8 - Desconhecido amigo

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- Beliza você está bem? - ele me olhou preocupado enquanto ia se aproximando devagar, quando me levantei senti que haviam lágrimas em meus olhos agora com a coloração normal. Corri em direção a porta e peguei um casaco - Bela, espere! – tentou me segurar pelo braço, mas no impulso dei um tapa em seu rosto, e havia literalmente o queimado.

- Nunca mais quero te ver seu idiota – abri a porta e corri sem saber pra onde.

Enquanto olhava para traz para ver se ele me seguia, caí num buraco e bati com a cabeça ao aterrisar no chão duro. Quando acordei estava em uma casa e tinha um homem alto, forte, cabelos raspados, pele morena preparando algo.

- Hum, vejo que você acordou bela dama, tome beba isso - disse ele enquanto entregava um copo com algo dentro.

- Onde estou? Quem é você? Como vim parar aqui? - eu só conseguia em como eu era azarada, segunda vez que estava na casa de um estranho.

- Minha casa, Paul Orson e você caiu aqui.

- O que? - perguntei sem me dar conta de que ele apenas respondeu minhas perguntas.

- Você devia estar perdida na floresta, não viu a entrada da minha casa e caiu aqui.

- Verdade estou me lembrando agora, ai - pus a mão na cabeça - mas eu caí num buraco - ele riu e fez uma cara fingida de ofendido.

- Eu te ajudo e você chama minha casa de buraco? - mesmo percebendo que ele estava apenas brincando foi impossível não me sentir constrangida.

- Me desculpe. É que... - então ele me interrompeu.

- Sabe que estou brincando, não é? - rimos juntos como se fossemos velhos amigos.

Foco Beliza, ele é um estranho, uma topeira que vive num buraco no meio do nada.

- Então, já pode me dizer o que você estava fazendo nessa parte da floresta sozinha e correndo? É uma área perigosa - disse com um ar meio sombrio que me deu arrepios. 

- Não era nada, só estava distraída - menti.

- Nós sabemos que isso não é verdade. Confie em mim. Afinal, se eu quisesse seu mal já teria o feito assim que caiu aqui e ficou desacordada. 

- Estava fugindo do meu...

- Namorado?

- NÃO! Nunca namoraria um idiota como ele - ainda estava possessa de raiva de Ascaban.

- Então o que ele é seu?

- Nada, ele só está me ajudando porque minha casa foi destruída e eu estou passando uma temporada por lá, mas a gente brigou e aí eu saí correndo e cheguei aqui, quer dizer caí aqui - dei uma risadinha amarela.

- Entendi. Já é tarde é melhor você passar essa noite aqui comigo. A floresta por si só já é muito perigosa, e agora com as sombras soltas tudo piora. Eu não posso deixar você sair sozinha por aí a essa hora.

- Acho melhor eu ir, afinal não nos conhecemos e... - me interrompeu novamente.

- Já disse que não lhe farei mal – seu olhar era calmo.

- Tudo bem, mas antes queria trocar minhas roupas.

- Não gosta das que lhe vesti? - não havia notado até o momento que estava trajando um lindo vestido perolado de renda.

- Você quem me vestiu? - estava morta de vergonha.

– Sim e não, você caiu vestida com um casaco desgastado de tanto se enrolar nos galhos enquanto corria, eu usei um feitiço de troca, apenas isso. Sinto muito se a ofendi de alguma maneira.

- Não, me desculpe é que eu pensei que você havia... - senti minhas bochechas ficaram vermelhas.

- Jamais invadiria a privacidade de uma dama dessa maneira – seu olhar era gentil e trazia leveza - agora durma que amanhã te levarei a sua casa bem cedo – ele veio lentamente até mim e me deu um beijo na testa. Seus lábios eram firmes e quentes – vou dormir em outro cômodo da casa, pode trancar a porta se for se sentir mais segura.

- Obrigada! – minha respiração estava entregando meu nervosismo.

- Boa noite! - ele foi se afastando.

- Beliza! - gritei e ele fez cara de confuso – o m-meu nome é Beliza, você não tinha me perguntado.

- Foi proposital, queria que se sentisse confortável para me dizer seu nome, obrigado Beliza.

A noite pareceu uma eternidade, pois senti que havia dormido por anos.

*Fuga de Beliza na mídia

A última guardiã da Luz (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora