Capítulo 27 - Fernanda

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Estava me arrumando para o jantar, botei o vestido que eu e Henrique escolhemos e ele caiu perfeitamente no meu corpo. Fiz uma maquiagem leve e deixei meu cabelo solto de um lado só.
Quando saí do quarto, Henrique estava na cozinha comendo alguma coisa.
-Estou pronta!
-Finalmente, achei que só ia sair de lá a...ama...amanhã. - falou gaguejando quando virou o rosto pra mim. - Você está perfeita, valeu a pena a espera.
-Obrigada. - respondi corando na hora.
-Vamos logo? Não quero ficar muito tempo lá. Só vou escovar o dente! - levantou e minutos depois já tinha voltado.

[...]

No jantar

Já estava aqui a umas três horas, o jantar era chato, como sempre. Já não aguentava mais, meus pés estavam doendo. Henrique me apresentou a tanta gente nojenta. E as mulheres praticamente se jogavam em cima dele, o que me deixava irritada.
-Quer ir embora? - perguntou.
-Seria ótimo!
-Vamos sair de fininho então, ainda tenho que te mostrar quem é o bruto!
-Promessas...Promessas! - respondi debochando dele.
-Hoje você está muito abusada!!
-Eu?c- perguntei me fazendo de inocente.
-Quem mais será? - soltei uma risadinha e ele riu.
-Será que podemos sair de fininho agora? Isso aqui é muito chato! Vai ter que me compensar depois!
-Vou pensar em uma forma bem legal pra te compensar, Dona Fernanda. - respondeu com um sorriso malicioso me fazendo ficar toda arrepiada. - Vem, vamos logo!
Saímos rápido de lá e voltamos pra casa. Estava doida pra ir pra casa, o relógio marcava 1:15 da manhã, só queria saber de cama.
-Finalmente chegamos! - falei enquanto tirava meus sapatos na sala.
-Verdade. Desculpa te levar pra lugares tão chatos, tá? - estávamos indo para o quarto.
-Já disse que você vai ter que me compensar depois! - fui tentar abrir o vestido atrás, mas não deu.- Henrique, me ajuda abrir isso aqui? - pedi.
-Com prazer! - falou abrindo o vestido. - Estava pensando em começar a te compensar agora, afinal, eu tenho que te mostrar como sou bruto! - me ajudou a sair de dentro do vestido. Fiquei de calcinha e sutia na frente dele, que ainda estava de terno. Ele ia me atacar, mas eu queria me fazer de difícil e saí correndo para o closet e fechei a porta. Tirei o meu sutiã e botei a camisa dele.
Quando sai do quarto, ele não estava. Ué, não ouvi a porta do quarto ser aberta e nem fechada.
-Henrique? - chamei e só senti alguém me jogar na cama com brutalidade.
-Aii!!!
-Shiii... - ele botou a mão na minha boca. - Não adianta fugir de mim!
-Eu só fui me trocar pra dormir, não fugi de você!
-Eu prefiro que você fique sem nada, Fernanda! - falou e rasgou a blusa dele que estava em mim.
-Ainda bem que a blusa é sua! - respondi fingindo não me importar.
-Você gosta dessa calcinha?
-Por que? - perguntei confusa.
-Prefiro te ver sem ela! - falou e rasgou também.
-Que horror! Vou pegar outra calcinha e outra blusa sua! - levantei enquanto ele arrancava a roupa.
-Vamos ficar nessa a noite toda! Eu vou rasgar qualquer roupa que você colocar! - respondeu.
-Você faria isso? - perguntei e me toquei que ele estava só de cueca. Fiquei com a boca seca.
