3 - O início

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As grandes portas do salão principal do castelo do Reino da Tempestade se abriram e Ethan, o líder dos cavaleiros supremo, entra no recinto.

- Meu senhor, amado Rei Gregor – fez uma reverência - todas as possíveis candidatas a guardiã foram mortas e o poder da luz parece ter sido dissipado, pois nenhuma das garotas tinha sinais do poder ou a cicatriz do selo Magius Santificus.

Quando o receptáculo recebe o poder da luz é necessário enfraquecê-lo um pouco com o selo Magius Santificus para que a portadora do poder sinta o efeito mais devagar e não morra durante o processo de transição do poder pelo corpo, mas no lugar é criada uma cicatriz.

- Aquela velha da Jasmine devia estar delirando no leito de morte ao dizer que seu poder havia sido transferido à uma criança. Impossível, afinal um bebê jamais suportaria tamanho poder, mesmo os mais bem nascidos – disse Gregor em tom de deboche - aquela maldita destruiu a própria mente para não fuçarmos suas memórias.

- Mas meu rei, então onde ela teria escondido o poder da luz? - questionou Ethan.

- Eu ainda não sei, mas saberemos. O poder da luz se manifesta em todo eclipse de sangue. Precisamos apenas ter paciência, quando ele resplandecer nós saberemos onde ela o escondeu.

Anos depois...

Beliza cresceu e se tornou uma linda jovem, simpática, muito especial e uma guerreira muito habilidosa. Ela era alta, seus cabelos eram ondulados, bem longos e ruivos assim como os de sua mãe, seus olhos eram claros cor mel, pele pálida pela falta do sol na floresta onde morava e lábios tão vermelhos quanto seus cabelos.

Aquela floresta era pouco povoada. Os pássaros chorões viviam naquela região e eram muito barulhentos, isso fazia com que poucos gostassem daquela região.

- Oi tio Ben! - disse a estonteante Beliza.

- Olá Bela minha querida - disse Ben. Ele já estava velho, mas era forte e ágil. Era um homem de estatura mediana, cabelos e barba grisalhos, olhos negros e pele pálida assim como a de sua sobrinha.

- Tio? - disse a jovem jogando um faisão que caçara em cima da mesa de madeira.

- Diga querida.

- Eu sei que o senhor já me contou sobre minha mãe, mas conte de novo, por favor. Sempre tento saber mais dela.

- Minha querida pra que relembrar essa história tão terrível novamente? - seus olhos ficaram pesados.

- Por favor! - implorou a jovem.

- Tudo bem. Sua mãe era extraordinária. Ela era uma mulher maravilhosa e uma guerreira muito habilidosa assim como você - ele a cutucou e riu - quando jovem era a dama da rainha Jasmine Light, mas com o tempo elas se tornaram muito amigas e aliadas. 

- Queria tê-las conhecido – fez-se uma pausa - me pergunto o que aconteceu com o poder da rainha.

- Antes de morrer a rainha disse que o poder já havia sido transferido para outro receptáculo, mas era apenas um bebê que provavelmente acabou falecendo. Não se sabe por onde o poder está. E como você sabe, todas as crianças que nascem com a marca do cristal é assassinada até hoje para que não herde o poder da luz. O mundo nunca mais foi o mesmo depois da morte delas. E com essas sombras que vagam nosso reino capturando nossas crianças desconhecemos o que significa ter paz.

Ele fungou e foi por água para ferver para depenar o faisão.

- Tio... - chamou de forma vagarosa e arrastada.

- Não minha querida - interrompeu seu tio - não sei nada sobre seu pai.

- O senhor tem certeza de que não se lembra de nada que ela disse a respeito dele? - perguntou a jovem o espreitando.

- Minha querida, sua mãe foi uma serva submissa a família real. Nem sei como ela engravidou de você. Mal tinha tempo para ter uma vida fora daquele castelo. Vá e pegue a panela grande - disse apontando para o velho armário azul onde ficavam as panelas.

- Isso é muito estranho tio, não se ter sequer uma pista - resmungou inquieta.

- Quando era questionada sobre quem era o pai do filho que carregava ela nos respondia com um enigma. "Fui beijada pela sombra da noite e o seu irmão amanhecer deitou-se comigo. Então a luz engravidou-me". Mas ninguém jamais entendeu o que ela queria dizer com isso.

- Talvez fosse algum tipo de enigma pra mim, ou para o meu pai sei lá.

- Ah minha filha eu sinto muito não poder te ajudar - acariciou o cabelo da sobrinha - criei ela como minha própria filha após a morte de sua avó quando sua mãe era uma criança. Nunca entendi seus motivos de esconder a paternidade da própria filha.

- Talvez tenha se envolvido com alguém sem caráter ou algo assim.

- Não, com certeza não. Sua mãe era rígida em todos os seus gostos e escolhas - ele riu - me lembro quando um lorde a pediu em casamento e ela o enxotou apontando uma flecha de espinho para suas partes baixas. Ele era um bom homem, mas acho que sua mãe já devia estar namorando seu pai na época. Ela se mudou para o castelo muito jovem para servir a rainha e nosso contato ficou curto devido a vida corrida que ela tinha.

- Não se sentia sozinho aqui?

- Ah não. Sempre levei uma vida solitária nessa floresta e gostava disso. Ela me fez muita falta, mas era livre para traçar seu próprio destino. Assim como você meu amor.

Ele a envolveu num abraço caloroso.

- Vamos cozinhar esse faisão? - ela disse indo em direção ao fogão com a água fervilhando.

- Vamos!

*Beliza na mídia

*Beliza na mídia

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A última guardiã da Luz (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora