Tentação Fatal

Capítulo 8

- Fernada? - sinto alguém me sacudir - Fala alguma coisa, porra! - Não consigo falar, nem pensar em nada, me sinto morta. Sinto apenas lagrímas escorrendo sem parar no meu rosto, e uma dor que nunca senti antes.

- Eu não devia ter feito isso. - Alex diz - Olha seu estado agora, me diz que você ta bem. - passa as mãos nos cabelos.

- Sai daqui. - consigo finalmente falar com um fio de voz. - Por favor, só saia.

- Eu não posso te deixar aqui nesse estado! Fui um burro me desculpe. - se aproxima e seca minhas lagrímas, sem sucesso, pois elas continuam descendo.

- Eu já disse pra você sair. - digo saindo de perto dele. - Agora saí! - digo apontando pra porta.

- Tudo bem. - diz se retirando. - Mas eu vou atrás de você depois. - sai e fecha a porta.

Desmorono no chão mesmo. Será que era só um pesadelo? Como Toni pode me trair por 4 meses e ainda confessar com a foto da vadia pro irmão?
Sabe quando parece que rancaram tudo que você tinha e só resta o vazio? É isso que sinto nesse momento. Eu o amei, o amei com todas minhas forças... Sempre fui fiel, até Alex aparecer, mas isso é algo a parte. Eu acreditei em seu amor, em suas declarações, chorava de saudades quando ele viajava, sempre que podia me declarava, sempre lutei pra manter nosso relacionamento estavel, pra não precisar passar por isso tudo, ai olha só oque aconteceu. Por quê? Será que nenhum homem presta? Oque será que eu fiz a Toni pra ele ter motivos pra me trair, e ainda por cima com uma vadia, que aposto, só proporciona prazer a ele, eu dei prazer e além de tudo um amor incondicional, eu me doei, suportei as críticas e sua família, passei por cima de tudo pela nossa felicidade que agora se acabou completamente. Não sinto raiva dele, sinto só despreso. Nesse segundo o amor que existia em mim foi completamente acabado. Eu poderia aceitar qualquer coisa, agora uma traição? Eu sempre deixei bem claro que se as coisas não estivessem bem, ele devia terminar tudo, menos me trair com alguém e depois chegar em casa e dizer que me amava, me mimar depois de ter comido e se sujado na cama com outra... Isso é podre!

Não sei de mais nada, não sei oque vou fazer daqui pra frente, nem em como irei resolver isso. Mas por hora ninguém precisava saber de nada.

Vou ao banheiro e tento me recompor passando um pouco de maquiagem, só assim consigo sair dessa sala pra ir pra casa sem dar satisfações a ninguém.
Lá eu sei que posso desabar sem medo de que me olhem e espalhem por aí. Eu não estava preparada pra nenhuma merda, além dessa na minha vida.

Saio da minha sala recomposta mas nem isso impede de que todos que estão na recepção da empresa percam a atenção em cima de mim. Será que eles ouviram algo? Ou estou tão feia ainda depois da maquiagem?

- Oque foi!? - questiono irritada. - To cagada por um acaso? Pra vocês não pararem de olhar pra mim? - nesse momento todos correm e voltam aos seus afazeres e me volto a Isac.

- Cancele tudo que tenho pra hoje e pro resto da semana. - digo tentando ser firme. - Não vou aparecer mais aqui o resto da semana, oque precisar me mande no email. Tchau. - completo e me viro saindo rápido em direção ao elevador. Antes mesmo das portas se abrirem caio em lagrímas mais uma vez. Será que eu nunca iria superar isso?

Chego em casa morta. Não sei como não bati o carro no caminho, ou morri logo.
Entro no quarto e me jogo na cama, será que eu nunca iria parar de chorar?

Meu celular apita e vejo que é uma mensagem da única pessoa que eu não queria um sinal de vida.

Amor! A viagem foi meio que cancelada, amanhã mesmo estou de volta. Não vejo a hora de te ver querida.

Beijos bebê.

Jogo o celular na parede com tanta força que acho que ele se despedaçou. Como ele pode? Amanhã ou depois ele me paga. Minha vida vai tomar um novo rumo agora, ou não sei se irei suportar tudo isso.

De madrugada decido sair do quarton para tomar algum calmante e ver se durmo. Fiquei acordada chorando demais, eu mesma já não estava aguentando mais aquilo.

- Fernanda! Sumiu hoje e ontem, vai me dizer que ainda ta brava comigo? - escuto Lu atrás de mim e vejo que será difícil não para de chorar.

- Eu tava ocupada amiga. - digo com a voz falha e começo chorar denovo.

- Oque aconteceu? - Lu corre até mim e me vira pra olhar pra ela. - Amiga meu Deus! Alguém te fez algum mal. - diz passando as mãos em meu rosto preocupada. - Me diz, eu preciso te ajudar.

- Ai amiga... - tento falar mas desmorono em seus braços.

- Calma, eu vo te ajudar. - diz me levando pro quarto. - Você vai superar isso, seja oque for.

Quando chegamos no quarto me deito em seu colo e decido criar forças para falar tudo. Quem sabe assim eu não melhorava.

- O Antoni, ele me traiu. - respiro fundo. - Na verdade ainda me traí, Alex contou tudo, na verdade me mostrou. - agarro a barra de sua saia com força. - Oque vou fazer da minha vida agora amiga? Me diz! - imploro e vejo Luana pasma, ela também estava chorando enquanto alisava meus cabelos, e parecia procurar uma maneira de dizer algo que não me machucasse mais.

- Eu... Eu nem sei oque falar. Eu vou matar ele antes de tudo! - diz secando as lagrímas. - Eu achava que ele era um santo, tão culto. - completa ainda sem palavras.

- Imagine como estou agora. - digo secando as lagrímas que saem calorosamente.

- Você vai dar a volta por cima! Amiga você é incrível, gata, além de uma pessoa maravilhosa por dentro, eu te amo muito e vou fazer de tudo pra não te ver triste. - sorri carinhosamente. - E outra, mesmo que você ainda o amasse ele já não te dava o suficiente, a relação estava desgastada... Vai doer? Claro que vai! E muito. Mas uma hora pode ter certeza que tudo vai passar. - diz alisando minhas bochehas e finalmente consigo esboçar um minímo sorriso.

- Eu tenho fé de que logo irei superar, e ter você ao meu lado será mais importante que nunca. Obrigada Lu, te amo. - digo segurando em suas mãos.

- Somos irmãs não concorda? - diz rindo. - Agora essa parte do Alex ter te mostrado... Não entendi. - me olha confusa. - Tem alguma coisa que não sei? - pergunta e percebo que nossa discussão de sábado me impediu de contar sobre Alex.

- Bem... É uma longa história. - digo rindo.

- Não me importo nem um pouco se você quiser me contar, tenho um bom tempo. - diz rindo também. E finalmente me animo pra contar algo que não chega a ser triste até um determinado ponto. Mas tudo isso definitivamente estava acabado. Depois de amanhã, a família Alencar nunca mais iria cruzar meu caminho.