Quatro meses se passaram e tudo entre eu e a Nanda estava bem!
A minha vida não poderia estar melhor, faltava dois meses para o contrato acabar. Eu já tinha planos em pedir a Fernanda em casamento, dessa vez pra valer. Mas ela não sabia!
A Cláudia já estava com 6 meses de gravidez, e íamos descobrir o sexo do neném em breve. Já que as outras tentativas, ela disse que o neném não mostrou.
Daniel e Vanessa estavam firmes e ele estava quase pedindo ela em noivado. Queria esperar as meninas se formarem. O que não faltava muito, afinal daqui a um mês já a era a formatura.[...]
Estava sentado no meu escritório, não tinha nada pra fazer. Ainda era 14:00 horas e eu não teria nada pra fazer em casa também. Meu celular tocou e era a Cláudia.
-Fala, Cláudia.
-Oi, Henrique. Tudo bem?
-Estou bem e você?
-Estou bem. Está ocupado?
-Por que?
-Vou a uma consulta hoje, acho que vai dar pra ver o sexo do neném hoje. Pelo menos eu espero que sim. Pensei que gostaria de ir comigo! O neném está mexendo tanto!
-Vou ir, não estou fazendo nada!
-Ótimo, vou te mandar uma mensagem com o endereço.
-Ok, tchau! - desliguei e levantei pra sair.
-Vera, estou saindo! Não sei se vou voltar! Até amanhã! - falei e saí sem esperar resposta.[...]
Entrei no consultório e todas as mulheres me olharam. Cláudia estava sentada com uma revista na mão.
-Oi. - falei e sentei ao lado dela.
-Oi, lindo! Está preparado?
-Preparado pra que?
-Pra ver o sexo do neném! Olha como está grande! - falou mostrando a barriga.
-Estou vendo!
-Tem preferência?
-Não!
-Você é tão seco!
-Hum. - fiquei em silêncio esperando a vez dela chegar.
-Cláudia Menezes.
-Minha vez, vamos! - levantou e eu fui atrás.
Depois da médica fazer todas as verificações, fomos ver o sexo.
-Já escolheram o nome?
-Ainda estamos escolhendo! - respondeu olhando pra mim e segurando na minha mão com a aliança. A doutora olhou e sorriu.
-Casados a pouco tempo?
-Não, eu sou casado com outra mulher. Me casei um pouco depois dela engravidar! - respondi friamente para aquela doutora. Tirei minha mão de perto da Cláudia e fiquei esperando a doutora.
-Parabéns, é uma menina.
-Menina? - perguntei já pensando nas preocupações que eu teria com essa menina.
Depois da consulta, fui com a Cláudia pra casa. Ela falou a viagem inteira sobre nomes, roupinhas e decorações. Deixei a Cláudia no seu apartamento e fui para o meu. Finalmente, estaria na minha casa e em paz. Cheguei e fui tomar banho, a casa está vazia.
Deitei na cama e fiquei lá até ouvir alguém abrir a porta do quarto.
-Chegou cedo hoje, está tudo bem?
-Sim, está. - respondi e suspirei. - Vou ser pai de uma menina!
-Hum... Parabéns. Vou tomar banho! - respondeu e saiu em direção ao banheiro.
Quando voltou estava enrolada na toalha, olhei pra ela e a toalha caiu. Sua barriga estava diferente, acho que ela estava começando a engordar. Deve ser porque a gente só come porcaria. Ou será que ela tá grávida? Claro que não, sempre usamos camisinha. Usamos, né? Eu e Fernanda namoramos tanto que eu não duvidaria se tivesse esquecido de usar alguma vez! Eu espero que não esteja grávida não, eu não suportaria perder a Fernanda para uma criança, quem sabe daqui a uns 10 anos, mas não está nos meus planos ter filhos com ela, já vou ter essa e está de bom tamanho!
-Henrique?
-Hum, oi?
-O que você perdeu aqui?
-Estou só admirando a minha esposa, não pode? - perguntei disfarçando.
-Sim, pode. Como soube que seria um pai de uma menina?
-Estava sem fazer nada e a Cláudia ligou falando que ia em uma consulta. Resolvi ir com ela e descobrimos! - falei e Fernanda parou na hora o que estava fazendo.
-E mais o que? Escolheu o nome? A cor do quarto? As roupinhas também? - perguntou ironicamente.
-Amor, já falamos sobre isso antes! Eu errei em ter engravidado ela, mas a criança não tem culpa! - falei bem calmo.
-Eu sei! Mas é que eu não suporto saber que está tão perto dela! - falou e sentou na cama. Levantei e puxei ela pra perto de mim.
-Fica tranquila, eu não tenho olhos pra outra mulher! - falei e beijei o seu ombro.
-Acho bom mesmo!
-Acha é? - mordi a orelha dela.
-Aii... Queria poder ficar deitada com você, mas tenho um trabalho da faculdade pra fazer!
-Sério?
-Sim, tenho que fazer ou vou ficar muito enrolada!
-Tudo bem, acho que eu vou dormir! Quando terminar, me acorda!
-Pode deixar! Bons sonhos! - falou e me deu um beijo. Assim que saiu do quarto, eu fechei meus olhos e dormi.
"-Como ela é linda, meu filho! - olhei para o lado e minha mãe falava comigo enquanto eu segurava a neném no colo.
-Linda mesmo! - falei e fiquei observando cada detalhe daquele pequeno ser no meu colo.
Quando olhei para frente já estava em outro lugar, no meu quarto.
-Eu estou indo embora, não suporto mais! - olhei pra trás e Fernanda estava com segurando as malas e saindo.
-Fernanda, volta aqui! - fui atrás dela com a pequena no colo ainda.
-Não tem como eu sobreviver a isso! É muito pra mim, eu queria ser a mãe do seu filho e na verdade nem ser mãe você quer que eu seja!
-Você quer engravidar? Tudo bem, eu te dou quantos filhos você quiser! Mas não vai embora!
-Agora é tarde! - falou e saiu porta a fora.
-Nanda, volta! - comecei a chorar e acho que deixei minha pequena nervosa, ela começou a chorar desesperadamente. E eu só conseguia sentir dor!"
Acordei desesperado, olhei para o relógio e já era 1 da manhã.
Fernanda estava dormindo.
-Graças a Deus você está aqui! - falei baixinho e beijei a testa dela. Deitei e puxei ela pra ficar colada em mim.
-Aconteceu alguma coisa? - perguntou com a voz rouca.
-Nada, foi só um sonho ruim! Dorme! - falei e ela logo me deu um sorrisinho fraco, dormindo logo depois.
Depois de algum tempo consegui voltar a dormir.
Acordei bem antes do despertador tocar e fui tomar banho.
Já estava vendo tv quando Fernanda acordou.
-Bom dia!
-Bom dia, linda! Dormiu bem?
-Sim e você?
-Uhum. - respondi ignorando o fato do pesadelo que eu tive.
-Estou com uma vontade de tomar açaí! - falou.
-Sério? 7 horas da manhã e você quer tomar açaí?
-Estou com vontade. - falou vindo sentar no meu colo.
-Antes de ir pra faculdade a gente passa pra você tomar açaí, ok?
-Obrigada, amor! - falou e me deu um beijo. - Agora eu vou comer, estou morrendo de fome!
-Você vai engordar! - falei.
-Você vai me deixar se eu tiver gordinha?
-Eu não vou te deixar nunca, Fernanda!
-Que bom! - falou e sumiu.
Vou levar ela na faculdade, mas não vou trabalhar hoje não. Não tem nada pra fazer lá.[...]
-Você não vai trabalhar hoje?
-Não, vou ficar em casa! Não tem nada pra fazer no escritório!
-E nem em casa!
-Eu sei, mas eu prefiro fazer nada em casa! Chegamos! - falei saindo do carro. - Dizem que o melhor açaí é o daqui!
-Estou doida pra tomar! - falou entrando toda animada. Ela estava escolhendo e eu observando.
-Sabe, eu não sou muito fã de açaí não, mas de um tempo pra cá eu tenho andado com essa vontade louca de tomar açaí! - falou enquanto eu pagava.
-Vou pedir pra Maria comprar e deixar um pote lá em casa! Será que um pote basta pra você?
-Acho que sim! - respondeu e entrou no carro. Isso estava muito estranho. Eu já estava ficando assustado.
Parei o carro em frente a faculdade e Daniel estava lá com a Vanessa.
-Oi. - falei.
-Oi. - responderam os dois juntos.
-Amiga, isso são horas pra você estar tomando açaí?
-Eu falei a mesma coisa, mas diz ela que está com uma vontade louca!
-Fico enjoada só de pensar! - Vanessa falou.
-Henrique, vai trabalhar? - Daniel perguntou
-Hoje não, quero fazer nada em casa!
-Também não vou aparecer lá não!
-Faz bem. Fernanda, estou indo. - falei e dei um beijo na testa dela.
-Tchau! - falou enquanto ia pra sala.
-Henrique? - Daniel me chamou.
-Que? - olhei pra ele.
-Você já pensou que a Nanda pode estar grávida?
-Tá maluco?
-É sério. Ela tem andado com essas vontades e a Vanessa me contou que ela outro dia passou mal.
-Passou mal? Como assim?
-Ficou enjoada depois que elas compraram um pão de queijo, um negócio assim.- falou e eu lembrei da barriga dela. Ela não pode estar fazendo isso comigo! Daniel continuou: - E esse fim de semana na praia, eu reparei que a barriga dela está diferente!
-Ela está engordando, é só isso! A gente come muita besteira!
-Você quer acreditar nisso, né? - eu não respondi apenas olhei para o outro lado.- Cara, do que você tem medo? Você já vai ser pai!
-Eu não quero um filho com a Fernanda!
-Que isso! Por que você tá dizendo isso?
-Eu não quero dividir ela com outra pessoa! E você falou tudo, eu já vou ter uma filha!
-Quase todas as mulheres sonham em ser mãe, não destrua mais os sonhos dela! - falou indo para o carro dele, antes de entrar ele acrescentou: - Ah, parabéns! Ser pai de uma menina não deve ser fácil! - entrou no carro rindo.
Fui pra minha casa e fiquei pensando no que Daniel falou.
Quando Fernanda chegou, eu estava impaciente já.
-Oi, amor!- falou e me beijou.
-Fernanda, você está grávida?
-Que? - perguntou assustada.
-Você está grávida?
-Não! - respondeu e pareceu ser sincera.
-Graças a Deus! - falei aliviado.
-Como assim? - perguntou com um olhar triste.
-O quê?
-Porque você sempre fica assustado quando eu toco no assunto dos filhos que eu quero ter?
-Porque eu não quero ter filhos, já basta a que vai nascer!
-E A MINHA OPINIÃO NÃO IMPORTA?- perguntou alterando a voz.
-Não é isso...
-É ISSO SIM. VOCÊ NÃO QUER TER FILHOS COMIGO, PORQUE JÁ TEM UMA. MAS E EU? VOU TER QUE ME PRIVAR DE MAIS UM SONHO?
-QUE SONHOS QUE EU TE PRIVEI?
-O NOSSO CASAMENTO DE MENTIRA!
-DE MENTIRA? O QUE A GENTE TÁ VIVENDO É UMA MENTIRA? ENTÃO VOCÊ NÃO ME AMA? TUDO QUE ME DIZ É UMA MENTIRA FERNANDA?
-NÃO FOI ISSO QUE EU DISSE! VOCÊ SÓ PENSA NA MERDA DO SEU LADO! - gritou e começou a chorar. - Eu quero ser mãe, eu quero!b- acrescentou com a voz baixinha e foi para o quarto. Bateu a porta com força e eu fui atrás, mas desisti de entrar quando ouvi um choro baixinho. Vou esperar ela se acalmar e eu converso com ela.
Fiquei sentado na sala por algumas horas e resolvi ir para o quarto. Ela já estava deitada, mas ainda estava acordada. Sentei do lado dela e peguei na sua mão, mas ela tirou e virou para o outro lado.
-Nanda, me desculpa?
-Fica tranquilo, daqui a dois meses isso acaba. E aí você vai poder curtir a sua filha e eu vou encontrar alguém que me ame e queira ter um filho meu.
-Mas eu te amo!
-Mas não quer um filho meu! - respondeu e eu levantei pra tomar banho. Mas que merda que eu fui arrumar, não devia ter perguntado se ela estava grávida. Agora a gente tá nessa situação.
Saí do banho e deitei na cama. Ela estava chorando ainda. Aquilo me partiu o coração.
-Amor, por favor, não chora! - falei e virei ela pra mim fazendo a chorar no meu peito agora. - Você quer ter filho agora?- perguntei já torcendo pra a resposta ser não.
-Não... Mas eu quero ter um filho, pelo menos um! - respondeu e começou a se acalmar.
-Vamos pensar nisso mais pra frente! Eu só não quero ter filhos agora porque eu não estou pronto pra dividir você! Quero ser o centro do seu universo, a única pessoa que você vai beijar antes de dormir!
-Você vai sempre ser o centro do meu universo!
-Isso não é verdade! Você vai ter outra pessoa pra amar!
-Mas você vai ser o centro do universo do nosso filho. E da sua filha!
-Eu sei, mas vamos falar disso depois? Vamos fazer uma coisa de cada vez, primeiro nós vamos ter que ter uma casa maior, vamos ter que casar de novo... E o principal...
-Qual é o principal?
-Vamos ter que praticar muito! - respondi e beijei ela.
-Eu te amo!
-Eu também amo você! Agora dorme que já é tarde!
-Boa noite! - falou e se aconchegou pertinho de mim. Fechei meus olhos e resolvi dormir também.
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Apenas Um Contrato
RomansaHenrique é um playboy, mulherengo e vai ser obrigado a assumir um relacionamento para melhorar sua imagem. Fernanda é uma mulher doce que enfrenta problemas financeiros. O inesperado acontece e eles se cruzam por um acaso do destino. Henrique perce...