Tive que me obrigar a ficar calma. Em quem devo confiar? Paul? Ascaban? Jhony, que agora é meu pai? Era muita informação para um só dia.
Algum tempo depois de Paul ter saído do meu quarto duas mulheres vieram me arrumar para o casamento de mentirinha.
O vestido era lindo, não pude deixar de me emocionar, pois como toda garota sonhei em me casar um dia com alguém especial e por amor, mas minha realidade naquele momento era algo totalmente diferente de como eu imaginava que seria.
Naquele reino não haviam muitas tradições com relação as vestimentas dos noivos. Mas as mulheres sempre se casavam com roupas coloridas, então achei que também me casaria com algo do tipo, mas não, meu vestido era branco, como na tradição do meu reino, tinha detalhes dourados bordados em renda grossa e as mangas caídas de forma que deixava meus ombros a mostra, o buquê era de flores secas como na tradição deles, fizeram um arco de tranças e prenderam para traz deixando o restante do cabelo solto com ondas. Notei que havia uma pequena caixa em minha cômoda e fiquei curiosa, abri e lá tinha um anel de prata.
- Moça - chamei meio sem jeito uma das mulheres, pois não sabia seus nomes.
Nenhum dos daqueles que serviam aos nobres podiam dizer seus nomes, exceto o caso os donos lhe dessem um.
- Sim senhorita? - a mais velha respondeu.
- Esse anel é para mim? - questionei.
- Sim, o príncipe disse que é uma joia de família que as mulheres dos futuros reis devem usar durante a cerimônia.
- Nunca ouvi falar sobre esse tipo de rito nos casamentos.
- É algo bem particular da realeza vossa alteza.
- Entendi, tudo bem então - peguei o anel e pus no dedo anelar da mão direita.
- Não vossa alteza, ele deve ser usado no dedão da mão esquerda.
- No dedão da mão esquerda?
- Não fazemos as regras, apenas as cumprimos – disse a outra mulher meio amarga.
Depois que eu estava totalmente pronta para o grande dia as mulheres saíram sem dizerem nada para mim e fiquei sozinha esperando a hora de virem me buscar.
Faltavam poucas horas para o casamento. Onde estaria Ascaban e meu pai? Quando eles agiriam? O que iriam fazer? Eu estava tendo um colapso nervoso quando então a porta se abriu e alguém entrou.
- Gregor - falei com nojo no tom da minha voz.
- Beliza, como você está linda minha querida nora - ele falou já se aproximando de mim.
- O que você quer aqui? Não acha o suficiente tudo que me fez passar? Ou está com medo de eu fugir?
- Só vim te dar um aviso e acertar algumas coisas.
- Que coisas?
- Primeiro de tudo, eu sei que o seu amado Ascaban está vivo – ele estava de costas, mas pude ver que ele estava com um largo sorriso no rosto.
- Você só deve estar maluco - não sei como pude responder a ele, pois meu corpo inteiro havia congelado e o ar pareceu mais rarefeito.
- NÃO OUSE RIDICULARIZAR MINHA INTELIGÊNCIA! - ele gritou e eu fiquei apavorada, mas tentei não demonstrar.
- Onde você quer chegar com essa conversa sem sentido?
- Quero chegar no ponto em que eu sei que ele vai tentar te salvar e atrapalhar todos os meus planos. Mas sinto lhe informar que isso não vai acontecer.
- Não ouse fazer mal a ele seu verme.
Ele riu.
- Isso só depende de você minha querida.
- O que você quer? - por Ascaban estava disposta tudo.
- Você vai se casar com meu filho unindo os dois reinos em um tratado de paz, por assim dizer. Não quero ter de dizimar seu mundo causando baixas no meu coração exército. Depois, eu vou capturar seu amado e o prender, pois ele é um assassino e um fugitivo traidor. Não vamos aplicarei nossas leis nele p condenando a morte, mas ele jamais sairá da prisão.
- Mas isso eu já tinha concordado em fazer.
- Sim, isso é verdade, mas eu ainda não terminei.
- O que mais você pode querer?
- Eu quero uma parte do seu poder.
Ele estava realmente louco.
- Mas isso é impossível.
- É bem aí onde você se engana jovenzinha.
- Como assim?
- Eu tenho uma magia um tanto quanto peculiar digamos assim. Eu consigo absorver qualquer tipo de poder de alguém desde que ele seja concedido pelo dono voluntariamente, mas ele se esgota e pôr não me pertencer. Assim sendo...
Ele me mandou um olhar malicioso.
- Quer que eu seja um poço de magia para você.
- Isso! - ele vibrou - jovenzinha esperta.
- Eu aceito!
- Hum, foi bem mais fácil do que eu achei que seria. O que o amor não faz - e ele começou a rir sem parar.
- Você já disse o que queria e eu concordei, agora vá embora.
- Calma, calma, calma - ele tirou uma pequena faca do manto que usava - vivi por anos o suficiente para não fazer acordos como esse de boca falada - ele estendeu a mão em minha direção - só preciso de uma gota do seu sangue na faca e estará feito, não poderá voltar atras.
Trêmula coloquei minha mão sobre a dele. Numa picada como a de uma agulha ele furou a ponta do meu indicador e pingou a gota de sangue no anel que estava em seu dedo.
- Agora lembre-se muito bem do que vou dizer, se você ao menos pensar em me trair e fazer algo fora dos meus planos eu acabo com a vida do Ascaban e com a sua também - puxei meu braço dele - e tenha certeza que não medirei esforços para destruir tudo que um dia foi importante a você como vingança.
- Você prometeu não o machucar.
- Verdade, mas se ele resistir terei que tomar medidas drásticas.
- Não ouse tocar nele.
- Você não passa de uma jovenzinha imatura. Acha que só porque possui o poder da luz é indestrutível? Não se engane - ele se aproximou e pegou no meu queixo o apertando - não tente nada contra mim ou se arrependerá.
Ele me soltou e saiu do quarto.
*Beliza de noiva na mídia
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Zero paz para nossa pobre Beliza.
Me conta ae se vocês acham que Gregor irá mesmo cumprir com sua palavra.
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A última guardiã da Luz (Completo)
Fantasy🏆Vencedora do concurso Wattys 2016 Categoria Jóias escondidas🏆 Livro revisado e relançado (13/10/2020) Beliza Shonttely, vivia uma vida comum até ver tudo virando de ponta cabeça quando conhece Ascaban e descobre sua verdadeira identidade. A part...