Capítulo 25

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Já era noite e nada de sinais de Alex iria me salvar, mas é o normal. Tenho certeza que Antoni planejou tudo perfeitamente, tenho que agir sozinha, se eu estiver mesmo grávida o que pode ser uma grande possibilidade eu tenho que salvar não só minha vida, mas a dessa pequena criança também. Estou tentando manter a calma e não pensar muito no que vai me acontecer, não posso agir com o coração nesse momento, agora tudo me pede pra ser fria e agir somente com a razão e arquitetar algo sólido pra que eu possa sair dessa. Não deve ser tão complicado. Passei o resto da tarde com fome mas usei esse tempo pra observar o layout desse inferno que me encontro.
Tudo é muito espaçoso aqui já que não há móveis espalhados. Parece ser uma grande garagem, o portão de entrada é grande e tem uma pequena elevação na entrada. O que me dá quase certeza de que para chegar aqui é preciso passar por alguma rampa ou algo do tipo. As vastas janelas que estão por fazer apenas com seus lugares demarcados dão uma vasta visão pra as árvores que tem a a longe. Pelo que percebi deve ter mais de um andar aqui, existem várias colunas de sustentação espalhadas. Só resta achar a escada, mas não deve ser tão difícil assim.

Algumas horas depois já não me aguento mais de fome e me arrisco a pedir algo pra Toni, que agora está reunido com vários de seus capangas. Deve ter mais de 5 por aqui, ele acha o que? Que sou uma bomba a ponto de explodir pra colocar tudo isso de gente em meio a esse crime? Mas ele vai pagar, eu posso morrer mas ele vai pra cadeia.

- Antoni, estou com fome, por favor...- Digo fraca, mas acho que não estou grávida, não senti mais nada, mas bom, eu não sei. Não quero pensar nisso.

- Fome? - gargalha. - Logo você morre e não sente mais, pode ficar calma. - Diz e então sai me deixando sozinha e 5 minutos depois volta com uma marmita.

- Essa porra dessa comida é minha, só estou te dando porque sou bonzinho. - Assim que ele diz isso percebo que ele ainda gosta de mim, eu poderia usar isso ao meu favor. Mas tenho nojo dele. Ele me dá algumas garfadas de comida e logo me deixa sozinha novamente. Mais um tempo passa e alguns dos capangas vão embora e só resta ele e Mateus novamente. Escuto ele cochichar algo e o barulho de alguém se deitando no colchão. Logo Mateus vem e se senta no Banco perto de mim pra fazer minha vigia. Essa é minha deixa.

Depois de alguns minutos finjo dormir e quando observo Mateus dormiu também. O lugar está um pouco escuro mas consigo achar a janela que esta iluminando e posso achar a saida. Me concentro com o caco de vidro na mão e começo cerrar as cordas que me prendem. Após longos minutos tentando finalmente consigo, mas me mantenho ainda parada para verificar se eles não irão acordar. Quando me levanto com toda cautela dou graças a Deus por estar com minhas botas feupudas que não fazem barulho nenhum no chão.
Sinto as pernas bambas e então fico um pouco parada tentando estabilizar. Quando me sinto melhor enfio o caco de vidro no bolso da blusa e começo caminhar evitando respirar. Caminho até o portão e vejo que se eu o abir vai fazer barulho. "Merda" penso voltando a caminhar. Chego perto da janela e vejo que á uma grande altura até o chão. Além de andar de cima eles também tem um em baixo? Que droga! Preciso achar a escada que desce pra baixo, então com mais silêncio ainda caminho até a direção do colchão de Toni que parece dormir profundamente e acho a escada que dá ao andar de baixo. Desço e tudo está escuro, não consigo enxergar um palmo a minha frente, tateio as paredes em busca de alguma janela mas não encontro nada. Desisto! Subo novamente com cuidado e quando estou no fim da escada sinto meu pé enroscar em algo.

- Bosta! - sílibo sem som.

- Grande bosta, dona Fernanda. - Escuto a voz de Antoni e então grito e pego o caco de vidro acertando a primeira coisa que me vem a frente. O escuto gritar muito alto e então corro subindo a escada e quando chego na claridade vejo minhas mãos cheias de sangue. Corro até o portão e o tento abrir mesmo com Mateus podendo acordar. Mas antes de finalmente escapar ele aponta um revólver em minha cabeça e me joga no chão me dando chutes e arrancando gritos e lágrimas meus de dor.

Tentação FatalOnde histórias criam vida. Descubra agora