Assassin'S creed - Origem.

13 - Saudades.

Desmaiado e afundando no mar, o mundo de Arkon estava prestes a acabar, seu mundo estava cada vez mais frio. Mas uma sensação familiar, de repente tomou conta de seu interior, um calor que Arkon demonstrou uma vez a anos atrás, estava retornando para ele, este calor seria piedade?

O frio da água sumiu, agora se sentia apenas o frio da brisa marítima e o calor do sol, Arkon estava sendo arrastado pela praia, por seus dois amigos, Morte e Inverno. Conseguiu abrir os olhos, e ao olhar para direita teve a visão de um de seus salvadores Inverno, ele se parecia com um ser mágico, banhado pela luz do sol, seu pelo parecia mais branco, seus olhos brilhavam em um azul celeste, suas garras claras pareciam ter um brilho dourado. Tudo parecia mais belo até mesmo as garras negras de Morte que também pareciam brilhar.

Algumas horas se passaram, Arkon acordou meio tonto na praia que já estava escura, com a pouca força que lhe restava, levantou e tentou andar até o abrigo, seus lobos ainda estavam ao seu lado e serviriam de escolta. O abrigo ficava à alguns minutos de caminhada, mas cada passo era um desafio, Arkon teve de ser forte, e demorou cerca de o dobro do tempo para chegar ao abrigo.

-Quem vem lá?- Disse um dos três guardas noturnos.

-Quem você acha? Conhece mais alguém que anda com dois lobos?- Brincou o segundo guarda.

-Bem vindo de volta, senhor!-Disse o terceiro.

Arkon não respondia, apenas caiu a poucos metros do abrigo, se deixando descansar com uma sensação de alívio por estar de volta, os homens ao vê lo cair, correram em sua direção para oferecer ajuda, e viram que Arkon já estava inconsciente, logo o levaram para dentro.

Na manhã seguinte Arkon estava com curativos no ombro e recebia cuidados de Julyr.

-Bom dia!- Disse Julyr com um sorriso amigável.

-Onde está Niker?- Perguntou Arkon preocupado.

-Está envolvido na gestão do abrigo enquanto você está incapacitado.- Respondeu Julyr.

-Por que não foram me buscar?-. Perguntou Arkon.

-Niker veio nos avisar sobre o conflito, todos fomos ao seu encontro mas não lhe achamos, conseguimos expulsar Pedro por enquanto.- Respondeu Julyr.

-Bom, e resultado da batalha?- Quis saber Arkon.

-Perdemos treze homens.- Disse Julyr.

-Eles terão um funeral adequado- Disse Arkon. - Bom... agora somos sessenta guerreiros e dois lobos.- Disse Arkon tentando amenizar o clima pesado.

-Pois é... e dois lobos- Repetiu Julyr sorrindo.

-Se tem uma coisa que eu não me arrependo... É de ter salvo aqueles filhotes anos atrás, acho que já salvaram minha pele mais vezes do que posso contar.- Arkon completou sorrindo.

-Ei vejo que já está bem!- Disse Niker entrando no abrigo.

-É isso aí.- Respondeu Arkon.

-Tenho uma pergunta, é sobre o que acontece se você morrer...-Disse Niker.

-Pode falar.- Respondeu Arkon.

-Quem fica com os lobos?- Niker perguntou sorrindo.

-Idiota.- Respondeu Arkon fingindo estar com raiva. -Ei... obrigado você agiu bem ontem, se eu morrer os outro vão ficar bem sob seu comando.- Disse Arkon.

-É eu sei... brincadeira, não quero que você morra... irmão- completou Niker enquanto saia do abrigo.

Arkon olhou para a caixa da Maçã, e a abriu vendo que havia um leve brilho na Maçã, o brilho fazia que o objeto metálico tivesse um aspecto aveludado, ele a pegou e saiu do abrigo a segurando em seus braços. Arkon por algum motivo queria andar até a praia. Alguns minutos de caminhada e Arkon estava de volta a praia vendo o Gigante de Gelo naufragado, um sentimento horrível tomou seu coração, a dor de saber que não poderia voltar para casa, mesmo se conseguisse concertar o navio, o fazia querer desistir.

Arkon percebeu que o navio de velas brancas, estava ancorado à algumas centenas de metros da praia e logo começou a pensar, "Mais dos homens de Pedro, não vou conseguir, eu só quero voltar para casa."

A Maçã começou a brilhar intensamente, e Arkon viu nela, sua chance de retorno, aquele momento de tentação pelo pedaço do Éden, que lhe fez esquecer seus amigos e apenas pensar em si mesmo, poderia dizer muito sobre seu caráter, mas a culpa não era dele, estava hipnotizado pela Maçã.

Ele a ergueu e pensou em seu lar, uma sensação de formigamento, começou em suas mãos, e de repente foi como se uma corrente elétrica passasse por seu corpo, Arkon sentiu a temperatura ambiente subir, assim como a do solo, ele não mais estava naquela praia, teria ele voltado para casa? Antes que pudesse descobrir a corrente elétrica se intensificou e o fez desmaiar.