17 - O benefício da dúvida

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Amanheceu e paralisei ao perceber que Paul e eu estávamos abraçados um de frente para o outro. Paul então abriu os olhos e deu um sorriso tão lindo e gostoso que também me fez sorrir.

- Bom dia querida! - disse Paul dando um selinho em meus lábios me pegando desprevenida.

- Bom dia Paul! - estávamos próximos demais.

Paul levou sua mão em meus cabelos e ficou brincando com uma das minhas mechas ruivas soltas.

- O que foi? - perguntei.

- Nada, só gosto do seu cabelo. Ele é tão lindo assim como você - então ele me puxou para seus braços e sua boca vinha em direção a minha.

- Paul, por favor, não - eu não podia fazer aquilo, era tudo muito recente e eu ainda gostava de Ascaban, apesar de tudo.

- Me desculpe, não sei o que me deu. Que merda eu tenho na cabeça? - ele pareceu um pouco irritado e se afastou de min.

- Ei, ei, ei, para com isso Paul, não foi nada demais.  Foi só o momento e devo ter me expressado mal também.

- Acho melhor eu tomar um banho - Paul se levantou da cama e não pude deixar de notar sua ereção. Aquilo me fez rir.

- Do que está rindo? - ele perguntou já sabendo a resposta - com licença preciso me apressar para meu banho antes que eu morra de tanta vergonha.

Aquilo só me fez rir ainda mais.

Após o término do banho nós fomos para a cozinha  tomar café da manhã.

- Paul! - o chamei.

- Bela, se for pelo incidente de hoje mais cedo desculpe, eu realmente não sei o que me deu...

- Paul não é nada disso - pesei as palavras antes de falar - eu, eu quero visitar o Ascaban, se for possível. Sei que seres de luz não são bem vindos lá, se preferir pode apenas me levar até próximo de lá e eu me viro, até para não ser perigosa a você também.

- Bela! - disse ele num suspiro.

- Por favor Paul, eu tenho que falar com ele – supliquei.

- Está bem, mas eu já aviso a você que isso só te fará mal. Ele pode tentar te manipular.

- Obrigada, eu realmente preciso falar com ele. Vou me cuidar.

- Deseja falar algo em especial? Se me permite a ousadia de me intrometer - ele pareceu desconfiado.

- Sim, eu meio que tive... - parei no meio da frase.

- Teve...? O que?

- Uma visão com a minha mãe - confessei.

Um lampejo de medo passou em seu olhar, tão rápido que me pergunto se imaginei isso.

- Eu vou sair por uns instantes e quando eu chegar esteja pronta para partirmos – ele se levantou abruptamente e saiu em direção a porta sem dizer mais nada, o que foi bem estranho.

- Está bem! - disse meio que a mim mesma tendo em vista sua rápida saída.

Enquanto me arrumava esbarrei numa mesinha e caíram alguns papéis. Quando ia os colocar no lugar notei que eram pinturas de um menino. Ele era muito lindo. Mas uma das pinturas me chamou a atenção, era do menino e uma garotinha linda feito escultura. Presumi que o garoto era Paul, mas e a garota, quem seria ela? Afinal ele disse que tinha apenas um irmão mais novo. De repente Paul apareceu me dando um tremendo susto.

- O que você está fazendo? Não mexa nunca mais aí Beliza, nunca mais! - foi a primeira vez que Paul gritou comigo e foi assustador, seus olhos ficaram escuros e suas feições mudaram.

A última guardiã da Luz (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora