29 - A batalha começa

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Me vi cercada de creppitos e Ascaban foi detido por um deles também. Os convidados começaram a correr em direção a saída, mas foram impedidos por vários guardas que fecharam a passagem da saída da caverna.

O rei Gregor começou a vir em nossa direção, e Paul foi para o seu lado.

- Ah jovenzinha. Poderia ter sido tudo tão mais fácil, mas você complica tudo - falou o rei Gregor andando de um lado para o outro - você ia ter uma morte sem dor e sem sofrimento, mas aí você e o seu amantezinho fazem isso - ele disse abrindo os braços irritado.

- Morte sem dor? Então você ia realmente me matar.

Eu sabia que ele jamais toleraria minha presença naquele lugar por muito tempo, mas ter a certeza de que seria morte me esfriou a espinha.

- Quem eu? Não, não, minha querida. Ele iria - disse o rei Gregor apontando para Paul.

- Paul? - estava incrédula.

- Você realmente achou que alguém como eu me importaria com alguém como você? Mas por pena lhe daria uma morte serena por envenenamento. Cairia num sono profundo do qual jamais acordaria.

- Mas eu pensei que...

- Pensou que eu gostava de você? É, eu até me interessei por você e pensei que com o tempo poderia dar certo entre nós, mas meu pai me fez ver quem você era de verdade. Ele me fez enxergar.

Aquele não parecia o Paul algo estava diferente.

- Paul, ele está te envenenando contra mim. Seu pai é mau e um destruidor.

- CALA ESSA BOCA! - Paul gritou bastante alterado passando a mão na cabeça inquieto.

- Filho não se preocupe. Logo você será rei dos dois reinos. Agora pegue na mão dela e termine o ritual do casamento - disse Gregor calmamente descanso a mão no ombro do filho.

Ascaban se libertou e veio para o meu lado.

- Ninguém vai tocar nela - falou erguendo uma espada que tomou de um creppito.

- Ai que lindo. O amor é algo realmente lindo e estúpido - disse Gregor com ironia fazendo uma cara fingida de apaixonado. 

- Ascaban! Onde está o meu pai? - ele não me respondeu, apenas baixou a cabeça - responda!

- Deixe que eu mesmo digo - disse Gregor - pegamos aquele traidor, com Ascaban, e teve o que mereceu por tamanha traição. Ele foi condenado ao limbo. Sua mente está lá e seu corpo aqui. Terá um tormento grande até morrer.

- NÃO! - caí no chão em lágrimas - pai, a gente tinha tanta coisa para contar um para o outro.

Meus ouvidos foram atingidos por um zumbido fino e meus sentidos ficaram confusos.

- Bela, não dê ouvidos a ele. Ele só quer te desestabilizar - falava Ascaban tentando me tranquilizar.

- Então me diz que é mentira - olhei dentro de seus olhos e vi apenas dor.

- Eu não posso. Eu, eu sinto muito, não pude fazer nada quando o exército chegou.

Aquele poder que senti quando Ascaban me magoou estava crescendo novamente. As pontas do meu cabelo começaram a pegar fogo e eu fui levitando lentamente e sentia que estava prestes a perder o controle de mim mesma, mas algo me tirou do transe, o anel no meu polegar. Sentia que ele estava me esgotando e meu poder foi diminuindo gradativamente até eu sentir que não havia mais nada dentro de mim.

- Ah! Então funcionou. Deu certo - suspirou Gregor - menina esse poder é extraordinário.

- Bela tire esse anel do seu dedo. Ele é um catalizador que suga poderes e o acumula no corpo de quem o fez - falou Ascaban tentando retirar o anel do meu dedo.

- Nem tente. Só eu posso retirar ele daí. Se outro tentar ela morre com o veneno que será liberado no corpo dela.

Paul se aproximou e parecia atordoado.

- Veneno, matá-la, poderes – dizia palavras aleatórias e sem nexo. 

- Eu sei o que estou fazendo filho. Já é perto do eclipse de sangue onde Beliza irá receber seus poderes permanentemente. E então eu os pegarei para mim.

- Pai quero te fazer um pedido.

- Diga meu filho - disse Gregor o tocando e encarando seus olhos.

- Eu quero acabar com a vida de Ascaban pessoalmente - ele parecia em transe.

Gregor deu um abraço todo orgulhoso em Paul.

- Com todo prazer meu filho. Ele é todo seu, vingue a morte da sua irmã. Lembre-se de que ele é o grande causador de sua maior dor.

Como Paul podia fazer uma coisa daquela? E as palavras de Gregor inflamaram Paul de uma maneira muito efetiva.

- Já está quase na hora de você, Beliza, receber o poder da luz por completo.

- Ascaban, eu estou com medo - meu corpo tremia e estava fraca.

- Calma meu amor, vai dar tudo certo, estou aqui com você.

A lua de cinza passou a ser vermelha como sangue, o eclipse de sangue estava se formando. Mas eis que uma nuvem se formou no céu e cobriu o eclipse.

Senti meu corpo dormente e lentamente fui levitando para o céu na fresta da caverna onde dava para ver lá fora. Uma luz prateada veio sobre mim e me envolveu. A nuvem foi saindo da frente da lua. Ao olhar o tom da cor da lua me lembrei de quando estava no Rememberan e Amós me disse que eu tinha uma benção e uma maldição. Foi aí que eu entendi, a benção do eclipse que me faria mais forte e aquela nuvem era a maldição que me rodeava e tentava sugar o poder do eclipse.

A magia de chave havia se quebrado e todos os traços de Magius Santificus haviam sumido, o poder era extraordinário. O sentia queimar por todo o meu corpo. Mas algo estava diferente, meu poder estava sendo drenado novamente pelo maldito anel.

- Ahhhh! Para! - o anel estava absorvendo meus poderes e transferindo eles para Gregor.

- Isso, isso – seu olhar era de puro prazer e êxtase - valeu a pena esperar tanto tempo por esse poder que sempre devia ter sido meu e somente meu. Nada poderá atrapalhar meus planos agora. Dominarei tudo e todos com tanto poder graças a você jovenzinha guardiã da luz.

Os olhos de Gregor se abriram cheio de alegria e maldade. Seria o fim, o fim de todos.

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A última guardiã da Luz (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora