Capítulo 17

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Nem parece que já chegou o grande dia, na verdade o pior dia do começo da minha nova vida. Recomeçar tudo quase do zero iria ser a coisa mais difícil em toda minha vida. E deixar quem eu amo seria sem sombra de dúvidas a pior coisa.
O dia de ontem foi se despedidas, dei um até breve a todos dos escritório, a vários amigos e colegas, até mesmo do porteiro do prédio eu me despedi.

Agora me encontro dentro de um táxi com Lu, a caminho do Aeroporto.
Graças a Deus meu nariz não ficou muito ferrado e deu pra cobrir o roxo com bastante maquiagem, assim não preciso usar nenhum band-aid.
Meu vôo sai as 21h15, então tenho algum tempo com minha amiga.
A previsão pra chegar lá é de quase 10 horas, estou até um pouco ansiosa. Tenho que tentar me animar.

Nesses dois dias não tive nenhuma notícia de Alex, acho que é melhor assim. Preciso tentar esquece-lo, mesmo que seja impossível. Sempre que paro pra pensar em tudo acabo chorando e me machucando mais ainda, por isso estou tentando não pensar mais nisso.

- Hey! Vai sentir saudades de todo esse calor né? - Lu me tira de meus devaneios.

- É, vai ser difícil me acostumar com o novo clima. Mas todos os dias vamos nos ver por skype e te conto como anda a previsão. - Sorrio apertando sua mão.

- Eu sei que você tá sofrendo por causa do Alex, amiga. Ele não veio atrás?

- Não, e é melhor assim. - Dou de ombros. - Não quero sofrer mais e também não quero que ele sofra, mais do que já está sofrendo. Ele vai seguir a vida dele, eu sei que vai.

- Bom, seja o que for minha linda, a sua vida você vai seguir.

- É por isso que estou saindo daqui né. Pra seguir minha vida. - Completo e volto aos meus devaneios até chegarmos ao aeroporto.

Passadas algumas horas anunciam meu embarque e minhas lágrimas começam escorrer antes mesmo de olhar pra Luana, pois sei que ela também está chorando.

- Bem, melhor eu ir. - Digo secando as lágrimas.

- Ah amiga, por quê heim? - Diz me abraçando forte e desabo em seus braços.

- Eu vou sentir tanta sua falta, mas tanta, que meu Deus amiga, eu não sei aguento.

- Eu também não. Assim que eu puder vou te visitar. E quero falar com você todos os dias e não quero que você esqueça de mim.

- Tabom. - Sorrio em meio as lágrimas. - Eu vou te ligar sempre, vamos nos ver todos os dias ainda, e você sempre será minha puta preferida. Te amo Luana.

- Eu também te amo amiga. - Diz me soltando. - Agora vai logo, não aguento mais chorar. - Ri e rio ao mesmo tempo.

- Então é isso...

- É isso.

- Tchau, e te ligo quando chegar. - Digo chorando.

- Tchau amiga.

Enquanto me encaminho ao embarque, me lembro de fazer a ultima coisa que irá me deixar pelo menos um pouco aliviada.

Pego o celular de dentro da bolsa e disco os números do meu advogado, que atende no primeiro toque.

- Fernanda, estava esperando sua ligação. - Ouço a voz de Dante aliviada do outro lado da linha.

- Estou quase embarcando, este é o momento certo. Tudo pronto pra dar entrada na denúncia e no processo?

- Claro. Todas as provas estão aqui, as gravações das câmeras da boate já estão salvas, só resta sua autorização pra tudo ser encaminhado. Posso começar? - Questiona e respiro fundo. Se Toni achava que eu iria fujir sem dar um único sinal de que não tenho medo dele, está muito enganado. Posso estar longe, mas mesmo assim irei ver sua queda.

Tentação FatalOnde histórias criam vida. Descubra agora