Capítulo 53 - Fernanda

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Eu estava arrasada. Senti quando Henrique veio no quarto, mas fingi estar dormindo. Eu fiquei com tanto medo dele fazer alguma coisa comigo. Respirei fundo e fechei meus olhos para dormir.

[...]

Acordei no dia seguinte cedo e morrendo de fome. Fui para a cozinha e arrumei alguma coisa para comer. Estava sentada na bancada da cozinha comendo e olhando as notícias na internet pelo celular quando Henrique apareceu.
-Bom dia. - falou e eu me levantei saindo da cozinha. Subi para o quarto, tinha que pegar a minha bolsa. Estava saindo de casa quando lembrei que meu celular estava na cozinha. Voltei e quando cheguei lá, Henrique estava sentado aonde eu estava. Quando fui pegar meu celular que estava ao seu lado, eu fiquei tonta de repente. Senti os braços de Henrique me segurarem. Minha visão foi ficando embaçada. Tudo ficou preto e a última coisa que me lembro é da voz do Henrique me chamando.

[...]

Abri meus olhos e olhei ao meu redor. Estava no hospital, que ótimo. Olhei para o lado e Henrique estava mexendo no celular, estava com a mesma roupa que estava de manhã.
-O que aconteceu? - perguntei. Ele levantou o olhar e suspirou aliviado.
-Você desmaiou, eu fiquei desesperado e te trouxe correndo para o hospital. - respondeu com uma cara de preocupação e ao mesmo tempo culpa.
-E tá tudo bem comigo? E com o neném?
-Graças a Deus, sim. - respondeu e nessa hora Guilherme entrou no quarto. Quando viu que eu estava acordada me deu um sorriso lindo.
-Como está a minha paciente preferida?,- perguntou.
-Estou bem, apesar da minha cabeça estar doendo um pouquinho!
-Vou te receitar um remédio, mas só pode tomar caso a dor fique forte.
-Uhum. E o que aconteceu para eu ter desmaiado?
-Parece que foi emocional, pode ser estresse, alguma emoção forte. Entende?
-Sim. - respondi e olhei para Henrique que estava com a cabeça abaixada e com um olhar triste.
-Você tem que evitar isso. Ou vai entrar em trabalho de parto antes do previsto, o que pode fazer mal aos dois. - alertou, nessa hora Henrique ficou branco e vi seus olhos ficarem marejados.
-Pode deixar, Guilherme. - falei dando um leve sorriso.
-Vou te deixar de repouso por 3 dias. E é repouso absoluto.
-Ok, posso ir pra casa então? - perguntei.
-Pode sim. - falou e me entregou uma receita, saindo em seguida. Levantei com a ajuda de Henrique. Quando fiquei em pé ele me abraçou forte, retribui o abraço. Sabia que ele estava com medo de alguma coisa acontecer comigo ou com o nosso filho.
-Me perdoa? - pela voz ele estava chorando. Henrique poderia se fazer de durão, mas eu sabia que ele era sensível com certas situações. E o meu parto estava preocupando ele demais.
-Sim, meu amor! - falei.
Ele me soltou e sentou na cadeira, tampando o rosto com a mão. Sentei em seu colo e ele encostou a cabeça na minha barriga.
-Vai ficar tudo bem, nada vai acontecer! - tranquilizei ele.
-Eu fui o culpado por você ter passado mal. Eu sou um péssimo marido e um péssimo pai.
-Claro que não, você é um pai excelente. Um marido nem tanto, mas ninguém é perfeito. - ele me olhou e deu um sorriso.
-Você é perfeita! - me beijou delicadamente.
-Vamos para casa agora? Eu tenho que ficar de repouso e você e a Sophia vão ter que cuidar de mim.
-Vamos! - levantamos e seguimos para nossa casa.

[...]

3 dias depois

Hoje, finalmente, eu poderia voltar a trabalhar. Já não aguentava mais Henrique o dia inteiro me vigiando e me controlando. Levantei da cama e fui tomar um banho.
-Bom dia!- Henrique falou entrando no banheiro.
-Bom dia! - falei e sorri pra ele. Desde do dia que passei mal, eu e Henrique nos entendemos e estávamos no nosso paraíso novamente. Saí do chuveiro e dei um selinho nele. Fui para o closet e botei um vestido, fiquei me olhando no espelho e vendo como eu estava enorme. Engordei 10 quilos, o engraçado era que eu só tinha barriga e peito. E mesmo assim eu me sentia uma bomba prestes a explodir. Henrique entrou no closet e começou a botar o terno.
-Você acha que eu engordei muito?
-Não, só sua barriga que está grande e seu peito que aumentou muito. Mas eu bem que gosto disso! - respondeu com um sorriso safado no rosto.
-Safado! - falei e ele caiu na gargalhada.
-Não posso negar. Por que a pergunta?
-Porque eu acho que estou parecendo uma bomba prestes a explodir! - falei e Henrique chegou perto de mim.
-Nanda, você está carregando uma vida dentro de você, a vida do nosso filho! Para mim, você está na sua melhor fase! - falou e beijou minha barriga.
-Eu te amo!
-Também te amo. Agora eu vou me arrumar! - falou e terminou de botar seu terno. Quando ele ficou pronto, descemos para tomar café.
-Eu te levo no hospital hoje!
-Tudo bem.
-Na hora de voltar você me liga ou volta de táxi!
-Sim, Dr. Henrique. - falei e dei meu melhor sorriso. Levantamos e terminamos de nos arrumar. E fomos para o hospital.

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