Dicas para a revisão - III

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E mais uma parte... É hora de refletir mais a fundo sobre a história que criamos. É bom tentar fazer isso até o limite de nossa atual capacidade de auto crítica, antes de irmos buscar leitores beta.

1) Sua ambientação está funcionado? A ambientação deveria ser uma parte integral de sua história e contribuir para o entendimento da mesma. Se não for o caso, então sua história poderia ser ambientada em qualquer outro lugar/mundo.  A trama e a ambientação devem se fundir para ampliar o aspecto único de sua história.

2) Meus personagens agem de forma crível? Eles querem alguma coisa? Cada um deles possuem falhas? Seus personagens precisam fazer coisas que os leitores acreditem que eles sejam capazes de fazer, tanto fisicamente como emocionalmente. Eles também deveriam possuir defeitos, porque personagens com defeitos geralmente desejam algo. Personagens perfeitos não querem nada por que já possuem tudo o que desejam.

3) As transições entre meus parágrafos e seções/capítulos do livro são claras? Não deixam o leitor em dúvida? Há alguma mudança de ponto de vista? Está demarcada de forma a não confundir os leitores?  Se precisar mudar o tempo, o ponto de vista, ou mesmo o ambiente, pode ser interessante iniciar um novo capítulo, ou demarcar o texto com um sinal de separação, ou mesmo, um parágrafo duplo.

4) Minha história possui uma estrutura concebida e que os leitores são capazes de reconhecer? Por exemplo, seguem uma estrutura de cinco atos?

a) Iniciar com uma ação. Apresentação de situação relevante para a trama com o protagonista ou um deles.

b) Ambientação. Mostrar o contexto da história, onde se passa, quem são os personagens, o que está acontecendo.

c) Desenvolvimento. Escalada de ações ligadas por causa e efeito rumo a algum objetivo que o leitor consegue compreender. Normalmente obstáculos no caminho do(s) protagonista(s).

d) Conflito. É o climax da história quando o personagem confronta o desafio final, a prova pela qual precisa passar para alcançar o seu desejo como personagem.

e) Final. Os acontecimentos finais da história. Quando nos despedimentos dos personagens e do livro e que dão uma sensação de que os conflitos propostos (ao menos o principal) foram resolvidos. Que consequências isso traz.

Claro, existem outras estruturas. A mais básica/universal é a de três atos: Apresentação e introdução da situação de conflito. Desenvolvimento (série de obstáculos). Clímax e finalização. É claro que nem todas histórias precisam se encaixar nisso. Mas quando se encaixam, há mais chance de compreensão e identificação com os leitores.

5) Consegui explicar ao leitor cada risco envolvido para cada um de meus personagens? Personagens que não assumem riscos, ficam em casa, deitados em suas camas. Personagens que assumem riscos, nos dão uma história.


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