Por que não começar um livro com um sonho

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Oi! Sei que há uma regra geral sobre não começar um livro com um sonho (inicio falso, enganador, etc). Mas e se meu personagem (e os leitores) souberem de imediato que é um sonho? Muito obrigado!

Eu gostaria de ter melhores notícias para você, mas infelizmente, inícios falsos não são a única razão pela qual você não deveria começar um livro com um sonho. Mesmo que o leitor saiba automaticamente que o que está lendo é um sonho, há mais algumas razões para evitar isto.

1) É um clichê.

Eu não sei qual foi o primeiro escritor a iniciar uma estória com um sonho, mas seja lá quem for, ele criou um monstro. Desde então, inumeráveis estórias começaram com sonhos. Se sonhos podem ser considerados um elemento comum em ficção, começar uma estória com um sonho tornou-se um clichê.

2) Sonhos são entediantes.

Eu amo sonhar e eu amo ouvir sonhos de outras pessoas, mas a maioria das pessoas não gostam, mesmo que finjam. Se você olhar com atenção quando você estiver contando a respeito de seu último sonho louco, notará que seus olhos vagueiam e que acenam e fazem muitos "hã-hãs". Isto é porque sonhos são interessantes para nós, pois conseguimos nos identificar com eles, e como escritores, os sonhos que imaginamos para nossos personagens são igualmente interessantes. Mas na maior parte do tempo, os leitores pensam, "ah, não! Aí vamos nós...", e vão se desconectar do mesmo modo que fazem quando encontram prólogos.

3) Sonhos em estórias são geralmente desnecessários.

A maior parte do tempo, são apenas encheção de linguiça ou um meio para despejar informação de modo efetivo.

4) Abeturas com sonhos podem ser vistos como preguiça.

Se a informação contida no sonho do personagem for importante, colocá-la num sonho pode ser um atalho tomado e que evita encontrar uma solução mais criativa e efetiva. Por exemplo, se o personagem sonha com um acidente de carro que ocorreu a três anos atrás, você poderia evitar o sonho ao fazer seu personagem observar uma cicatriz em sua perna e isto trás à tona as memórias do que aconteceu naquela noite.

5) Leitores veem sonhos como uma perda de tempo.

No instante em que o leitor percebe que está lendo um sonho, sabem que o que estão lendo não está ocorrendo de fato o que traz um sentimento de que aquilo não é importante. Assim que percebem que não é importante, sentem que o tempo está sendo disperdiçado e começam a perder o interesse.

6) Sonhos no início resultam em um aberturas fracas.

A coisa mais importante que você pode fazer no início de sua estória e fisgar o leitor e fazer com que queira saber mais. Se o leitor sabe que esta lendo um sonho, ele sabe que é finito. Só pode ir até onde vai acabar então eles não sentem que estão sabendo mais. É como iniciar com uma bolha de sabão que vai explodir. O leitor tem que acreditar que o sonho vai valer a pena ler. É muito a se pedir nas primeiras páginas de sua estória.

7) Pode matar suas chances de ser publicado.

Se você está pensando em procurar uma editora, é bom pensar bem sobre começar o livro com um sonho. Alguns agentes e editores já admitiram descartar manuscritos simplesmente por que se iniciavam com um sonho.

8) Pode não ser tão bom quanto você pensa.

Uma das razões pelas quais um abertura com sonho pode ser um tropeço é que para nós isto possa parecer uma maneira realmente artística e importante para começar uma estória. Queremos acreditar que o sonho será diferente de alguma maneira, que conseguiremos ter sucesso onde outros falharam. Infelizmente, provavelmente este não será o caso e você poderá estar dando um tiro no pé ao insistir na ideia.

Eu dei oito razões para não começar um livro com um sonho, mas depois de tudo isto, mesmo sendo improvável é sempre possível fazer algo que é uma exceção à regra. Escritores quebram regras com sucesso o tempo todo. O que você precisa fazer agora é decidir se está confiante o suficiente para tomar o risco, ou avaliar se há alguma outra maneira de iniciar seu livro. Seja quel for sua decisão, boa sorte! <3


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