"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos."
-Charles ChaplinAcordei e o dia estava nublado, tomei um banho e pus uma roupa de frio, fui tomar meu café e liguei para Austin.
-Tudo certo?- perguntei para confirmar.
-Sim, já vou sair daqui, quando eu chegar aí eu toco o interfone.- disse, assenti e então desligamos.Hoje iríamos ver a mãe de Austin, e por mais que ela estivesse bastante doente e eu odiasse ver pessoas morrendo, eu iria, por Austin, por eu também estar sentindo muito pela sua mãe, e porque eu sentia que precisava disso. Ele chegou às 16h00 em ponto, eu disse para o meu pai que não estava bem para ir trabalhar, e hoje era folga de Austin, então estava tudo certo. Por fim pegamos a estrada.
-Você acha que ela vai me reconhecer?- ele disse depois de vários minutos em silêncio, enquanto trocava de faixa.
-Ela está tão mal assim?- perguntei. Ele não tirou os olhos da estrada, e então suspirou e assentiu. Olhei pela janela e a chuva ameaçou cair, o céu estava escuro e dava trovões toda hora.
-Chegamos.- ele disse entrando em um local branco, estacionou o carro em uma garagem média e descemos.
-Vou falar com a recepcionista.- disse, e foi, logo depois voltando com dois crachás com nossos nomes e embaixo escrito "visita".- Vamos.Passando por vários corredores brancos, com duas alas infantis, chegamos a um jardim atrás do local, onde havia um lago com patos e vários bancos e mesas com jogos, olhei em volta procurando por um rosto familiar ao de Austin, mas nada encontrei.
-Ela está ali.- ele disse e engoliu em seco.- O nome dela é Lori.- completou e eu apenas assenti, então caminhamos até ela, ela estava sentada em um dos bancos, lendo Dom Casmurro.
-Mãe?- Austin chamou com uma voz embargada. Ela voltou sua atenção para ele e pude ver seus pequenos olhos castanhos brilharem.
-Austin? Meu filho?- ela disse com uma voz cansada. Então ele sem pensar correu e abraçou tão forte que pude ver sua alma em contato com a dela.
-Mãe, que saudade de você.- ele disse em seu ouvido, eles ainda estavam abraçados, foi quando os olhos molhados de lágrimas dela, cravaram nos meus.
-Também estava querido.- ela disse baixinho.- Mas quem é esta bela moça? É sua namorada?- perguntou ela sorrindo e apontando para mim, o meu rosto e o de Austin ficaram vermelhos.
-É com-complicado mãe.- ele gaguejou, eu quase ri.
-Prazer, Calíope Hall, Austin fala muito da senhora.- eu disse indo em sua direção e apontando minha mão para que ela pudesse cumprimentar, ao invés disso ela me puxou e me abraçou.
-Senhora não, senhora está lá no céu, eu ainda dou um caldo.- ela disse piscando e eu gargalhei, mais alto do que pretendia, tive que cobrir a boca com a mão.
-Mãe!- Austin repreendeu ela.
-Falei algo demais? Vá dizer que não estou mais bonita?- perguntou ela, se levantando com dificuldade e dando uma voltinha enquanto ajeitava seu casaco cor salmão.
-Você está linda mãe.- ele disse sorrindo.
-Mas não estou mais tão saudável.- falou ela, respirando fundo e se apoiando em meu braço, então eu ajudei ela a sentar, realmente ela não estava bem.
-Eu vim aqui para ver como a senhora estava, e para saber se precisa de algo.- ele disse.
-Estou muito bem agora, querido. Preciso sim, preciso que você entregue isso aos seus irmãos e sua tia.- falou ela, tirando um papel de dentro do seu livro e entregando para Austin, ela segurou a mão dele e disse:- Não leia ainda, deixe para ler com eles, por favor.- disse ela, ele apenas assentiu.Ficamos conversando por alguns minutos, o que já foi suficiente para eu perceber que a mãe de Austin era uma mulher sábia e muito bem vivida.
-Lori Martinez, está na hora do seu descanso.- falou uma das enfermeiras.
-Ok, eu já vou indo então mãe.- Austin disse para ela, ela abraçou ele e depois me abraçou.
-Eu te amo filho, boa sorte para vocês, vocês formam um casal lindo e tem muito o que viver ainda.- ela disse olhando para a gente enquanto segurava nossas mãos, eu e Austin nos entre olhamos e assentimos para ela, e fomos embora.Estava tão na cara assim que nós fomos feitos um para o outro?
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A Filha de um Milionário
RandomE quem diria que uma esquina que eu cruzaria transformaria minha vida de uma maneira absurda.