-Quer pagar pra ver? - perguntou vindo na minha direção e me jogando na cama de novo. - Vai facilitar ou vai fazer joguinho?
-Que joguinho? - perguntei inocentemente.
-Você sabe que joguinho! - falou e mordeu minha orelha. - Sabe, quero que amanhã quando você fizer qualquer tipo de movimento lembre que eu estive aqui! Só eu! - ia responder, mas ele entrou em mim com força. Eu nem estava esperando, gritei mais de dor do que de prazer. Ele foi rápido e muito bruto, mas até que eu gostei depois de ter me acostumado com a sensação.
-Agora posso dizer com toda certeza: você é realmente bruto! - falei.
-Eu não gosto muito dessa palavra, parece que eu sou um homem das cavernas.
-Acho que essa palavra teve um efeito muito positivo em você, Henrique. - ele me olhou e riu.
-Que horas são? - perguntei.
-3:55. Tem algum compromisso?
-Tenho, meu amante vai vir me buscar daqui a pouco.
-Ha ha ha engraçadinha!
-Você vai trabalhar amanhã? - perguntei.
-Sim, tenho uma reunião no almoço.
-Você tem reunião todo dia?
-Não, essa semana tá mais enrolado.
-Entendi. - ficamos em silêncio algum tempo.
-Nanda, posso te perguntar uma coisa?
-Pode.
-Por que você nunca ficou com outros caras?
-Eu já fiquei com outros caras, te disse isso.
-Não dessa forma, porque nunca fez sexo com nenhum deles? - nunca tinha pensando nisso.
-Não sei, acho que nenhum cara me fez perder a cabeça a ponto de me fazer ficar com vontade. - falei e ele deu um sorriso idiota pra mim. - Que sorriso idiota é esse, Henrique Carvalho?
-Só estou feliz em saber que eu te fiz perder a cabeça, a ponto de você fazer isso!
-Tão convencido!
-Que nada! - falou e me beijou.
-Mais alguma pergunta? - perguntei levantando a sobrancelha.
-Não, por enquanto só isso!
-Então boa noite. - virei para o outro lado da cama. Henrique veio se aconchegar no meu colo e eu virei para o lado dele. Ele deitou na minha barriga e logo pegou no sono. O observei alguns minutos e apaguei logo depois.
Acordei no dia seguinte e Henrique ainda estava dormindo, já era 11 horas. Acho melhor chamar ele.
-Henrique? Acorda!
-Só mais uma hora! - deixei ele pegar no sono de novo. Esperei um pouquinho.
-Henrique, acorda! São 14:00, você perdeu a reunião! - falei balançando ele.
-MERDA! - levantou correndo e meio sem rumo. Não aguentei e cai na gargalhada, só então ele percebeu que era piada.
-Fernanda, sou um senhor de idade. Não posso acordar desse jeito! - falou sério.
-Senhor de idade? - cai na gargalhada de novo.
-Você está muito feliz hoje, que bicho te mordeu?
-Dormi bem. - falei levantando da cama, fui me abaixar pra pegar minha roupa de ontem e senti meu corpo dolorido.
-Alguma coisa te incomodou?- perguntou se fingindo de inocente.
-Nada. - menti. Estava toda dolorida, ele fez de maldade comigo. - Acho melhor você se arrumar pra trabalhar!
-Cuidando de mim? Que esposa fofa!
-Sempre o melhor para o meu queridinho marido bruto!
-Você me chamou de bruto de novo? - ele veio na minha direção e eu neguei com a cabeça várias vezes. - Eu deveria te mostrar de novo quem é o bruto, mas ao contrário do que você pensa, eu não sou bruto e nem faço maldades. Pelo menos não com você! - me deu um selinho e foi para o banheiro. Soltei o ar que eu nem sabia que estava segurando. Bem que eu queria que ele fizesse outra maldade comigo hoje, apesar de estar dolorida. Vou tomar banho com ele, pelo menos. Entrei no banheiro e ele nem reparou. Ele era muito gato e com o corpo definido. Qualquer mulher babaria por ele e faria qualquer coisa pra desfilar com ele por aí. Ele olhou pra trás e me pegou reparando.
-Admirando a vista? - perguntou.
-Bem, queria saber se posso tomar banho com você? - ele ficou surpreso, toda vez que me chamava pra tomar banho com ele, eu fugia.
-Claro que pode, vem. - abriu a porta do box e eu entrei.
-Agora me diz, você está dolorida?
-Um pouco!
-Desculpa? Eu vou ser mais delicado com você!
-Eu gostei de ontem! - o surpreendi quando disse isso.
-Sério?
-Sim, eu adorei. - ele me abraçou e tomamos um banho rápido.
Estava botando uma roupa qualquer enquanto Henrique botava o terno pra ir trabalhar.
-Vai chegar tarde hoje?
-Não, hoje é sexta. E temos planos para o fim de semana.
-Temos? - perguntei desanimada, achando que teria algum evento super legal igual o de ontem. Ele me olhou divertido.
-Não é isso que você está pensando! Vamos ir pra Cabo Frio, eu costumo ir pra lá nos fins de semana.
-Ah, entendi. Legal.
-Pede pra Maria arrumar nossas malas. Ela já sabe o que eu levo e ela pode te ajudar.
-Hum. Tá. - respondi e saí do quarto. Fui para a cozinha e encontrei Maria terminando o almoço.
-Olá, Maria.
-Oi, como está?
-Bem e você?
-Estou bem também.
-Uhum. Maria, o Henrique pediu pra você arrumar a mala dele pra ir para Cabo Frio.
-Sim. Depois você me diz o que você vai querer levar.
-Eu mesmo arrumo a minha, não precisa se preocupar comigo! - percebi que Henrique entrou na cozinha, virei pra trás e ele estava pronto pra ir trabalhar.
-Meninas, estou indo trabalhar.
-Tchau, bom trabalho.- Maria falou enquanto continuava fazendo suas coisas.
-Tchau. - respondi e continuei sentada.
-É assim que vocês me tratam? Eu achando que era tudo! - caímos na gargalhada. - Nanda, preciso falar com você, em particular.
-Ok. - levantei e fui em direção a sala. - O que você quer falar comigo?
-Nada, só quero fazer isso! - veio na minha direção e me beijou.
-Entendi.  - fiquei meio que sem entender toda aquela demostração de carinho dele.
-Preciso ir agora!
-Ok, tchau. - dei um selinho nele e ele saiu todo sorridente.
Voltei pra cozinha e conversei com Maria até o almoço ficar pronto.
Resolvi ir na casa dos meus pais, precisava falar com alguém diferente. Eu adorava a Maria, mas não era a mesma coisa. Sentia uma falta da Vanessa, ela volta esse fim de semana. E na outra semana eu já volto pra faculdade, seria uma distração boa.
Me arrumei rápido e fui pra casa dos meus pais. Chegando lá, entrei e fui direto para o quarto do meu pai. Estava ouvindo um gemido, subi as escadas correndo e quando cheguei tomei um susto.
-Pai? Você tá bem? - corri até ele que estava caído no chão passando mal.
-Eu não to me sentindo bem.
-Cadê minha mãe?
-Trabalhando. - respondeu com dificuldade.
-Eu vou ligar para ambulância. - saí correndo para pegar meu celular e logo estávamos indo ao hospital.
Liguei para a minha mãe do caminho, meu pai não estava nada bem. Estava muito preocupada!

[...]

No hospital

-Fernanda, seu pai está fraco. Ele está tomando a medicação dele? - Marcelo perguntou pra mim, ele fez questão de atendê-lo.
-Não sei, acredito que sim. Minha mãe vai poder informar melhor.
-Entendi! Já avisou o Henrique que você está aqui? - meu Deus, tinha esquecido totalmente do Henrique.
-Não, eu vou ligar pra ele. - peguei meu celular e disquei o número. Nada dele atender. Liguei mais 3 vezes e nada. Resolvi ligar para o escritório, atenderam rapidamente.
-Escritótio Mendes Carvalho, Vera Andrade falando.
-Vera, é a Fernanda esposa do Dr. Henrique.
-Oi, senhora. O que deseja?
-Preciso entrar em contato com o Henrique agora... É urgente!
-Ele pediu pra não ser interrompido por ninguém, está com a Dra. Cláudia em sua sala. - respondeu e eu comecei a ficar com raiva, acho que eu mataria Henrique se ele tivesse comendo aquela mulher.
-Tem quanto tempo eles estão na sala?- perguntei já bolando meu plano.
-Mais de 15 minutos, senhora.
-Ok, obrigada. - desliguei e avisei ao Marcelo que estaria indo ao escritório do Henrique, mas que já voltaria.
Cheguei lá 20 minutos depois. Vera estava lendo alguns papéis. E ficou surpresa ao me ver.
-Eles ainda estão aí?
-Sim, mas acho melhor você não entrar. - ignorei totalmente e abri um pedacinho da porta, eles estavam conversando e a cara de Henrique não era nada boa. Cláudia começou a abrir o vestido em que estava, era hoje que eu ia dar uma surra nessa vespa, ia botar ela pra fora desse prédio pelada. Ela tirou a roupa toda e a cara que Henrique fazia era ótima, parecia estar com nojo. Resolvi entrar e fechei a porta com força.
-Fernanda, não é isso que você está pensando! - Henrique falou e eu dei um olhar mortal pra ele, fazendo o ficar parado e quieto no mesmo lugar.
-Cláudia, está com muito calor?
-Eu e seu marido íamos começar a diversão!
-Atrapalhei? Me desculpa?
-Você está sempre atrapalhando, ainda não entendeu o seu lugar não? - olhei seriamente pra ela e parei na sua barriga que já dava pra ser notada. - Gostou? É o fruto do meu amor com o Henrique! Coisa que vocês nunca vão ter, porque tudo faz parte de um contrato. Depois de 6 meses acabou! Tudo o que ele te diz agora, é pra te iludir! - acrescentou e eu não pensei muito. Avancei em cima dela, dei tanto tapa na cara. Botei toda o desespero que estava sentindo pelo meu pai, a raiva que eu estava sentindo dela. Quando minha mão estava começando a doer, puxei seus cabelos e saí com ela porta a fora do escritório. Henrique estava sem reação e levantou correndo na minha direção quando percebeu que ela estava começando a sangrar.
-FERNANDA, ELA TÁ GRÁVIDA! - parei de bater nela no mesmo momento.
-Saia daqui agora!! Eu nunca mais quero você perto do meu marido, entendeu?
-Vera, chama a ambulância agora e ajuda ela. Vou levar a Fernanda daqui! - ouvi Henrique falar e só senti um puxão no meu braço.
Quando me acalmei percebi que estava dentro do carro de Henrique já.
-Você está maluca? - perguntou e percebi que ele  com raiva. - Ela está grávida, e o pior de um filho meu. Tudo bem que eu não quero esse filho, muito menos dela. Mas por favor, respeita isso. Espero que não tenho acontecido nada de ruim com essa criança. - falou e ligou o carro. - Vamos pra casa!
-Eu tenho que ir para o hospital!
-Você está machucada?- perguntou preocupada.
-Meu pai está internado e eu estou te ligando desde cedo, você não atende a porra do celular... Resolvi ir atrás de você, cheguei lá e me deparei com aquela cena. Não me controlei! - falei e comecei a chorar entre as minhas mãos.
-Amor, me desculpa? - senti Henrique me puxar para o colo dele. - O que seu pai tem?
-Eu não sei, me desculpa pelo o que fiz?
-Não tem problema, eu resolvo isso com ela depois! Vamos para o hospital agora?
-Vamos! - respondi e saí do colo dele que me deu um beijo na testa e saiu com o carro para o hospital.

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