Capítulo 30 - Maré de azar

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"Em qualquer lugar que parasse, seria mais fácil do que estar aqui."
-Fallen

Hoje é meu aniversário, e eu não estava nem um pouco animada. Parecia um dia comum, ninguém ligou, ninguém me mandou nenhuma mensagem, nada. Caixa de mensagens vazia, ligações perdidas vazias, coração vazio...

Estava me sentindo tão só naquele imenso apartamento, sem ninguém para tornar meu dia mais colorido. E o pior, toda madrugada, sem exceções, todas, meu peito desabrocha em pura dor de saudade, de Austin. Não consigo dormir direito há alguns dias, talvez meses, não sei bem. Última vez que eu vi ele, foi em uma festa em família que teve na casa do meu pai, e a gente nem se falou. Ele parece querer me evitar, mas não posso culpa-lo, até eu pareço querer me evitar.

E pra completar a minha infelicidade nesta "data querida", eu já acordei numa daquelas marés de azar. Isso, só eu dou essas sortes. Vou resumir um pouco do que aconteceu. Acordei atrasada, com uma puta enxaqueca, cai no estacionamento do prédio e me ralei toda além de rasgar uma das minhas saias preferidas, meu carro não quis pegar então tive que ir (na chuva) para o ponto de táxi, me enxarquei toda, além de o táxi não parar para mim (com certeza achou que eu iria assalta-lo, quem não iria pensar? Maquiagem escorrida, cabelo molhado parecendo um ninho, roupa rasgada e toda enxarcada.) enfim, além de ele não parar para mim, ainda jorrou água suja na minha roupa! Imagine que dia difícil? Já estava atrasada quando um táxi aparecesse por um milagre e depois de alguns longos minutos eu cheguei a empresa, quase me barraram achando que eu era uma doida varrida, tomei uma longa bronca do meu pai por não chegar a tempo e em um estado terrível, por minha culpa não fechamos contrato com os franceses, passei o dia todo arrasada, tudo o que eu só queria fazer era encostar minha cabeça em qualquer lugar, ficar quietinha e chorar, porém fiquei até o horário normal, encarando o relógio da minha sala, não queria ser vista, não queria que ninguém falasse comigo, corri para fora da empresa pela saída de emergência e na rua de trás pedi um táxi, minutos depois ele chegou e eu fui pra casa, só desejava dormir pra sempre e nunca mais acordar.

E aqui estou eu, toda acabada, suja, fedida, com uma roupa rasgada e úmida, cabelo parecendo um ninho de passarinhos e a maquiagem do Chuck. O elevador abre as portas no meu andar, ponho a cabeça pra fora pra me certificar de que não há nenhuma alma ali para me ver, corro até a porta e em movimentos rápidos abro a porta e me jogo pra dentro da sala, tranco tudo e finalmente estou em paz e a sós. Jogo minha bolsa e a maleta em cima do sofá, ponho as chaves na mesinha, tiro meu blazer e vou andando até o banheiro, depois de um longo banho visto uma roupa quente pois está chovendo muito, pentiei meu cabelo e pus uma meia personalizada de desenho no pé pra mostrar a minha maturidade. Fui fazer um chá pra ver se eu dava uma acalmada interior,então coloquei a água no bule. Pus uma música lenta e me deixei cair sobre o sofá. DING DONG era tudo que ouvi depois de alguns minutos, a campainha tocou e a preguiça me matando, me levantei com dificuldade e fui abrir a porta.
-Nossa, que cara é essa?- perguntou Chad entrando no meu apê e fechando a porta, enquanto eu voltava para meu lindo sofá. Lhe lancei um olhar sério.
-Cara de quem está na merda.- respondi sem censura. Ele riu.
-Por que está assim?- perguntou ele, então me lembrei que ele não sabia que o dia hoje era meu. Ou pelo menos era pra ser.
-Deve ser porque hoje é meu aniversário e ninguém se importou, e só aconteceu merda comigo hoje.- falei dando de ombros.
Os movimentos dele foram tão bruscos que não levaram nem 5 segundos. Num instante ele me pegou no colo e começou a correr pela casa, Chad e seu jeito idiota de ser.
-PARABÉNS PRA CALIZINHA, NESTA DATA QUERIDA, MUITAS FELICIDADES E MUITOS ANOS DE VIDA...-gritava em forma de música enquanto corria comigo no colo.- Tem que ser muitos anos de vida mesmo, se não eu te mato.- ele parou e me disse, me jogando na cama como se eu fosse um embrulho qualquer, então começou a me fazer cócegas.
-Ch-add...P-pa-raa...- falei entre risos. Mas ele não parava, só aumentava a frequência de cócegas, então ouvimos um barulho vindo da cozinha. Ele finalmente parou e nossos olhos se voltaram para da onde vinha o barulho então comecei a pensar no que poderia ser.
-MEU DEUS!- gritei colocando a mão na boca e corri deixando Chad surpreso. Ao chegar na cozinha o fogão estava com um contorno preto em uma das "bocas", o bule estava vazio e queimado, e a maioria da água estava no chão. Logo Chad parou ao meu lado observando a desgraça, e eu observando a água que estava descendo até o meu sofá caríssimo, corri até a área e acabei pisando no controle do som, a música foi as alturas e aquilo estava parecendo mais o inferno do que um dia comum. Voltei correndo para limpar aquela aguaceira toda e acabei escorregando, por questão de segundos eu quase caio, mais não, Chad estava lá e me segurou em seus braços, naquele instante fui grata a ele por me ajudar a não quebrar o fêmur. Ele me olhou e logo meu olhar cravou no dele, ficamos hipnotizados por alguns instantes até ouvir algo cair no chão, olhamos em direção ao local do barulho e havia um buque de rosas caído lá, sabia o que era aquilo, me livrei dos braços de Chad que estavam na minha cintura e corri desengonçada até a porta, o elevador estava fechando as portas e lá estava ele, Austin. Seu perfume inundou o andar, e minhas lágrimas estavam prestes a fazer isso também. Voltei pra dentro do apê e Chad parecia constrangido. Ele tentou conversar comigo mais eu estava inconsolável, então ele se retirou sem dizer mais nada, me deixando realizar o meu desejo de algumas horas atrás, me joguei no canto do quarto, fiquei lá abraçando meus joelhos e chorando. Eu estava tão só, tão frágil no dia do meu aniversário.

Mais Austin se lembrou.

E tudo o que eu desejava agora, era correr até o pequeno quarto dele, abraçar-lo e dizer o quanto eu o amo. Mas ao invés disso continuei chorando.

Peguei o buque e o cherei, notando um pequeno papel no meio daquelas rosas vermelhas. O abri lentamente e limpei meu rosto para que eu pudesse ler, pois as lágrimas me atrapalhavam.

"Minha pequena,
Nesta noite
eu só quero te dizer,
Que eu te amo,
e que,
Sinto sua falta todos os dias querida.
Parabéns pelo seu dia, você é incrível."

Ass: Seu

                                                            

Oi meus amores, só passando aqui pra pedir mil perdões pela demora, eu estou com pouquíssimo tempo para escrever, e me sinto mal por isso. Mas pra compensar está aí um capítulo novo e fresquinho para vocês. O que você faria no lugar da Calí depois de um dia desses? Hahaha.

O que vocês acham do Chad? Preferem ele ao Austin?
Se você shipaa o casal Chad & Calíope comenta #CC (estranho o nome? por que sim.)
Agora, Se você shipaa o super casal defensores de amores proibidos, Austin & Calíope, comente #AC.
Isto é apenas uma dinâmica para eu ter uma noção do que vocês gostam mais.

Obrigada meus lindos!
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Amo vocês! ♥

A Filha de um MilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora