Capítulo 66 - Henrique

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Eu estava muito irritado! Tudo fugiu do meu controle. Meus filhos e a Fernanda foram ameaçados e eu não pude proteger eles. Por sorte, a Fernanda pensou bem na hora e me ligou. Da onde estava deu pra resolver tudo e chegar a tempo do pior acontecer.
Depois do hospital, eu e Fernanda não nos falamos. Eu precisava ficar sozinho, não sabia lidar com esses sentimentos de impotência. Mas também quando nos falamos não foi nada agradável.

[...]

A luz do nosso quarto tinha sido apagada a alguns minutos. Eu estava num banco que tinha na piscina e que dava pra ter uma imagem do nosso quarto, tanto que eu vi a Fernanda dançando com a Sophia.vSorri com a cena, Sophia jogava os bracinhos e se divertia. Todo dia era a mesma festa, ela só dormia depois que alguém dançava com ela. Depois vi Fernanda com Bernardo, ela provavelmente estava cantando baixinho pra ele, como fazia todos os dias.
Me senti triste, eu sei que eu estava agindo de uma forma estranha, mas eu não sabia lidar com aqueles sentimentos. Sempre pensei só em mim, e um ano depois minha vida tinha virado de cabeça pra baixo e eu tinha mais 3 pessoas pra pensar e proteger.
Resolvi ir para o quarto, a porta estava um pouquinho aberta e quando botei a mão na maçaneta pra abrir ouvi um choro fraquinho. Meu coração se partiu ao meio, era Fernanda que estava chorando. Entrei fechando a porta e indo direto para a cama. Precisava ficar perto dela. Deitei e puxei ela pra ficar colada no meu corpo, mas ela virou pra mim e me olhou.
-Por que você está tão estranho? - perguntou com os olhos inchados.
-Eu não sei. - respondi depois de algum tempo. - Eu não to acostumado a lidar com esses sentimentos, eu não consegui te proteger e quase perdi você e os nossos filhos. Imagina se você não tivesse me ligado? Agora minha vida estaria um inferno! - suspirei fundo e flashes da cena da Fernanda morta me atingiram. Lágrimas estavam querendo brotar dos meus olhos, mas eu me segurei.
-Não aconteceu nada. Estamos todos bem e agora vamos poder viver em paz, mas você não pode se fechar ou me tratar mal pra tentar amenizar o que está sentindo. Temos que dividir um com outro as nossas dores, agônias, medos, felicidades, desejos e etc.
-Eu sei, me desculpa?
-Tudo bem. - ela me deu um beijo delicado e virou para o outro lado. Puxei ela novamente e dei um beijo intenso. Quando percebi já estávamos envolvidos, um acalmando o outro.

[...]

1 mês depois

Tudo estava correndo muito bem. Minha vida não poderia estar melhor!
Hoje estávamos na piscina, Daniel e Vanessa estavam aqui também. Eu estava sentado na espreguiçadeira com Sophia no colo. Bernardo estava no carrinho ao meu lado enquanto Fernada e Vanessa estavam na piscina conversando. Daniel estava observando Vanessa e toda hora falava pra ela sair, pra não ficar tomando sol, que o bebê deveria estar incomodado e etc. Aquilo estava me divertindo, coitada da Vanessa! Ainda estava com 4 meses, imagina aturar o Daniel por mais 5 meses perturbando a vida dela.
-Daniel, para de me pertubar! - Vanessa falou irritada.
-Deixa ela paz, senta aqui pra gente conversar! - falei e ele veio sentar. - Cara, você é muito chato! - falei rindo.
-Eu sou um marido preocupado e você devia ser a mesma coisa!
-Pior que não. Eu me preocupava, mas sabia que tomar sol não faz mal ao bebê, ele não está incomodado. - debochei da cara dele.
-Bem engraçadinho você, Henrique! - falou irritado e Sophia começou a fazer uns barulhinhos e esticar os braços para a direção da Fernanda.
-Você quer entrar na piscina?- ela fez um barulho irritada e eu cai na gargalhada. Vai ser mandona. Levantei e fui levar ela na direção da Fernanda.
-Amor?c- chamei Fernanda que estava distraída.
-Oi. - sorriu pra mim.
-Fica com ela aí um pouquinho! - estiquei Sophia pra ela que veio pegar. Me deu um beijo rápido e voltou com Sophia no colo. Fiquei obsevando até Bernardo começar a chorar. Voltei e peguei ele no colo. Ele parecia muito comigo, mas ao mesmo tempo lembrava muito a Fernanda. Sentei e continuei conversando com Daniel sobre várias outras coisas.

[...]

-O dia hoje foi bem legal, né? - falou enquanto estávamos deitando.
-Foi, temos que fazer isso mais vezes!
-Verdade.
-Seu aniversário está chegando, né? - falei.
-Você não esqueceu? - perguntou surpresa.
-Tudo. Que. Se. Refere. A. Você. Eu. Não. Esqueço. - falei e a cada palavra pronunciada eu dava um beijo nela.
-Que bom, Henrique.
-O que você quer de presente?
-Você! - falou e deu um sorriso safado.
-Já sou seu!
-Então, eu não preciso de mais nada!
-É serio, o que você quer?
-Eu não quero nada, já tenho tudo o que eu quero. Meus filhos, você, uma casa, um carro, meus pais, seus pais, meus amigos e o emprego dos meus sonhos. Eu não preciso de mais nada!
-Que tal um cachorro?
-Você vai cuidar?
-Não, o cachorro vai ser seu!
-Eu não quero um cachorro! E não quero um presente.
-Você quem sabe!
-Que tal você me dar um presente agora? - perguntou passando a mão pelo meu corpo. Dei um sorriso safado.
-Acho que posso fazer isso por você! - respondi beijando delicadamente seu pescoço. Ela me beijou e sussurou no meu ouvido:
-Quero o meu Henrique bruto de volta!
-Quer? - perguntei indo pra cima dela que tentou levantar, mas eu joguei ela na cama de volta, que fez cara feia - Você não queria o Henrique bruto? Ele está aqui!
-Sério? Nem tinha reparado! - falou debochando.
-Você não está debochando de mim, né? - ela negou com a cabeça rindo - Agora não é hora de fazer isso! - reprendi ela que fez o sorriso morrer. Beijei ela e puxei seu lábio com força.
-Ai, Henrique. - reclamou quando eu soltei.
-Quer o Henrique bruto ainda?
-Quero! - respondeu e beijou meu pescoço e mordeu com força. Vai ficar marcado, ela fazia isso de propósito. Beijei ela com força e passei para o pescoço, mordendo pra fazer o mesmo com ela.
-Vai me deixar marcada! - reclamou.
-Eu também vou! - falei rindo.
-Você pode! - caiu na gargalhada.
A beijei novamente e me perdi nela como sempre fazia, só dessa vez sendo bruto como ela pediu. 

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