Capítulo 14

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Ser espancada por um covarde não doía só fisicamente, a dor maior era dentro do coração. A que ponto o ser humano pode chegar por pura sede de vingança, ódio e crueldade?
Eu nunca imaginei que um dia poderia passar por isso. Eu nunca imaginei que Antoni faria isso.

Passo alguns minutos isolada no banheiro e vejo que em meu celular já tem 6 chamadas perdidas de Alex. Isso me motiva a chorar ainda mais, não posso ficar com ele, isso seria assinar minha morte e a dele de maneira simples e fácil. Por mais que doa admitir tenho que dar um fim nisso antes que seja tarde, e sumir daqui também. Vai doer? Claro que vai, mas eu preciso disso, não quero que quem eu ame sofra mais e também não quero que um assassinato aconteça.

Com dificuldade me levanto e olho o sangue que jorra do meu nariz cair no chão. Pelo menos ele não quebrou, isso tenho certeza, a dor que eu sentiria se ele quebrasse seria muito maior que essa, que ainda assim é quase impossível de suportar, a tristeza é tanta que nem uma dor fisíca me abala mais.

Cubro o nariz com papel higienico e decido sair do banheiro e sair dessa festa o mais rápido possível sem ser percebida.
Saio do banheiro olhando para todos os lados e graças a Deus não havia ninguém. Passo a beira da pista de dança que está completamente lotada e a maioria dos convidados dança animadamente ao som de alguma música o tanto animada e dançante.

Depois de longos passos consigo finalmente chegar ao estacionamento e pelo que parece não há ninguém. Corro rápidamente e consigo achar o carro de Alex, pra minha sorte ele havia deixado uma chave de seu carro comigo caso eu me incomodasse e quisesse partir sem ele. Ele me conhece muito bem, nem Antoni que passou tanto tempo comigo sabe que me estresso assim tão facilmente, e ao menos teve esse gesto de carinho e preocupação comigo.

Me apresso pra achar as chaves na bolsa com uma mão só, quando sinto alguém respirar forte atrás de mim, e pelo perfume já sei bem quem é.

- Sai daqui, Alex. Eu não posso te ver agora. - digo de costas pra ele e sinto as lagrímas descerem em meu rosto.

- Por que? O que aconteceu porra! - diz socando o carro. - Você sumiu, só vi o Toni sair da festa com um sorriso no rosto e nada de você aparecer, te procurei como um louco, te liguei milhares de vezes caralho. Eu mereço uma explicação. - completa e posso sentir a raiva e a preocupação ao mesmo tempo em sua voz.

- Eu não posso te contar tudo agora. - Respiro fundo. - Só me deixe ir. - digo embrigada pelas lagrímas. - Por favor.

- Você ta chorando? - pergunta e me recuso a responder. - É isso? Não quer que eu te veja chorando? - se aproxima e o sinto colado ao meu corpo. - Eu seria capaz de secar suas lagrímas e pelo resto da vida se fosse preciso, eu seria capaz de fazer o qje você quisesse só pra te ver sorrir e acabar com seu choro, e... - faz uma pausa do nada. - Fernanda, que cheiro de sangue é esse? - Tento fujir mas não tenho nenhum tempo. Ele me vira bruscamente e vejo o pavor nos olhos dele ao se deparar com meu nariz cheio de sangue.

- Não é nada demais. - digo me afastando e o cubrindo com as mãos denovo.

- PORRA! O QUE SIGNIFICA ISSO? FOI ANTONI? - diz passando as mãos nos cabelos e vejo suas veias pulsarem de raiva. - EU VOU ACABAR COM ELE. EU VOU MATAR ELE. - se aproxima de mim e segura meu rosto coberto de lagrímas e sangue com as duas mãos e me sinto completamente segura com seu toque, mas sei que isso não pode durar, por mais que doa, eu preciso acabar com isso, por mais que eu esteja apaixonada por ele o medo vai vencer isso e vou me afastar, eu não quero que ele sofra as consequências de toda essa merda. - Por que você não procurou? Por que? - Me pergunta e não consigo responder nada. - Eu iria até o inferno atrás dele, eu iria cuidar de você porra! - gruda sua testa na minha e sinto sua respiração ofegante. - Eu faria qualquer coisa pra me colocar no seu lugar nesse momento.

- Me tira daqui. - Consigo finalmente responder. - Só me tira daqui. - peço.

- Eu vou te levar pro hospital, depois iremos pra delegacia, isso não pode ficar assim. - diz e entro em pânico.

- NÃO! - Grito e paro bruscamente. - Por favor, não.

- Você quer que ele fique impune depois dessa merda toda? - Diz olhando nos meus olhos. - É isso que você quer? - Curva as sombrancelhas e olha no fundo dos meus olhos.

- É, por favor. Depois a gente conversa sobre tudo. - imploro e nos encaminhamos pro hospital.

No hospital não ouvi nada do que me surpreendesse, meu nariz fraturou com o soco, mas não chegou a quebrar, por pouco, graças a Deus. O que mais me impressionou foi Alex, ele não saiu de perto de mim um minuto se quer, não abandonou e sempre esteve segurando minhas mãos me dando todo apoio que eu precisava, ele era o homem da minha vida, em tão pouco tempo eu já tinha toda certeza disso, não importa o que aconteça comigo, eu só quero proteje-lo.

Chegamos em casa as 3 da manhã, foi dolorido e evitei ao máximo trocar palavras com ele, vai doer, mas isso acaba aqui, a paixão que sinto por ele vai acabar um dia, melhor isso do que ter que presenciar o enterro de um de nós dois.

- Vai me contar tudo que aconteceu agora? - diz quando saio enrolada em uma toalha do banho.

- Tudo bem. - respiro fundo e decido começar. - Toni e eu fomos dançar, ele me pressionou, começamos a discutir levemente, até que ele me arrastou pelos braços até o banheiro e trancou a porta. - digo de costas pra ele enquanto procuro uma roupa intíma decente pra dormir. - A discussão ficou mais calorosa, ele disse que eu seria dele de qualquer jeito, eu me revoltei, dei um tapa na cara dele e ganhei esse nariz quase quebrado depois disso. - Visto uma calcinha por baixo da toalha e finalmente me viro para encará-lo. - Satisfeito? - pergunto. - Espero que sim, porquê isso dói. - completo e me sento ao seu lado.

- Satisfeito eu não estou Fernanda, porra eu fiquei preocupado, mas não vou te forçar a falar nada agora. - Se eu fosse você pensaria baby, pois é a última vez que iremos nos ver. - Eu quero seu bem, eu quero te protejer de tudo. - diz apertando minhas mãos. - Porra eu te amo! - diz e arregalo os olhos em pânico. Ele não pode me amar, não pode! Não agora que eu tenho que o deixar e partir pra que nenhum de nós se machuque nessa maldita cadeia que me impede de ser feliz, e seguir minha vida. Eu não posso amar ele, isso seria minha sentença, minha carta com assinatura pra um futuro que não existiria, pois ele seria a morte.

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Capítulo tenso e de muitas decisões meus amores! Comentem aqui o que acharam, e o rumo que querem que a história tome, quero saber a opinião de vocês!!

Beijoxx e espero que tenham gostado.

Tentação FatalOnde histórias criam vida. Descubra agora