Ela
Subi as escadas correndo e entrei no apartamento, aquele garoto novo, Maxon estava na sala, passei reto e fui para o meu quarto. Ele me seguiu.
Sentei na minha cama e abracei meus joelhos, ele ficou parado na porta.
- Marcy, por que está chorando ?
- Não me chame de Marcy, quem te deu essa intimidade ?
- Tudo bem, Marceline por que está chorando ?
- Vai embora. - Joguei uma almofada nele.
- Vai ficar tudo bem. - Ele diz se aproximando.
- Não entra no meu quarto seu louco ! - Jogo outra almofada e ele volta para a porta.
- Meu Deus ! Para com isso, eu só estou tentando ajudar.
- Tem razão, desculpa. - Digo em tom irônico. - Só me deixe sozinha.
- Que fique claro que só estou saindo porque seu namorado está chegando, acredito que ele pode te ajudar mais que eu no momento, mas se quiser conversar estou aqui e também quero ser amigo de vocês e provar minha lealdade.
- Você terá oportunidades, Max. E obrigada, gentileza sua.
Ele
Eu não acredito que a Marcy ficou com medo de me contar sobre a Nath, mesmo depois de eu ter dito que a amo.
Subi as escadas, passei pela sala de estar e cheguei no corredor do quarto dela. Maxon estava na porta, quando me viu apenas sorriu e voltou pra sala.
- Marcy ? - Digo batendo na porta aberta.
Ela estava sentada na cama com o rosto coberto por uma almofada, chorando.
- Você tem que parar com isso ! - Ela exclama.
- O que ? - Digo me sentando ao seu lado.
- De ser tão apaixonante.
- Eu sou apaixonante ? O Jake te quer e agora.. O Maxon.
- O Maxon ? Mas ele só estava aqui na porta.
- Querendo o que ?
- Saber o motivo de eu estar chorando.
- Então, ele se preocupa.
- Talvez, mas essa não é a questão.
- Marcy acha mesmo que eu correria atrás da Nath ?
- Bom.. Ela é bonita e..
- Fala sério. - Reviro os olhos.
- É sério.
- Quando eu disse que te amo.. Sabe é sério.
- Desculpa.
- Tudo bem Marcy. - Abraço ela de lado. - Sabe, sempre que te vejo chorar me dá vontade de trocar de coração contigo.
- Não se preocupe com isso, você sabe, estou sempre chorando.
- Estou sempre querendo trocar nossos corações. - Digo e ela sorri.
(...)
Ela
- Você conheceu ela ? - Pergunto.
- Ela quem ?
- Você precisa vê- la. - Pego o braço dele e o puxo até o quarto da Nath.
- Marcy ? - Ele diz meio sem graça.
- Não se preocupe, me espere aqui fora.
- Nath ! - Exclamei.
- Entra.
Entrei e caminhei até a janela onde Jade estava sentada observando.
- Desde que chegamos, ela correu pra janela e não para de olhar pra fora.
- Você ofereceu comida pra ela ?
- Sim, ela não me ouve.
- Jade vem comigo. - Ela me olha e pega em minha mão.
- Marcy pra onde você vai leva- la ?
- Não se preocupe Nath, vou trazer ela de volta.
Peguei a Jade no colo e abri a porta, Emmet estava encostado na parede.
- Quem é essa garotinha linda ? - Ele pergunta pegando Jade no colo.
- Ela se chama Jade. - Digo sorrindo.
- Oi, sou o Emmet. - Ele desviou seu olhar pra mim. - Onde encontraram ela ?
- Depois. - Sussurro e ele assente. - Vamos ir até o jardim de inverno com ela.
Ele
Marcy e Nath encontraram uma pequena garotinha, me pergunto como ela sobreviveu em meio ao caos, isso me intriga, estou curioso, mas agora ela está em meus braços e sinto que é meu dever cuidar e protegê- la como se fosse minha filha.
Segui Marcy até o Jardim de inverno carregando a Jade.
A maioria das plantas estavam mortas, outras doentes, mas o cenário não estava tão ruim.
No canto uma bicicleta antiga com uma cestinha cheia de flores mortas, a janela enorme que cobria a parede quase toda, uma decoração um tanto depressiva mas nada feio, eu diria 'Rústico'.
- Vamos sentar aqui. - Marcy diz puxando uns banquinhos de madeira para o centro do jardim.
Me sentei e coloquei a Jade no outro banco, ficamos um tempo olhando as plantas e ouvindo o somente o som de passos, provavelmente era alguém indo pegar algo pra comer na cozinha.
- O que vamos fazer ? - Pergunto quebrando o silêncio.
- Hum... - Marcy murmura. - Vamos tomar chá.
- Mas não tem chá aqui. - Digo revirando os olhos para a Jade.
- Claro que tem, olha só. - Ela finge pegar uma chaleira no ar. - Vou colocar um pouco pra você.
- Ainda não vejo chá.
- Deixa de ser cego Emmet ! - Marcy deixa sua "chaleira" na mesinha e cruza os braços. Jade deu uma pequena risada. - Jade experimenta esse chá e diga se está bom ou não.
- Ah, mas eu quero também. - Digo estendo a mão fingindo que estou segurando uma xícara.
- Não, só depois da Jade. - Ela fingiu colocar o chá na xícara invisível e entregou para a garotinha. Jade ficou meia tímida, olhou pra Marcy e depois pra mim, sorriu e fingiu beber o chá. - Está gostoso ?
- Sim. - A menininha respondeu, na verdade foi mais um 'Xim' ou um 'Tim' do que um sim. Marcy me olhou com os olhos arregalados e sorriu.
- Obrigada, eu que fiz. - Ela não conseguia esconder o entusiasmo por ter feito a pequena falar.
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A Cura é o Amor
Science FictionViaje nessa emocionante história. Um cenário devastado por zumbis. quatro adolescentes, quatro sobreviventes, quatro amigos e dois pontos de vista diferentes, entre muitas, muitas escolhas.