A PIANISTA

PARTE 22

— Pode falar Vossa Alteza...

— Quero cancelar as aulas, eu sei da promessa... Mas, é que percebo que só uma está realmente interessada.

— Devo adivinhar quem seja... Os pais dela me pagaram bem, para entrar sem a prova aqui.

— Isabelle entrou aqui por que pagaram??

— Ela queria uma oportunidade, e você deve ter reconhecido que é muito boa. Eu sabia que iria logo ver que o interesse dela é muito mais profundo e objetivo, Isabelle é uma garota rica, e te admira muito, além da habilidade maravilhosa.

A diretora do teatro nem imagina o quanto a Isabelle é boa... - Risos.

— Sim, de fato eu logo reparei mesmo, quem vai pra frente e quem não vai, e o resultado só foi a Isabelle, sei que tem apenas dois dias, mas, já pude ver isso na Isabelle, é uma garota espetacular, conseguiu me impressionar. Quero que  tenha aulas comigo  e gratuitamente.

— Estou de acordo, irei ligar para as nove meninas... E onde dará aulas?

— Pode ser na minha casa, porque é bom que tenhamos mais privacidade, para estudar piano é preciso silêncio e paz... E onde moro como deve saber tem isso tudo. Aí quero que comunique isso aos pais dela, se permitirem isso, feito.

— Creio que nem irá precisar... Pois era esse o objetivo deles... - Risos.

Pensei, isso foi uma jogada de mestre deles, não gostei dessa atitude, pagar bem pra  poder chegar aqui, e não chegar por méritos próprios, aposto que pressionaram-na. Preciso conversar com a Isabelle a respeito disso.

— Poderia comunicar então a Isabelle para amanhã se encontrar lá no cais com meu piloto? Deixarei meu número aqui contigo.

— Sim, e obrigada novamente pela compreensão e por ter conversado isso comigo. — Dei um sorriso forçado a ela, pois não gostei do que ouvi, porém , soube disfarçar, mantendo minha postura.

Estava saindo sozinha dali, quando sou pega de surpresa por uma multidão de fãs enlouquecidos, eles vieram pra cima de mim com tudo, me agarrando... E eu gritando, pedindo pra saírem, pois estavam me machucando... Até que, acabei caindo, e pude ver embaçado... Mas jurava que eu vi Wallace no meio deles, era ele, não era ilusão... E assim acabei desmaiando...

Acordei e estava numa cama de hospital, com a diretora do teatro e a Isabelle do meu lado, preocupadas comigo... Era de noite já, quando acordei.

— Professora... Até que fim acordou, não sabe o quanto ficamos preocupadas, soube pela notícia no jornal local. Tem muita gente preocupada contigo. — Abri os olhos lentamente, e pude ver apenas o brilho daquele olhar da Isabelle, mas mal a ouvia... — Estava atônita ainda.

— Eu... Só lembro de ter visto aquele seu amigo... Primo...

— WALLACE??? ELE ESTAVA LÁ? NÃO ACREDITO... Eu, tenho que sair, com licença.

Isabelle saiu furiosa, deixando-me a sós com a diretora do Teatro a Ana. Ela segurou forte na minha mão, e disse algumas coisas.

— Seu primo está muitíssimo preocupado contigo, liga várias vezes, ameaçou vim aqui, mas, isso iria te prejudicar eu suponho... Seu amigo, o Conde irá visitá-la amanhã de tarde. Levará alta amanhã de manhã. Só foram ferimentos leves, e uma pancada muito forte.

— Sim... Eu ligarei amanhã pra ele, gracías por me avisar. E eu não quero lembrar do que vivenciei por favor.

— Eu estou indo agora... Preciso voltar. — Segurei firme na mão dela, e olhei fraca para ela.

— Por favor no vá... Fique aqui comigo, acho que... Nunca tive uma amiga, e sinto que podemos ser. — Ela abriu um sorriso de todo tamanho, e firmou sua mão a minha, Ana mostrou se preocupar comigo, assim como Isabelle, e ela também soube, me proteger, ao evitar do meu primo vim aqui ao Brasil me ver. Estou no melhor hospital particular do RJ. Porque meu primo já ligou dizendo quem eu era pro hospital... E pra manter sigilo.