Capítulo 13

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Pra que meu Deus eu inventei de vir nessa merda?
Agora to aqui, além de sentada que nem uma tonta esperando o Alex terminar suas entrevistas, cagando de medo do Toni aparecer, mas espero que ele não seja tão louco a ponto.

Enquanto dou algumas checadas no celular pra ver se tenho algum sinal de desistência do Toni, um homem charmoso e já grisalho se aproxima de mim, com o que parece ser um gravador. Era só o que me faltava, entrevistas nesse momento.

- Senhorita Fernanda Mota, que prazer encontra-lá por aqui. - diz já se sentando ao meu lado e segurando firme em minhas mãos.

- Olá, bem eu não poderia deixar de prestigiar meu amigo Alex em um momento como esse. - sorrio incomodada.

- Claro, além de tudo seu cunhado pelo que sabemos. - Faz uma pausa e então olha ao redor. - Mas e Antoni, seu noivo e irmão do anfitrião, não compareceu por quê? - questiona e respiro fundo, quer saber? Que se foda, vou jogar logo a bomba e contar pra terra que não estou mais noiva.

-Hum... Não sei de Antoni, alíais, queria confirmar e contar em primeira mão que não estou mais noiva de Toni. - digo e ele arreganha os olhos em sinal de susto e surpresa. - Não teve brigas e está tudo bem. - minto. - Não estávamos tendo mais tempo pra relação e eu sou o tipo de pessoa que gosto de me doar por completa, como isso não estava sendo possível decidimos dar um tempo em tudo. - completo e oro para que ele saia do meu pé.

- Vocês continuam amigos? Tem alguma chance de voltarem? - pergunta e já me estresso. - Vocês eram uns dos casais mais importantes e bonitos da alta sociedade carioca.

- Só o tempo vai dizer isso. - digo me levantando. - Bem tenho que ir procurar Alex, tenha uma boa noite. - me afasto e ando pela festa inteira atraz do demônio que desapareceu no meio de tanta gente.

Depois de alguns minutos o acho conversando com alguns senhores bem vestidos, creio que sejam milíonarios da alta sociedade. Assim que me vê vejo que Alex fica mais alheio as palavras ao seu redor. Confesso que adoro causar esse efeito nele, pois é isso que ele causa em mim.

- Preciso falar com você. - sussuro em seu ouvido e ele balança a cabeça concordando.

- Senhores, mais tarde nos falamos, essa bela dama precisa de minha companhia agora. - termina e o puxo pra uma mesa.

- Pensei que iriamos ficar um pouco juntos hoje, mas acho que estava enganada, né? - cruzo os braços e tento parecer o mais calma possível.

- Eu te disse que iria dar algumas entrevistas, não disse? - Diz estressado. - Se quiser ir embora e não tiver a paciência de me esperar só mais uns minutos, pode ir. - acho que fiquei de boca aberta com sua arrogância. - Agora se puder me esperar, fico muito feliz, e garanto que não se arrependerá.

- Eu queria muito ir embora mesmo, mas acontece que Toni me mandou uma mensagem falando que está vindo pra cá! - Pego o celular e mostro a mensagem pra ele. - Ele pirou!

- Puta merda! - diz me devolvendo o celular. - Melhor você ficar, pelo menos está comigo, sozinha ele pode ir atrás e dar merda. - Passa as mãos no cabelo preocupado e logo depois segura minha mão com força. - Eu não vou deixar ele fazer nada com você, pode ter certeza. - sorrio e balanço a cabeça. - Eu sei, confio em você.

- Vamos aproveitar e dançar um pouco, esquece isso, quando ele aparecer a gente dá um jeito, ok? - me questiona sorrindo e sorrio automaticamente.

- Dançar? - rio - Não sou muito boa nisso Alex.

- Me engana que eu gosto. - sorri me puxando pra pista dança. - Mesmo que não saiba você vai.

Tocava Take me Church do Hozier, uma das minhas músicas preferidas e eu mesma nem sabia que dava pra se dançar ela, eu realmente não manjava muito dessas coisas de dança, Toni quase nunca me levava pra dançar em algum lugar, e eu até gostava. Mas agora percebo que estava perdendo algo muito bom.
Não havia nada melhor que sentir as mãos de Alex na minha cintura, tocar suas costas rígidas e manter contato com seus incríveis olhos azuis que eram minha perdição.

- Você ta tão romântico hoje, até estranhei. - comento baixinho e sorrio com minha coragem de falar. - A ocasião pede algo mais formal. - diz sorrindo e então se aproxima dos meus ouvidos. - Mais tarde te mostro meu lado selvagem, pode ter certeza. - completa e me arrepio por inteira.

- Será que posso dançar com a dama? - escuto uma voz ao meu lado e logo minhas pernas estremecem, ele está aqui.

- Antoni? - Alex diz me soltando. - O que você ta fazendo aqui? - coloca as mãos no bolso em posição de defesa e encara o irmão que parece debochar de tudo aquilo.

- Eu vim te prestigiar. - diz tocando nos ombros de Alex. - Estava sem fazer nada e resolvi aparecer, algum problema?

- Nenhum. - nega Alex. - Só fiquei surpreso, você disse que não viria.

- Mudei de idéia. - sorri. - Então, posso dançar com minha noiva? - questiona e então faço questão de cortá-lo rapidamente.

- Ex noiva. - digo curta e grossa.

- Melhor vocês não dançarem irmão. O clima não está bom e quero evitar confusões. - diz Alex preocupado.

- Calma Alex, eu danço com ele sim, quero evitar que alguém perceba o clima. - sorrio e tento acalmá-lo. - Ok. - ele diz e então se afasta me deixando com Toni que me segura firme e começa dar pequenos passos no salão.

- Mal terminamos e você já veio curtir a vida com meu irmãozinho... Esperta você né? - sussura em meus ouvidos e não sei como não acertei o soco em suas bolas.

- Bem, seu irmão me convidou e como temos negócios resolvi aceitar. - Faço uma pausa. - Além de tudo, pra todos os efeitos até um tempo atrás éramos noivos. - sorrio. - Mas pode deixar que já tratei hoje mesmo de divulgar pra mídia que não somos mais, amanhã a notícia já vai estar circulando na internet querido. - completo e ele fecha a cara me arrastando a força pra dentro do banheiro feminino que pro meu azar está vazio.

- Me solta! - Grito tentando escapar de suas mãos sem sucesso. Ele tranca a porta e só assim me solta. - Ta maluco? Me solta daqui! - digo tentando abrir a porta.

- Quando a gente acabar de conversar você saí daqui, entendeu? - diz apoiando as duas mãos na parede. - Como você pode divulgar na mídia? Não deu ao menos uma chance pra nós dois! - passa as mãos no cabelo e anda de um lado pro outro.

- Porquê nós dois não temos volta! - soco a porta. - Você não entendeu que o que você fez não tem desculpa, porra? - Respiro fundo buscando palavras. - Essa merda toda só me fez perceber que eu não era feliz, e pode ter certeza, não é isso que quero pra mim. - sorrio. - Olha, não tenho raiva de você, só não quero mais isso, eu quero distância de você!

- O QUE? - se aproxima de mim e agarra meu braço. - Você só pode ter arrumado outro, pra me esnobar assim! Você é minha! - diz apertando meu braço e entro em pânico, eu preciso escapar disso.

- Antoni me solta por favor! - imploro com os olhos cheios de lágrima. - Vá se tratar, sei lá, depois a gente conversa, não quero provocar um escandâlo. - tento me desvenciliar mas ele é mais forte.

- Escandâlo? - ri me soltando. - Você não sabe do que sou capaz, ou você fica comigo, ou não fica com mais ninguém. - nesse momento a raiva toma conta de mim e acerto o tapa em sua cara. - EU NÃO SOU SUA, SE AFASTA DE MIM! - grito e desabo em lágrimas e nem assim ele tem piedade, me agarra pelo pescoço e acerta um soco em meu nariz me arrancando um grito enorme.

- AH MEU DEUS! - Grito caida no chão sentindo a maior dor de toda minha vida e desesperada ao ver a quantidade de sangue que jorra do meu nariz.

- Isso é só pra você aprender e medir seus atos Fernanda, isso é só o começo. - Toni diz antes de sair e com um estrondo bater a porta do banheiro me deixando jogada e desesperada no chão de um banheiro qualquer, que acaba de se tornar o começo do meu inferno pessoal.

Tentação FatalOnde histórias criam vida. Descubra agora