11 - O novo lar.

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Todos entraram na gruta e começaram a organizar e descarregar os pertences que ainda lhe eram úteis, um barril foi usado como uma espécie de reservatório, para aparar a água que escorria de uma das paredes,  tochas foram fixadas ao longo das paredes  e mais ao centro da gruta caso precisassem de uma boa iluminação. O abrigo começaria a ser organizado imediatamente, vinte homens saíram para coletar madeira que seria usada na construção de uma pequena muralha na entrada da gruta, alguns homens foram procurar pedras para que as armas fossem afiadas e outros estavam incumbidos de caçarem mais alimentos para garantir a fartura desta noite.

Estava quase anoitecendo e os homens chegaram com a madeira a deixando do lado de fora, e os homens que foram buscar as pedras também haviam retornado junto com os caçadores que traziam sete javalis.

-Vamos fazer sete fogueiras pequenas do lado de fora, para que todos possam comer juntos ao ar livre.-Disse Arkon.

Os animais foram limpos e começaram a ser assados, após algumas horas todos estavam satisfeitos e já estavam apagando as fogueiras e entrando no abrigo para descansar. Revezaram a cada duas horas, três dos homens fariam a guarda noturna. Arkon e seu pessoal, não estavam totalmente felizes com seu novo lar, mas com o tempo tudo iria se ajeitar,  Arkon sabia que não teria como voltar para casa, mas seus guerreiros e amigos achavam que era apenas um abrigo temporário, só até consertarem o navio. Deveria Arkon lhes contar a verdade? Contar que nunca mais veriam seus amigos e familia? Ou os "deuses" os levariam de volta?

Arkon se voluntariou para o primeiro turno da guarda junto com outros dois, já na entrada da gruta os outros dois guardas conversavam baixo entre si, enquanto Arkon estava perdido em seus pensamentos.

"Odim! Me diga o que devo fazer! Como devo falar para eles que não vamos voltar? Eu posso falar a verdade? O que devo dizer? Será que eu tenho que começar com "Oi amigos, os deuses vieram em meus sonhos e disseram que não vamos mais voltar para casa, sinto muito."  Se estiver ouvindo me ajude por favor..."

O tempo passou rápido e logo chegou a hora da troca de guardas para que Arkon descansasse, a noite foi curta, no primeiro raio de sol os guardas daquele turno foram acordar todos os outros, o dia seria longo e muita coisa precisava ser organizada na base, todos começaram a trabalhar, alguns sairam a procura de comida, mas a principal tarefa do dia foi a construção da pequena muralha, que seria feita um pouco mais a dentro da gruta, e a parte de fora seria camuflada com galhos e folhas. Arkon, Niker e claro os dois lobos, foram até a praia para ver seu navio e quem havia chegado.

-Imagino que eles não estarão na praia quando chegarmos.- Comentou Niker.

-É o que vamos descobrir, tomara que não sejam hostis.- Completou Arkon.

Arkon se aproximava da praia junto de seus companheiros, e puderam ouvir a conversa de alguns homens por de trás de uma pedra.

-Isto não faz nenhum sentido!- Disse o capitão português.

-Aqui não parece ter nenhum sinal de civilização, não pode ser o lugar que procuramos!- Disse um deles

-Cabral! Este é o novo mundo?- Perguntou o imediato.

-Sim Frederico! Este parece ser o lugar que os espanhóis acharam, mas o que não faz sentido, é aquele navio quebrado.- Respondeu o capitão.

-O senhor não está cogitando a idéia de que os bárbaros chegaram aqui antes de todos, está?- Perguntou o imediato.

-Bom... convenhamos que aqueles navios não existem a um bom tempo, agora... Frederico, forme uma patrulha e procure sinal de vida, vá.- Ordenou o capitão.

-Sim, senhor capitão!- Respondeu Frederico enquanto saía com o terceiro homem.

O capitão ficou só, mas não por muito tempo...

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