Augus

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Assim que Ro saiu da minha casa tive um pequena conversa com a minha mãe por ter obrigado a Ro sair de casa, mas desejava que ela não tivesse ido realmente embora, liguei para um amigo do aeroporto para ele me informa caso ela embarcasse em algum avião, e não demorou muito e ele me avisou que ela tinha trocado o horário do voo e já estava indo pra casa, não acreditei, fiquei totalmente desolado e descontrolado, comecei a beber sem parar durante 30min, depois comecei a surtar, gritar e quebrar tudo o que via pela frente, segundos depois eu sinto meu corpo ficando pesado, minha visão escurecendo, quando dou por mim já estou no chão, a última coisa que escuto são os passos corridos da minha mãe e Glória subindo as escadas e então adormeci.
Acordei meio dolorido numa cama de hospital, estou sozinho no quarto, olho para a janela do corredor e não vejo meus pais ou Glória, ligo a tv mas não está passando nada que tome minha atenção e me faça esquecer da Ro, viro para o lado esquerdo onde tem uma janela com vista para rua, viro um pouco mais um pouco a cabeça e percebo que tem um isopor com um papel dobrado embaixo, sento na cama, levanto o isopor e abro o papel e leio "Oi meu amor, eu voltei, te espero na nossa casa! ❤️ Sua Roberta" quando vejo quem assinou um sorriso enorme se forma em meu rosto, preciso sair agora daqui, fico todo eufórico e aperto o botão de chamar a enfermeira loucamente sem parar, 2minutos depois chega a enfermeira, o médico que me diagnostico com ELA e meus pais, todos com expressão de preocupados.
O que foi meu filho? - pergunta minha mãe.
Eu preciso ir embora, Ro está me esperando. - digo sorrindo e me levantando.
Vai com calma, você só vai poder sair daqui amanhã de manhã. - diz o Dr.
Tá de brincadeira né? Não posso esperar mais para ter a Ro em meus braços novamente! Me deixei ir por favor. - digo suplicando.
Desculpe Augusto, mas ainda estou adiando sua ida, era para ir só daqui 3 dias, você mal vai ficar um dia. - explica o Dr.
Mas porquê tenho que ficar tanto tempo? - pergunto indignado.
Por causa da sua doença, ela parece estar afetando mais rápido seu corpo, é questão de dias para perder alguns movimentos. - explica o Dr. com tristeza.
Olho para meus pais, eu sei que a minha mãe está tentando se segurar ao máximo para não chorar, mas uma lágrima cai do seu rosto e ela sai correndo em direção a porta, meu pai vem até mim e diz que acharemos um jeito para minha doença e vai atras da minha mãe, o Dr. e a enfermeira faz uns pequenos exames para ver se está tudo bem comigo e logo saem.
O que eu farei agora? Se eu não voltar para casa Ro vai embora, e eu não quero ela fora da minha vida, eu quero dar uma vida pra ela, quero dar uma bela família para nós, quero ter muitos anos a seu lado, mas não sei se isso será possível, talvez eu morra antes do que o Dr. previu, estou com tantas coisas na mente que nem vi quando a enfermeira entrou no quarto e injetou medicamento no meu soro, olho para o soro e vejo as gotas caindo e meus olhos vão fechando, e minha mente é invadida por imagens da Ro, de quando nos conhecemos, quando ela esbarrou em mim, na noite de amor que tive com ela, e quando ela teve um pesadelo e me abraçou bem forte, então logo adormeço novamente.
Um perfume doce e conhecido invade todo o meu quarto, sinto meio apertado, tem algo sobre minha perna direita, acordo meio assustado e sonolento, me viro para direita,não tem nada do lado da minha cabeça, sinto algo incomodando minha mão, olho um pouco para baixo, e então a vejo, aquela morena mediana, dormindo na cama comigo e me abraçando, não acredito, ela está aqui, seu cabelo está em cima da minha mão, passo a mão pelo seu cabelo e ela funga me apertando mais, sim, ela realmente está aqui, não consigo parar de sorrir, ela me ama realmente, se não ela nem teria voltado ou estaria aqui em um hospital deitada numa cama horrível, tenho certeza que ela vai acordar toda dolorida de dormir aqui, passo a mão pelo seu rosto e ela sorri, levanta a cabeça ainda dormindo e deita em cima do meu peito, coloco a mão em cima de suas costas e adormeço sorrindo, querendo que esse momento não acabasse, se eu morresse agora com certeza morreria muito feliz, só por tê-la em minha vida novamente, e tê-la aqui em meus braços.

Um acaso do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora