A Cura é o Amor

Capítulo 04

Ela

- Mas o que está acontecendo ?

Havia uma fila enorme de carros parados e buzinando, alguns helicópteros indo para o norte. Um verdadeiro tumulto em direção ao centro da cidade.

Pessoas assustadas correndo.
Passamos entre os carros, até chegar em um cruzamento. Estava complicado enxergar, além do trânsito desgovernado, havia um nevoeiro e um céu nublado, nos exibindo um cenário totalmente horripilante.

(...)

Senti o coração do Emmet acelerar e mesmo com o capacete, podia deduzir sua respiração densa, pois, seu peito se contraía, ele estava com medo e isso me deixou apavorada também.

Entrelacei meus braços com mais força ao redor de seu abdômen, como um aviso de "estou aqui com você".

- Emmet ! Está perigoso, vamos sair da rua... - Falei o mais alto que pude, na esperança dele me escutar em meio ao caos das buzinas, gritos e outros sons altos que não pude identificar.

- Entendido. - Emmet vira a cabeça para avisar.

Assim que Emmet endireitou seu corpo novamente na moto, ambos levamos nossa atenção ao trânsito.

(...)

Ele

Um caminhão havia batido em nós. Não deu tempo para pensar em nada, foi tão rápido.

Quando eu abri os olhos, estava tudo em câmera lenta. Ouvia gritos, pessoas correndo. Olhei a diante e vi a Marcy desacordada ao lado da moto que estava totalmente destruída.

No momento que eu levantei e fui até ela, parece que tudo voltou ao ritmo que estava.

Cheguei até a Marcy e a peguei no colo, comecei a caminhar em direção ao hospital. Até que uma bomba atingiu um prédio próximo a nós.

- Garoto ! Não vá por aí ! - Um homem grita desesperado.

- Preciso leva-lá para o hospital !

- Não tem ninguém lá menino !! Vá para um lugar alto e seguro !! - Dei de ombros e continuei correndo.

(...)

Cheguei no hospital, estava tudo devastado, havia rastros de sangue em todo lugar, tudo revirado e destruido.

Levei a Marcy até um dos quartos e a deitei em uma maca.

(...)

Volto para o corredor na esperança de encontrar alguma medicação nas prateleiras, minha mãe é enfermeira, e me ensinou algumas coisas.

Ouvi alguns tiros, logo empurrei um armário para bloquear a porta do quarto onde Marcy estava e me escondi de baixo de uma mesinha na frente.

Passou uma pessoa, estava mancando, pensei em sair do esconderijo e ajudar, mas assim que vi seu rosto, recuei.

Um de seus braços estava pendurado, seus olhos eram totalmente brancos como se aquilo não houvesse alma. Um soldado surgiu no fim do corredor e atirou bem na cabeça.

(...)

Um zumbi ? Não, isso seria ridículo, zumbis de verdade ? Bom, não era para isso assustar alguém como eu, digo viciado em The Walking Dead, Guerra Mundial Z ou qualquer outro filme/série com zumbis.

Ok, se acalme Emmet, fácil, é só buscar comida, água e armas, e proteger a Marceline a qualquer custo. Fácil ? Quem eu quero enganar.. ? Se eu durar dois dias é muito.