Acordei porque senti a presença de alguém no quarto. Quando abri meus olhos, vi que era Helena. Ela estava estranha, parecia estar com sangue nos olhos.
-Fernanda, querida, como está?
-Estava bem até te ver aqui.
-Que ótimo. - sentou na poltrona que tinha ao meu lado. - Eu fiz de tudo pra você não acordar mais. Te empurrar da escada não foi uma tarefa fácil!
-Foi você? - perguntei nervosa tentando levantar, mas eu estava sem força e dolorida.
-Ah querida, eu deveria ter feito pior, deveria ter matado você e aquele ser nojento que você botou no mundo. E depois matar aquela criança chata. - essa mulher só pode estar louca!
-Você não está bem, Helena! Eu vou falar tudo isso para o Henrique, e ele nunca mais vai querer saber de você!
-Você acha que ele vai acreditar? Ele me conhece desde sempre! E só vou te dar um aviso... - chegou perto do meu ouvido e sussrou: - Se contar alguma coisa para o Henrique, mato aqueles dois seres nojentos que você chama de filhos! - não pensei muito e reuni o pouco de força que tinha pra puxar os cabelos daquela vaca.
-Não ouse falar dos meus filhos!
-Me solta, vadia! - dei um tapa na cara dela e soltei. Ela levou uma mão ao rosto no lugar em que meu tapa foi dado.
-Acho melhor você sair ou eu vou gritar e fazer um show aqui. - falei.
-Isso não vai ficar assim, Fernanda! O que é seu está guardado! - falou e bateu a porta do quarto.
Como ela teve coragem de fazer isso? Deus me ajude a não fazer uma loucura com aquela mulher!
Fiquei mais um tempo sozinha e me assustei quando Henrique entrou. Ele me olhou e deu um sorriso.
-Que bom que está acordada! Todos estavam aí pra te ver, mas achamos melhor deixar pra amanhã!
-Helena.
-Estava aí também!
-Foi ela! - falei e Henrique não entendeu muito bem o que aconteceu.
-Do que está falando?
-Foi ela que me empurrou da escada e me chutou.
-Você está delirando? A Helena nunca iria fazer isso. Contar histórias sobre o nosso passado pra te provocar é uma coisa, te empurrar da escada é horrível. Ela nunca faria isso! - falou e eu fiquei quieta. Era tão difícil acreditar em mim? Que saco, mas eu não vou me estressar.
-Quando eu vou poder ver meu filho? - perguntei trocando o assunto.
-O nosso filho! - me corrigiu. - Eu não sei. - acenei com a cabeça e fui me ajeitar na cama, mas senti uma dor forte aonde eu tinha levado o chute. Ele me olhou com certa decepção e balançou a cabeça.
-Eu estava com saudades de você! - falou e eu sorri, aquilo me surpreendeu.
-Eu também estava, quer dizer, eu ainda estou! - falei e ele me deu um beijo na testa.
-Quando vou poder ir pra casa? - perguntei.
-Espero que em breve.
-O Bernardo também, né?
-Eu não sei mesmo, amor. Podemos perguntar depois ao Guilherme.
-Tudo bem.- respondi.[...]
Eu estava impaciente, queria ver meu filho de qualquer jeito. Henrique estava sentado mexendo no celular e às vezes me olhava e dava um sorriso.
-Podemos conversar? - perguntei, ele levantou a sobrancelha e guardou o celular.
-Conversar sobre o que?
-Sobre a gente. - dei de ombros.
-O que tem a gente?- perguntou.
-Você sabe, Henrique. - ele se mexeu na poltrona.
-Amor, eu errei com você e nunca vou me perdoar por isso! Mas vamos esquecer isso, pode ser?
-Tudo bem. - suspirei pesadamente, ele chegou perto e sentou na cama.
-Eu te amo! - falou e me deu um beijo casto nos lábios.
-Também te amo! - suspirei. O que eu não faria por esse homem? Ele me olhava com um sorriso idiota no rosto. Ele foi o primeiro homem da minha vida, realizou meu sonho de ser mãe e o principal: realizou o meu sonho de encontrar o amor da minha vida.
A porta do quarto abriu me desviando dos meus pensamentos.
-Olá! - falou uma enfermeira muito simpática. Sorri ao ver ela entrar. - Como você está querida?
-Tirando a vontade de ver meu filho, estou bem.
-Que tal matarmos essa vontade agora?
-Acho ótimo! - sorri e Henrique sorriu também. A enfermeira me ajudou a sentar na cadeira de rodas e me levou até aonde meu filho estava. Fiquei triste em ver ele em uma incubadora, mas feliz ao saber que ele não precisava de nenhum aparelho para ajudar a respirar. Ela tirou ele e me entregou.
-Você vai amamentar ele pra essa coisinha linda ir o mais rápido pra casa! Tá?
-Pode deixar. - fiquei segurando ele e senti meus olhos ficarem cheios de lágrimas. Ele já estava amamentando, meus peitos estavam enormes. Olhei pra Henrique que admirava a cena. Chegou perto e se abaixou ao meu lado.
-Quero muitos filhos!
-Você fala isso porque não é você que tem que parir, né?
-Sim. - falou e deu um sorriso safado. Continuei amamentando e observando o meu filho. Era tão perfeito e tão frágil. Lembrei das palavras de Helena e eu fiquei assustada. Nunca vou deixar nada acontecer com o Bernardo e com a Sophia, eles são os meus filhos e eu daria a minha vida pra eles ficarem bem.
-Querida, já está na hora de voltar para o seu quarto.
-Já?
-Sim, mas amanhã você irá voltar. Já está tarde e você tem que descansar pra poder voltar pra casa o mais rápido possível.
-Tudo bem. - respondi triste, dei um beijo no Bernardo e entreguei ele a enfermeira com o coração partido.
Já estava de volta no quarto.
-Você precisa descansar, Henrique! - falei.
-Eu vou ficar aqui, não vou sair de perto de você!
-Mas...
-Não tem mais, eu vou ficar e ponto. Agora dorme!
-Tudo bem. - me acomodei e ele me deu um beijo na testa.
-Te amo!
-Também te amo, Nanda! - fechei meus olhos e adormeci. Eu estava muito cansada!
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Apenas Um Contrato
RomanceHenrique é um playboy, mulherengo e vai ser obrigado a assumir um relacionamento para melhorar sua imagem. Fernanda é uma mulher doce que enfrenta problemas financeiros. O inesperado acontece e eles se cruzam por um acaso do destino. Henrique perce...