19 - Sacrifícios.

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-Syrah... Syrah!- Sussurrou Arkon.

-Sim?- Respondeu Syrah sonolenta.

-Já percebeu que você está... sabe, na minha cama?- Perguntou Arkon de um jeito tímido.

-Ãhh... na verdade eu acho que, é você que está na minha cama.- Respondeu Syrah ainda de olhos fechados.

-Ah, isso explica muita coisa, acha que nós fizemos?- Perguntou Arkon.

A conversa foi interrompida por uma batida na porta do lado de fora, como se ela estivesse se fechando bruscamente, Arkon se levantou meio perdido pois estava escuro e não conhecia bem o lugar.

Ao entrar no salão principal, Arkon tropeça em um homem bêbado que estava no chão, a luz das tochas já estava fraca, então não pode ver quem era, ele foi até a porta e olhou por uma pequena abertura que havia nela, não vendo ninguém decidiu abrir a porta para saber que barulho foi aquele de segundos atrás. Do lado de fora, conseguiu ver apenas o quê pareciam ser, guardas do faraó acabando de virar a esquina, neste momento Arkon correu para dentro do salão, e começou a acender as tochas, quando tudo estava claro pode ver algo que não queria... aqueles homens não estavam bêbados... estavam mortos!

-Arkon...- Soou uma voz fraca.

Arkon olhou para um canto escuro do salão, e uma figura familiar estava caída junto de uma espada.

-Desam! Você ainda está vivo!- Gritou Arkon, mas ao invés de ir ver como ele estava, correu até o aposento do médico.

-Marlin! Abra a porta! Marlin!- Gritou Arkon esmurrando a porta.

-Me deixem em paz! Vão embora!- Gritou Marlin.

-Sou eu Arkon! Desam precisa de cuidados médicos!- Implorou Arkon.

A porta se abriu e dentro estavam o médico e o ferreiro. Marlin foi logo atender a Desam, e Talion continuou dentro do cômodo.

-O que vocês dois faziam aí dentro?- perguntou Arkon com certa malícia.

-Durante a festa, Marlin e eu, estávamos juntos... conversando, e então os guardas invadiram o salão, o primeiro lugar que encontramos para fugir foi o consultório.- Disse Talion meio sem jeito.

-Por que não ficaram e lutaram?- Especulou Arkon.

-Lutar? Não somos soldados, além disso, não teve luta, o único que estava sóbrio o suficiente para se defender, era Desam, tudo aquilo foi uma grande execução.- Respondeu Talion. - E vai dizer que nunca fugiu de nada?- Perguntou logo em seguida.

Arkon começou a pensar em todas as vezes que fugiu, todas as lutas que evitou, e ficou imaginando, se o homem que estava a sua frente, de alguma forma, sabia de seu passado.

-Do que você está falando?- Perguntou Arkon.

-Estou falando sobre, onde você estava!- Disse Talion.

-Desmaiado, eu acho.- Disse Arkon.

Os dois voltaram a atenção para Desam, que estava chamando por Arkon.

-Arkon... haja o que houver, cumpra nosso objetivo, ajude a eliminar o Faraó.- Implorou Desam.

-Tudo bem- Acenou Arkon.

Na manhã seguinte, Arkon estava com o objetivo traçado... matar o faraó, mas precisaria de toda a ajuda.

-Syrah, você está disposta a ajudar?- Perguntou Arkon.

-Sim, farei o que precisar para obter nossa vingança!- Respondeu Syrah.

-Então me dê sua mão.- Pediu Akon.

-O que vai fazer?- Perguntou Syrah assustada.

-Cortar seu dedo!- Respondeu Arkon.

-Mas... por que?- Quis saber Syrah.

-Este ato de sacrifício, será simbólico a união de pessoas como nós, unidos pelo mesmo objetivo, que é tornar o mundo melhor, e este será o único jeito de usar a lâmina oculta, que nos dará vantagem na batalha.- Explicou Arkon.

-Tudo bem.- Finalmente ela concordou.

Marlin deu algumas ervas anestésicas, para Syrah mascar, e Arkon isolou os outros dedos dela, e com um único golpe de espada, o decepou.

Duas semanas mais tarde, com treinamento adequado para usar a lâmina, Arkon e Syrah estavam a porta do palácio de Menés.

Escalaram até o segundo piso, onde fica o quarto do faraó, Menés estava deitado, então Arkon chegou ao lado da cama e acionou a lâmina, o faraó deu um grito antes de ser apunhalado por Arkon.

Cinco guardas entraram de repente no quarto, Arkon estava prestes a matar o primeiro, quando um deles deu um alerta e em questão de segundos o quarto estava cheio de guardas.

-Venha!- Gritou Arkon saindo pela janela e sendo seguido por Syrah.

Correndo entre corredores e por cima de muros, cada vez mais guardas estavam atrás dos dois.

-Se esconde aqui!- Disse Arkon apontando para um beco.

Syrah se escondeu, e Arkon continuou correndo, para chamar a atenção dos guardas, após sair do palácio, Arkon entrou em uma rua a esquerda com casas enormes, e entre estas casas, havia um beco que logo viu como refúgio, correndo por ele se deparou com uma parede, uma parede e nada mais.

Atrás dele já estavam os guardas, dezenas deles o cercando, Arkon sentiu que seu bolso estava mais pesado, os guardas soltaram uma expressão de medo, e quando menos se espera, o beco foi inundado pela luz da Maçã que estava em seu bolso, várias lanças foram arremessadas contra Arkon, que fechou os olhos esperando que a morte chegasse, segundos que pareciam eternos, foram vividos por Arkon, ao abrir seus olhos, não viu nenhum guarda... nenhum guarda, nenhum beco, apenas outro lugar que nunca havia visto.

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