos com calma, não temos pressa de nada né...

—com certeza!

—Agora a Lelê sim vai pular de felicidade, literalmente. —ela disse.

—Realmente... Não mais do que eu, mas vai. —Sorri e a beijei de novo.

Eu estava voando. Estava explodindo de felicidade. Sei que ainda teremos muitos problemas para suportar, mas o nosso amor vale muito mais.

—E então, pra onde nós vamos agora? —perguntei, assim que saímos do restaurante.—Eu preciso ir buscar a Lelê daqui a pouco...

—E eu preciso ir pra faculdade...

—Nossa, verdade... Então pode voltar pra casa que eu busco a Lelê de táxi. —falei.

—Claro que não. —contestou.

—É Sério Ju... Não tem problema.

—Eu não vou te deixar gastar um dinheirão com táxi Rod. Vamos fazer assim, a gente vai até a escolinha da Lelê, pegamos ela e depois levo vocês pra casa, pronto!

—Não Ju, a escola dela é longe, não precisa!!

—Precisa sim, pare de se fazer de bom moço. —Ela saiu andando em direção ao carro.

—Ju... —tentei contestar, o que não adiantou nada.

—Jura que você quer brigar? Logo agora? —apelou.

—Claro que não, eu só não quero te atrapalhar... —respondi.

—A única coisa que está me atrapalhando é essa sua teimosia. —me deu um selinho. —toma a chave, vai dirigindo. —ela entregou na minha mão e entramos no carro.

Fomos até escola da Lelê e já fomos preparados para qualquer xilique que ela desse.

Estacionei na frente da escola e desci do carro, juntamente da Ju. Ficamos abraçados esperando por ela.

—Lelê, seus pais chegaram. —a inspetora do local gritou.

—Meus pais não tia, meu pai. —ela falou para a moça, antes mesmo de nos ver ali. Quando saiu pela porta e nos viu juntos, tomou um susto. —Maaaaaae!!!! —correu em direção a Ju e a abraçou.

—Mãe ainda não tá, meu amor, vamos continuar com o tia por enquanto. —Ju disse sorrindo.

—Tá bom tia, desculpa. Mas espere aí, vocês dois aqui? Abraçados? Vocês se acertaram? —começou o interrogatório.

—Sim minha pandinha!! —peguei ela no colo. —e agora é oficial. —fomos caminhando até o carro.

—Poxa, só porque eu estava bolando um plano pra juntar vocês dois... —ela desceu do meu colo e entrou no carro. —acabaram com a minha graça.

—Você não existe Lelê. —beijei seu rosto e fechei a porta do carro.

Fomos até em casa e nos despedimos da Ju.

—Tia, fica mais vai... —Lelê pediu.

—Não dá meu anjo. A tia tem que ir pra faculdade ainda. —ela que estava no colo da Ju, desceu, meio murchinha ainda.

—ahh. Então tá bom. —ela deu um abraço e um beijo na Ju.

—Filha, vá ali dentro com o Severino que eu já entro, tá?! —ela assentiu e entrou para a recepção do prédio.

—Tudo que é bom dura pouco né... —ela me abraçou.

—Pois é. E as entrevistas de amanhã? Você vai cancelar?

—Vou né, até porque já começo a trabalhar amanhã mesmo.

—Pois é... Amanhã a gente se vê?

—Não sei... Agora que o tempo vai ficar curto mesmo. Mas caso não der durante a semana, sábado e domingo dá. Aí a gente marca de fazer alguma coisa.

—tá bom. Agora vem cá, quero meu beijo de despedida. —puxei ela e a beijei. Não durou muito tempo, pois ela já estava atrasada. —cuidado no caminho. —eu disse assim que ela entrou no carro. Ela mandou um beijinho no ar e deu partida.

Fui para a recepção e subi para o apartamento com a Lelê. Durante todo o percurso até o apartamento, ao invés dela contar tudo o que havia acontecido na escola naquele dia, ela queria saber tudo o que havia acontido comigo e com a Ju. Me fazia várias perguntas, do tipo: "quando vocês vão marcar a data do casamento?" "mas como vocês se entenderam?" "vocês se beijaram?" Ela não parava, parecia uma máquina de fazer perguntas.

—Ei, vamos parar de perguntas e vamos para o banho, ein?! O que você acha?! —eu falei, assim que ela me deu brecha, sendo este já em casa.

—ahh não, prefiro ficar aqui deitadinha no sofá. —pulou no sofá e ligou a TV. Terrível.

—ahhhh mas então nós teremos que ter uma visita do senhor cosquinha... —agarrei ela e a enchi de cócegas.

—PAPAAAAI!!! PARE PAPAI!!!! —ela ria até não querer mais. —ISSO É COVARDIA!!!

—Ué, você não queria ficar aqui deitadinha no sofá, então...

—TÁ BOM, TÁ BOM, TÁ BOM, eu me rendo. —ela disse ainda rindo e eu fui parando. —Eu me rendo e vou para o chuveiro.

—Isso mesmo... Gosto de gente assim, obediente. —falei assim que ela tomou o rumo do banheiro.

Ela me mostrou a língua, eu fingi correr atrás dela pra fazer mais cócegas e ela correu para dentro do banheiro.
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