capítulo 14

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Três semanas antes de Louis me deixar, quando estávamos loucamente apaixonados, demos uma fugida dos nossos retiros em Kraftboro para fazer uma visitinha a Lanford.

-quero conhecer esse lugar que significa tanto pra você -dissera ele.

Lembro de como seus olhos se iluminaram ao andar de mãos dadas comigo pelo campus.

-quando você estudava aqui, para onde levava os colegas de que estava a fim ? -perguntou

-direto pra cama.

Louis bateu no meu braço com ar travesso.

-estou falando sério. E estou com fome.

Então fomos ao Judie's na avenida principal. Marcos fazia um bolo inglês maravilhoso, com calda de maçã. Louis adorou. Enquanto eu o admirava, ele observava tudo, a decoração, os quadros, cardápio.

-então era aqui que você trazia seus namorados ?

-só os de classe - respondi

-espere aí, e aonde você leva os sem classe ?

-ao Marco's . A espelunca aqui ao lado -falei sorrindo - costumávamos jogar roleta de camisinha.

-como é que é ?

- ia lá com amigos. Tinha uma dessas máquinas automáticas de camisinhas no banheiro masculino.

-máquina de camisinhas ?

-sim

-do tipo que as pessoas põem moedinhas ?

-exatamente -falei

Louis balançou a cabeça

-que classe!

-OK, eu sei

-e quais são as regras da roleta de camisinhas ?

-é uma bobagem

-não fique pensando que vai escapar assim tão fácil. Quero ouvir.

Ele deu aquele sorriso que me nocauteava.

-OK -concordei -você joga com quatro caras... é tão idiota!

-por favor. Estou adorando. Ah vai, você joga com quatro caras... -ele fez um gesto para que eu continuasse

-as camisinhas vêm em quatro cores -expliquei -preto meia-noite, vermelho-cereja, amarelo- limão e laranja -laranja.

-esses últimos dois você inventou

-era algo assim. O que interessa é que elas vêm em quatro cores, mas não da para saber a cor até abri-las então cada um colocava três dólares na caneca e escolhia uma cor. Aí, um de nos ia até a máquina e trazia a camisinha embalada. Alguém imitava o rufar dos tambores , outro fazia o papel de locutor,por fim a embalagem era aberta e quem tivesse escolhido a cor certa ficava com o dinheiro.

-que emocionante.

-é, bem... -falei - claro que o vencedor tinha que pagar a próxima rodada de cerveja. Então, financeiramente não compensava muito. No fim marcos o dono do lugar, acabou transformando isso num jogo de verdade, com regras, competições e placar.

Ele segurou minha mão.

-vamos jogar ?

-o que ? Agora? Não.

-por favor - fez biquinho

-nem pensar

-depois do jogo -sussurou Louis, me lançando um olhar provocante -podemos usar a camisinha

seis anos depois ➡ l.s. (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora