A PIANISTA

PARTE 49

- Vocês duas... Juntas?! Eu... Separei vocês duas! E vocês voltam a se encontrar!?

- Ana... Você está alterada... Pare com isso, vamos conversar num local mais reservado.

- NÃO! As pessoas precisam saber quem você é!

- Então diga a elas... Quem eu sou... Ana. Eu também quero saber...

- Você... É uma traidora do seu próprio PAÍS! Fugiu do seu dever, se envolveu com uma adolescente, e ofereceu drogas ilícitas!!

- Ana... Veja essa taça na minha mão... Fica linda quando está assim num é mesmo?! Agora veja quando cai... Como fica! E é assim que você está se sentindo aí dentro, e eu posso te ajudar.

- Ana vai amar outra pessoa... Aceita que perdeu! Com ela tem que falar assim!

- COMO OUSA, sua vadiazinha?! -Ela olhou pra mim com lágrimas, e depois olhou para Isabelle com expressão de ódio.

Ana simplesmente tirou dos seus seios... Uma pistola, e mirou para o lado da Isabelle, só deu tempo de abraçá-la dando as costas para Ana, fechando meus olhos, naquele momento do disparo... E vozes gritando, um alvoroço total.

- Isabelle?! Se eu estou viva... - Eu não queria virar pra ver o que havia acontecido, pois as pessoas estavam gritando muito, o rei e a rainha tiveram que ser tirados dali por proteção.

- Ai meu Deus! Amor... Não vira, não vira, por favor...

Quando eu virei, minha mãe havia entrado na minha frente, para bala não pegar em nós... Ana depois foi morta pelos guardas reais.

- NÃOOO!!! MADREEEEE MIA!!!!!! - Meus gritos eram agonizantes, deixaram  todos ali do baile agoniados com minha dor, e meu amigo com o namorado dele decidiram mandar todos embora, para não verem esse meu sofrimento.

Isabelle me abraçou forte, chorando comigo. Abracei forte, o corpo sem vida da minha nobre mãe...

- Calma meu amor... Por favor.

- COMO, TER CALMA?? ERA PRA TER SIDO EU!!!!

- VOCÊ???? O TIRO ERA PRA TER PEGO EM MIM! ELA QUERIA ME MATAR! EU FUI A CULPADA DISSO!

Isabelle saiu correndo dali... Chorando. Deixando-me sozinha. E continuei a abraçá-la forte, chorando em seu colo.

- Ahh mãe, como queria que fosse eu... Por que fez isso comigo? Por quê? - Uma mão firme tocou no meu ombro e disse.

- Porque ela te ama.. O amor de mãe é mais forte do que a própria vida dela. E ela finalmente descansou... -Disse o meu primo, o Rei... Que chegou discretamente.

- Como assim?

- Lembra? Que Catarina não conseguia se desligar do amor passado dela? Com o seu amor pela Isabelle, fez ela não só pensar em você como filha, e sim pelo amor dela passado, pois o tiro... Iria pegar de qualquer jeito em vocês duas. Catarina queria ter feito o mesmo com o amor dela, que era ter vivido ele. Seu amor pela Isabelle já valeu pra ela nessa vida e você sabia que ela não estava feliz. Sua mãe sabia que fazia parte dos planos da vida, partir pra você ver que tudo tem uma explicação das coisas acontecerem.

Enxuguei minhas lágrimas... Olhei pro rosto fino e delicado da minha mãe, e pensei, bem que dizem... A emoção nos impede de enxergar as coisas com clareza. Ia acontecer tudo novamente, mas, o fato da minha mãe ter entrado na minha frente... Só faz entender o "por quê" não era pra ter partido antes! Acho que ela entendeu isso também de última hora, no impulso.

SANTO DIOS! Mãe, a senhora é muito sábia... E sempre estará viva em mim. Honrarei seu nome, seu amor por mim.

- Obrigada primo... Por favor, peça alguém pra ir atrás de Isabelle por mim...

- Eu mesmo irei... Fique tranquila, te deixarei a sós com ela. - Foi embora, e voltei pro colo dela.

- Mãe... Não tivemos tempo, não tivemos tempo... Mas, sabia o quanto me amava, o quanto amava as pessoas, e o quanto tinha esperança nelas. Essa será minha forma de te manter viva em mim.

Depois caminhei até a Ana, que também estava caída, ensagüentada, e morreu com lágrimas...

- Ah, Ana... Deixou o ódio envenenar, dominar seu corpo... Eu queria ter te ajudado, mas, você não me ajudou... Descanse em paz e eu te perdoo pelas coisas que você fez a nós. - Fechei os olhos dela enxugando as lágrimas dela.