Ele
Sei de uma praça que fica à algumas quadras daqui, quem sabe ela esteja lá.
O problema é que está cheio de andarilhos.
(...)
O caminho foi meio longo, pois andei com cautela, consegui matar a maioria dos zumbis sem utilizar a pistola, daqui já consigo ver o caminhão.
(...)
Me aproximei do caminhão, chuto a porta e entro rapidamente.
- Seja lá quem for, só digo uma coisa, tenho uma arma e não tenho medo de usar ! - Ouço a voz suave exclamando.
- Nath ?!
- Não, senhor zumbi, não tem nenhuma Nath aqui, eu sou, eu sou... Alguém qualquer, não sou importante, me deixe viver..
- Nath é o Emmet.. - Digo me aproximando dos caixotes onde ela estava escondida.
- Ah, ignora isso que eu disse segundos atrás..
- Você está machucada ?
- Eu cortei o tornozelo em uma garrafa quebrada ali perto daquele caixote.
Me aproximo e puxo a barra de sua calça.
- Parece que o vidro ainda está lá dentro, vou conseguir tirar no hospital onde eu e a Marcy estamos abrigados. Agora venha, precisamos andar rápido, antes que fique de noite, suba, eu te carrego. - Digo virando as costas para ela.
Antes de sair coloquei algumas garrafas de refrigerantes, sucos e água que estavam dentro dos caixotes, na bolsa.
Saímos sorrateiramente de dentro do caminhão, passamos por trás de um bando sem que nos percebessem, e seguimos de volta ao hospital.
(...)
- Onde está a Marcy ? - Nath pergunta.
- Há uma semana, estavamos de moto, voltando da escola e acabou que um caminhão bateu na gente e apagamos, desde então... ela dorme.
- Dorme ?
- Sim, mas ela vai acordar em breve, sei que vai.
- Está em coma ?
- É, mas não vai durar muito tempo.
(...)
- Chegamos.
A levo até uma sala do hospital, tiro os cacos de vidro do tornozelo dela com uma pinça e faço o curativo.
- Pronto !
- Finalmente, doeu tanto. - Ela diz ajeitando a barra da calça e cobrindo o curativo - Obrigada Emmet.. Por tudo..
- Não foi nada. Agora vou leva- lá até o quarto da Marcy..
- Prefiro o seu..
- Que ? - Digo arqueando as sobrancelhas.
- É... Nada, vamos.. Quero ver a Marcy.. - Ela responde com um sorriso irônico.
"Prefiro o seu." O que foi isso ? Ela está louca ? Que tipo de garota é essa ? Mal me conhece.
(...)
- Tem certeza que ela vai acordar ? - Nath diz enquanto debruça no apoio da cama.
- Tenho. - Digo segurando a mão da Marcy.
- Pra mim, ela parece...
- Não fala..
- Falar o que ? Morta !? Pra mim, ela parece morta, Emmet vamos ser realistas.
- Mas ela não está, olha as máquinas estão mantendo o coração dela batendo... E você por que não dorme no quarto aqui ao lado ? Ou só... Fique longe dela por um momento.
- Tá, eu vou, só me responde uma coisa..
- O que ?
- Vocês namoravam ? - Ela revira os olhos.
- É.. Não, agora vá.
- Ah que bom ! - Ela vira as costas e abre a porta.
- Nath !
- Quê ?
- Lá no caminhão, você disse que tinha uma arma. - Digo acompanhando ela até a saída do quarto da Marcy.
- E tenho.. Quero dizer.. É isso.. - Ela levanta um pedaço de sua blusa exibindo uma faca pequena.
- Sabe usar ?
- Não, na verdade eu nunca tentei.
- Como chegou no caminhão ?
- Só correndo.
- Não pode correr a vida inteira.
- É por isso que você vai me ensinar a matar um zumbi. - Ela diz com um sorriso malicioso.
- Vou é ?
- Você mesmo disse que não posso fugir a vida inteira..
- Droga. - Reviro os olhos.
- Começamos assim que meu tornozelo melhorar !
- Tanto faz.. Agora vá para o seu quarto. - Solto um suspiro.
Onde fui me meter ?
(...)
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A Cura é o Amor
Science FictionViaje nessa emocionante história. Um cenário devastado por zumbis. quatro adolescentes, quatro sobreviventes, quatro amigos e dois pontos de vista diferentes, entre muitas, muitas escolhas.